segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Passando a limpo

Uma das coisas que mais lembro de ouvir minha mãe falar é "passa a régua". A expressão, sempre dita em tom apaziguador e conselheiro, sempre foi utilizada em situações críticas das mais diversas, fosse para colocar fim às brigas com meus irmãos na infância, para superar as primeiras frustrações na adolescência ou os desentendimentos no trabalho, já na fase "adulta".

"Passa a régua", a mãe dizia, lembrando um hábito de organização do tempo em que se usava caderno: a lição, no fundo, era esta: nem sempre é possível apagar o passado - e às vezes isso nem é bom. Melhor é passar uma linha reta embaixo, sublinhar o erro, e começar a reescrever.

Hoje é um dia desses, de passar a limpo. Segunda-feira é dia de começar regime, começar a fazer exercícios, colocar a casa em ordem.

Minha dieta continua a mesma, a chuva desestimulou minha ida inaugural à academia, mas está tudo diferente.

Dormi até tarde depois de um final de semana de exaustivo descanso. Por alguns dias, fora algumas pendências, eu não tenho horários, nem tenho que ir trabalhar. A situação é provisória. Em breve, muito em breve, os pelotenses saberão notícias minhas, literalmente.

Por enquanto, aproveito para "passar a régua", colocar a vida em ordem. Resolvi estender a arrumação também para a vida digital, com a qual eu andava bem relapsa nos últimos tempos, e até já havia comentado sobre isto aqui e ali.

Ando revendo contatos, selecionando os úteis, categorizando, atualizando meus perfis e até repensando quem sou...

Minha volta a este blog era inevitável, e já esperada por mim há algum tempo.
Andei pensando em voltar a escrever coisas que tenho vontade, agora que a vontade vai se juntar ao tempo. Pensei em criar outro blog. Por outro lado, já estou acostumada a este espaço, adaptado às minhas indagações/divagações. Penso em torná-lo melhor, mais agradável. Mas para quê apagar o tanto que já foi escrito? Não que este conteúdo seja de grande valia, ou primorosa qualidade literária. Mas trata-se da minha memória, afinal, e para mim seria um desperdício pessoal.

Na prática, o blog é um dos únicos registros digitais acessíveis com facilidade de boa parte da minha produção durante a agora encerrada passagem pelo jornal Diário Popular (meu arquivo de certo período foi apagado), mas tem ainda muito mais que isso.

E sendo assim, porque não, apenas, "passar a régua"? Subscrevo-me na forma de linha, sem saber exatamente o que será escrito a seguir.

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5 comentários:

Francisco Antônio Vidal disse...

As mães sabem o que dizem. Passar a régua não é simplesmente uma delimitação espaço-temporal, mas o que se faz para se computar a soma das perdas e ganhos. É uma expressão contábil, para calcular o resultado do que entrou e saiu. Passando a régua, o que resta é de que valor? Costuma ser positivo. Mas se não fizermos o cálculo a sensação é de algo negativo. Parabéns pela decisão.

Bianca Zanella disse...

Sábias observações...

ândria Halfen, disse...

já soube da boa nova!
Fico feliz, de coração
SUCESSO! :D

beijos!

M. Regina disse...

Olá Bianca, gostei de encontrar teu blog, e ler tua crônica. Sucesso na nova empreitada. Bjs.

Bianca Zanella disse...

Obrigada a todos pelo apoio!!! Agora confiram lá o www.pelotasmais.com.br!!!
Bjs!