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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Fruet e os Cozinheiros


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terça-feira, 28 de abril de 2009

Em Futebol sociedade anônima entram em campo estereótipos brasileiros

A paisagem suburbana que aparece na tela é conhecida por aqui: a passarela de pedestres, um dos marcos do Simões Lopes, é um dos principais elementos da locação da nova produção cinematográfica pelotense: Futebol sociedade anônima, uma coprodução da Moviola Filmes com a Plug Produtora.


O curta-metragem foi gravado no final de semana passado no campinho da antiga estação férrea. Duas manhãs bastaram para a captação de todas as cenas que, depois de editadas, irão se transformar em até 15 minutos de imagens sequenciais em movimento.

Da parceria entre as duas produtoras vem o profissionalismo desse novo filme, que ampliou consideravelmente a lista de créditos da Moviola, que antes trabalhava com uma enxuta ficha técnica. “Éramos poucos trabalhando e também com poucos equipamentos. Antes a gente gravava com handcam (câmera de mão). Com o empréstimo das câmeras e da grua, a Plug proporcionou um grande salto de qualidade e cada um da equipe envolvida também pôde se dedicar mais à sua parte”, disse Cíntia Langie, que assina a direção da ficção com o roteirista Rafael Andreazza. “Tem a mão de todo mundo ali”, ressalta Daniela Pinheiro, responsável pela direção de arte e figurinos junto com o artista Gê Fonseca.


O filme foi gravado com câmera digital de 3CCDs em 24 frames - velocidade de película. Para se ter ideia, a câmera utilizada pela Moviola nos filmes anteriores era de 1CCD. “Ainda não é high definition (alta definição), mas foi o filme mais profissional que fizemos até agora”, afirma Cíntia.
Futebol sociedade anônima contou com o patrocínio das empresas Brás Piso e Posto Ikoporã e teve o apoio do Grêmio Esportivo Brasil, da Tribo Serigrafia, da fábrica de biscoitos Zezé e da distribuidora de água H2O.


Irônico e metafórico

Como outras produções da Moviola Filmes (Estacionamento e Katanga's bar, por exemplo), Futebol sociedade anônima tenta driblar os formatos convencionais de se contar histórias no cinema: não possui diálogos, apenas frases soltas como viés da narrativa.

“Fazer uma sinopse desse filme tiraria um pouco o sentido dele”, adianta-se a diretora, que ainda assim tenta resumir a proposta do roteirista. “Não é uma história sobre futebol, é uma história sobre uma galera que se junta ‘pra’ jogar bola”, começa ela a explicar a “jogada” do curta que coloca em cena a sociedade brasileira enquadrada entre quatro linhas e duas goleiras de um campinho de futebol de várzea.

Permeado pela ironia, o filme retrata vários perfis psicossociais dos jogadores, de acordo como cada um deles enxerga o jogo, quer dizer, a vida.


O “bola 8” - uma analogia que sai dos campos de futebol para a mesa de sinuca - é um dos personagens dessa trama e representa um juiz literalmente “perdido em campo”. “Ele é uma espécie de autoridade sem autoridade, que desconhece o seu papel nesse jogo”, argumenta Cíntia.
Enquanto a pelada se desenrola no campinho, duas senhoras - dona Quiterinha e dona Zuleica, interpretadas pela cantora Soninha Porto e pelo ator Lóri Nelson - assistem a tudo de um sofá, na linha lateral, e na estação apenas um passageiro ainda espera pelo trem.

No elenco estão também Vítor Azubel, Márcio Mello, Leonardo Dias e Flávio Dornelles, entre outros.

A edição do curta deve ser concluída em maio, mas o filme ainda não tem data prevista para ser exibido aqui. Antes deverá entrar na programação de eventos fora do circuito local. “Vamos tentar inscrever o curta em alguns festivais, mas depois com certeza vamos marcar um evento aberto à comunidade ‘pra’ mostrar esse trabalho”, anuncia Cíntia.

Na semana que vem deve ir ao ar no blog da Moviola o primeiro teaser do filme. Para conferir acesse moviolafilmes.blogspot.com.


Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / P. 6 | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 28 de abril de 2009

terça-feira, 31 de março de 2009

Clipe da Soul


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quarta-feira, 25 de março de 2009

A estreia dos contos nas telas

Ontem à noite um grupo de espectadores presenciou na “Casa do Capitão” – sede do Instituto João Simões Lopes Neto - a pré-estreia dos curtas-metragens Jogo do Osso e Os cabelos da china. As produções fazem parte do projeto Contos Gauchescos, do cineasta Henrique de Freitas Lima (foto), junto com o documentário Entre o real e o imaginado – co-dirigido por ele e por Pedro Zimmermann. Outros quatro episódios inspirados na obra-prima do escritor pelotense Simões Lopes Neto completam a série e devem estar prontos até o final do ano: Trezentas Onças, Contrabandista, No Manantial e Negro Bonifácio.


Os dois primeiros capítulos foram gravados no município de São Gabriel no final do ano passado. Segundo Freitas Lima, tudo indica que as gravações dos próximos aconteçam em Santana do Livramento, mas é possível que algumas locações sejam sediadas em Piratini.

No elenco de Negro Bonifácio a atriz Daniela Escobar está confirmada como protagonista. “Será o episódio das estrelas”, diz o cineasta que já conta também com as participações de Marcos Breda e Sheron Menezes. O ator Paulo José – que acaba de gravar Quincas Berro d’Água – também está cotado para abrilhantar a série.

Com isso, diz o diretor, a idéia de trazer atores consagrados – preferencialmente gaúchos “com sotaque original” e lançar novos talentos daqui continua.

Os sete capítulos serão exibidos pela TVE no Rio Grande do Sul e em rede nacional pela TV Brasil. Depois irão ser reeditados juntos, em versão longa-metragem para o cinema. O filme terá como pano de fundo uma tropeada que irá desencadear as memórias do personagem-narrador Blau Nunes, interpretado com esmero pelo jovem ator Leonardo Machado. A montagem do longa, no entanto, só deve começar em 2010.


A TV Brasil também irá exibir os dois longas dirigidos por Freitas Lima, Lua de Outubro (1997) e Concerto Campestre (2004).


Outros projetos

A cinematográfica Pampeana, do diretor Henrique de Freitas Lima, está em plena captação de recursos para o novo longa – Utopia – que será gravado no ano que vem em São Miguel, na região das Missões, baseado no romance de Alcy Cheuíche sobre o herói indígena Sepé Tiaraju.

Além disso, a inclusão do projeto Contos Gauchescos no Fundo Setorial do Audiovisual - do Governo Federal com recursos do Finep - garante, de acordo com o cineasta, a continuidade do cronograma de gravações. “Apesar de termos a prorrogação da LIC [Lei de Incentivo à Cultura] agora não dependemos apenas disso, o que me deixa bem mais otimista”, afirma o diretor.

Com a primeira janela de exibição dos filmes confirmada (a TVE), para o cineasta a idéia de lançar uma segunda temporada de Contos Gauchescos já é “uma possibilidade bastante concreta”.

Segundo ele, a futura edição incluiría também, além de outras histórias de Simões Lopes Neto, textos de mais dois grandes nomes do gênero literário no Rio Grande do Sul: Sérgio Faraco e Mário Arregui, autor, aliás, de outros três contos adaptados anteriormente por Freitas Lima: Lua de Outubro (que virou longa), Três Homens e Um conto de fogo.

Após a conclusão da primeira edição da série, o Instituto João Simões Lopes Neto, que é parceiro do projeto, terá direitos exclusivos sobre a venda do DVD. “Essa parceria é excelente, espero que a gente faça outras coisas juntos”, não hesita em dizer o diretor.


Texto: Bianca Zanella | Fotos: Infocenter DP | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 6 | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 25 de março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

Palavras em flor

A Ana é doce. Quem foi ao Instituto João Simões Lopes Neto na quinta-feira passada assistí-la plantar a semente de seu novo CD não duvida. Ana Mascarenhas subiu ao palco para mostrar ao público suas novas canções, com sinceridade, candura na voz e poesia. Poesia!

Na instigante composição de sombras projetadas na parede a plateia assistiu – ao som dos belos arranjos de Egbert Parada e Silvério Barcellos – ao nascimento não apenas de uma, mas de duas iniciativas que surgem para abrilhantar a cena cultural pelotense na temporada 2009. Apesar dos pesares (falta de incentivos, por exemplo), a safra cultural promete bons frutos graças à criatividade de quem vive de fazer arte.

Para Ana Mascarenhas, o show Plantio foi apenas o primeiro de uma série de quatro pré-lançamentos que levarão à “Colheita”, o show de estreia do álbum Flor Palavra, que deve ficar pronto em dezembro.

Para a comunidade pelotense, a apresentação marcou também o início do projeto Música na Casa do Capitão, que abre mais um espaço para a apreciação do trabalho de músicos daqui, esse no Instituto João Simões Lopes Neto. O projeto, aliás, teve boa plateia (um auditório quase cheinho) na estreia, mas conta com a presença do público também para o sucesso das próximas edições, ainda sem data marcada.

Além de algumas canções conhecidas de seu repertório próprio, Ana Mascarenhas apresentou quatro músicas inéditas do álbum em composição. As meigas, alegres, tristes e românticas Flor Palavra, Outro Norte, Lua de amor e alma e Mãe das águas, todas encharcadas de uma poética peculiar da doce Ana, em letras que exaltam o amor e natureza. Ela, que recusa-se a assumir-se instrumentista, até tocou violão – incentivada pelos músicos com quem dividia o palco – enquanto cantava o refrão que dizia mais ou menos assim: “vou dizer pra Iemanjá que eu tenho medo do mar”. Mas Ana tem mesmo medo de quê? Mesmo com a voz trêmula em alguns momentos, natural para quem estava visivelmente emocionada, Ana mostrou que não tem medo de cantar. De repente a voz doce virou vozeirão e a gente ouviu, com muito prazer, a interpretação de Eu sei que vou te amar, de Tom Jobim. Foi de arrepiar.

Para completar a atmosfera do show, o charme e a originalidade dos detalhes do projeto Flor Palavra, que leva a assinatura da produtora cultural Mãos à Obra, também são dignos de nota: nas poltronas, à espera de cada espectador, um saquinho, uma porção de sementes (de crisântemos azuis?) e uma poesia. Um pequeno mimo para uma bela recepção.

O artista visual Chico Maximila estava lá, captando imagens que irão se transformar em sabe-se-lá-o-quê no final desse projeto em gestação. O público, certamente vai esperar para ver isso e tudo o mais que vai florescer desse plantio.


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Segunda-feira, 23 de março de 2009

quarta-feira, 18 de março de 2009

Palavras à flor da poesia

A inspiração brotou de um buquê de crisântemos azuis. Era o fim de um relacionamento e o começo de uma fase criativa que promete muitas flores e frutos nas próximas estações. Nos ensaios, na casa em obras, Ana Mascarenhas cultiva em música o jardim que ainda não tem. Para a cantora, é chegada a hora de semear.


O caminho é longo até o período da safra, mas Ana Mascarenhas não tem pressa. A espera é parte da experiência de quem faz questão de dar “tempo ao tempo” e vai muito além dos 30 versos de Flor palavra. Não por acaso de uma forte relação conceitual, em 14 deles aparece a palavra tempo.

A poesia, escrita em 2005, é o ponto de partida para a mais nova investida da cantora pelotense. O projeto, em gestação, esbanja charme e originalidade. Irá crescer em partes que acompanham as fases de desenvolvimento dos crisântemos: o Plantio em março, o Crescimento em junho, a Inflorescência em agosto e a Iniciação em outubro são os preâmbulos da Colheita, que ocorre em dezembro. Passando por épocas frias e quentes, cada apresentação terá novas músicas, arranjos, músicos, elementos de luz e cenário... ao final a síntese de tudo isso será materializada em um CD, o terceiro de Ana Mascarenhas depois de Paradouro (2003) e Depois de julho (2005).

“A cada trabalho pronto sempre ficam algumas coisas em aberto que imediatamente eu vou projetando para o próximo. Acho que esse vai ser o meu disco mais completo, porque vai ser construído aos poucos, de uma forma diferente dos outros”, diz a cantora, que se demonstra hábil em “pôr para fora” os desabafos de um relacionamento acabado com romantismo e sem rancor.

Ao poetizar sobre as coisas do dia-a-dia, a compositora percebe o quanto este trabalho em especial já afetou seu cotidiano. “Apesar de estar sendo plantado, dentro de mim ele fecha um ciclo”, diz ela, que revela não ter muitos rituais no processo de criação. “Às vezes me vem um verso, depois quando eu volto para ver o que escrevi penso na melodia e pego o violão.”

Mais madura artística e pessoalmente, Ana Mascarenhas fala com a tranquilidade de quem consegue se afirmar sem impor o tom de voz. “Quando eu gravei o primeiro disco tive coragem de botar minhas coisas na rua, mas me sentia engatinhando. Agora a sensação que eu tenho é que daqui para frente não paro mais”, diz com o entusiasmo. “Pode ser que depois deste o próximo trabalho seja outro disco ou um livro de poesias... Não sei o que virá, só sei que virá.”


Letra, flores e melodia
Em Flor palavra, o lado mais terno e afetuoso da compositora já começa a aflorar nas poesias. As melodias vão se desenhando pelo som da MPB - que costuma cair tão bem ao tom de voz de Ana - com influências mil de ritmos como candomble, milonga, chamamé e samba, que vão mesclando-se naturalmente nos arranjos criados por Silvério Barcellos e Egbert Parada, com quem Ana Mascarenhas reafirma neste terceiro disco uma parceria que já completa dez anos.

Charango, cavaquinho, pandeiro e bateria farão parte das composições instrumentais, que terão ênfase no diálogo entre violões de vários timbres como o violão de aço e o de sete cordas.

Ao longo do desenvolvimento de Flor palavra, outros músicos estão cotados para integrar o projeto. Fabrício Moura e Gil Soares - que assina com Egbert Parada a direção musical do álbum - estão entre os confirmados.

A cantora e compositora, que resiste a assumir o título de instrumentista também, tocará violão na música Mãe das águas, com o acompanhamento de percussionistas.

O produtor cultural Igor Simões é o responsável pela direção artística dos shows, que terão participações especiais da bailarina Janaína Jorge e do artista visual Chico Maximila. Os dois serão possivelmente os responsáveis pelas principais surpresas que poderão surgir ao longo do desenvolvimento do projeto. “Não sabemos exatamente o que eles irão fazer”, diz a cantora. A proposta é que cada um deles crie algo, cada qual em sua própria linguagem artística, inspirado em Flor palavra, lançando assim novos olhares ao trabalho.


O plantio

O primeiro dos quatro pré-lançamentos de Flor palavra, que ocorre amanhã (dia 19, quinta-feira), inaugura também a série de apresentações musicais no Instituto João Simões Lopes Neto, do projeto Música na Casa do Capitão.

Em Plantio, Ana irá apresentar as primeiras quatro canções do novo álbum. Além da faixa-título Flor palavra, o repertório terá Outro norte, Lua de amor e alma e Mãe das águas, esta última já gravada pela cantora Giamarê.

O segundo show da sequência, Crescimento, já tem data: 10 de junho. Falta saber em qual jardim ele irá florescer.


Em busca de adubo e luz

A elaborada estética de Flor palavra vai além da pura temática do CD. A metáfora do cultivo se estende por todo o projeto: os parceiros - a Universidade Católica de Pelotas e o salão Cabelo e Cia - que incentivam a iniciativa através da prestação de serviços, são o jardim. As empresas apoiadoras - Transporte Santa Maria e Posto Cidadão Capaz - são o adubo. Os patrocinadores são a luz, que ainda falta para essa planta germinar.

Além destas, há ainda outra forma de contribuir concretamente para o sucesso da “colheita”, através de uma ideia criada para captar recursos antecipadamente ao final da produção. Como no pré-lançamento do primeiro CD da cantora, quando foram vendidos “Kits Paradouro”, a partir do segundo show de Flor palavra estarão à disposição do público “sementeiros” que incluem uma camiseta do álbum, duas canções inéditas gravadas em mp3, sementes de flores, terra e água, além de um vale para ser trocado por CD quando o disco ficar pronto. O valor do mimo ainda não foi estipulado.


Prestigie

O quê: show Plantio - Flor palavra, de Ana Mascarenhas, na primeira edição do projeto Música na Casa do Capitão Onde: no auditório do Instituto João Simões Lopes Neto (rua Dom Pedro II, 810)
Quando: amanhã, dia 19, às 20h30min
Quanto: ingressos antecipados estão à venda no Posto Cidadão Capaz (rua Félix Cunha, 553) ao valor de R$ 10,00
Contato: para informações sobre o show e sobre como apoiar o projeto entre em contato com a produtora cultural Mãos à Obra pelo telefone 3227-2538.


Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 18 de março de 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

Vitrola

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segunda-feira, 16 de março de 2009

Take a take



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quinta-feira, 12 de março de 2009

Lei de incentivo à cultura no centro das discussões

Não se falou em outra coisa na tarde de ontem, durante o 1º Seminário de Produção Cultural Independente, no Campus II da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). A urgência da elaboração de um projeto final e implantação de uma lei municipal de incentivo à cultura foi o centro da pauta nos três painéis que fizeram parte da programação do encontro - organizado por artistas, estudantes e produtores com o apoio do curso de Tecnologia em Produção Fonográfica da UCPel.

Também não se sabe ao certo por que motivo, mas nenhum representante da Secretaria Municipal de Cultura esteve formalmente presente no evento, que acabou sendo mais uma explanação de ideias - com que aparentemente todos os presentes concordaram - que um debate.

Com um público bastante significativo no auditório, o Seminário serviu, sim, como forma de expressão coletiva de um desejo da comunidade artística pelotense, bem-intencionada mas ainda pouco articulada, em prol de uma política cultural mais eficaz no município.

“Cidades como Rio Grande, Canguçu, Santa Maria e Porto Alegre têm leis de Incentivo à Cultura. Enquanto isso a produção cultural pelotense surpreendentemente sobrevive sem. Lamentavelmente a prioridade hoje em Pelotas não é cultura, e sim asfalto”, criticou o presidente do Conselho Municipal de Cultura, Henrique Pires, que sugeriu que nos contratos feitos com as construtoras que venceram as licitações do projeto Pelotas Pólo do Sul - com recursos de empréstimo do Banco Mundial - fosse prevista uma contrapartida para investimentos em cultura.

“O Carnaval de Pelotas custa anualmente uns R$ 800 mil para a prefeitura entre estrutura e subvenção às entidades participantes. Tudo isso gasto em um único evento”, comparou a ex-secretária de Cultura e produtora cultural Beatriz Araújo. “Essa subvenção acaba sendo dada como doação por falta de uma lei que possa enquadrá-la como incentivo”, disse ela.

“Ninguém sabe ao certo que projeto está tramitando atualmente na prefeitura”, falou a produtora cultural e militante da LIC Alessandra Ferreira, que participou da formatação do projeto encaminhado ao Executivo no começo de 2007. “O projeto original prevê não apenas incentivo fiscal, com dedução do imposto aos empresários que apoiarem a cultura, mas também mecanismos de preservação e educação patrimonial e um fundo para financiar projetos experimentais”, explicou. “Os recursos da LIC seriam poucos, mas quem está acostumado a trabalhar com quase nada sabe que com pouco dá para fazer muita coisa.”

“Existem empresas dispostas a apoiar a cultura, mas elas só apoiam porque existem leis que incentivam isso”, disse Beatriz Araújo. “Não é por decreto que Pelotas é considerada uma capital cultural, é por vocação”, concluiu.


Sem Secretaria?

Por diversas vezes, os participantes dos painéis falaram do boato de que a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) poderá ser fundida a outras secretarias na próxima reorganização do Executivo pelotense. “Estamos à beira de um retrocesso, o risco daqui pra frente é darmos um passo atrás”, advertiu Pires, que incentivou os presentes a se manifestarem publicamente contra essa possível ação para impedir que “o boato vire realidade”. “Não podemos simplesmente ficar permitindo que tudo aconteça, ou melhor, que nada aconteça”, falou ainda Beatriz.

Procurado pelo Zoom, o secretário municipal de Cultura, Mogar Xavier, disse não ter conhecimento sobre o assunto. “Só o prefeito pode responder sobre uma possível reforma administrativa, mas não há nada que indique a extinção da Secretaria de Cultura”, afirmou. Em resposta à pressão pela implementação da LIC, o secretário informou que o projeto está parado em função de outras prioridades. “O Governo Municipal está estudando maneiras de viabilizar a Lei de Incentivo à Cultura e aguardando que o Governo Estadual resolva as questões jurídicas que envolvem a LIC-RS. Temos agora uma situação de clamor da sociedade e a prefeitura está focada em solucionar outros problemas como os causados pela enchente, de pontes caídas e das escolas, para então dar condições ao Município de tratar de outros setores.”


Espaço

No painel de abertura, o Seminário teve a participação de integrantes da Banda Pública, de Porto Alegre, da cinematográfica pelotense Moviola e da RadioCom, responsável pela realização do projeto Arte Daqui, que divulga o trabalho de músicos locais.

Das experiências bem-sucedidas, a importância da divulgação como parte decisiva para o êxito de produções independentes foi destaque na fala dos participantes. “Mas tem que saber chegar na mídia”, ressaltou Alexandre Mattos, da Moviola, durante o diálogo. “Também não adianta querer fugir da Internet. O disco vai tá (sic) na loja num dia e no outro vai tá na rede”, falou o guitarrista da Pública, citando o bom exemplo de sites que disponibilizam as músicas para download gratuitamente e remuneram as bandas com dinheiro de patrocínios.

O empresário Guto Fonseca, do Posto Cidadão Capaz, falou da experiência de incentivar a cultura, sem incentivo e ressaltou que, com a LIC, poderia fazer ainda mais.

Betinho, da ONG Amiz, fez um relato sobre o processo de implantação de um estúdio multimídia no loteamento Dunas, através do projeto Casa Brasil, do Governo Federal. “Recebemos R$ 60 mil em recursos em janeiro do ano passado. Agora que finalizamos a compra dos equipamentos não sabemos muito bem o que fazer com esse estúdio, e lançamos o debate: como usar ele para contribuir com essa idéia que temos de sociedade?”, questionou ele, que acredita que a cultura vive novamente um “momento zero”. O que significa isso, ele explica: é hora de rever conceitos para se rearticular.


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / P. 7 | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 12 de março de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

A produção independente no centro das atenções

A divulgação na Internet, algumas iniciativas promissoras aqui e ali, talento e boa vontade são ingredientes que aos poucos vêm contribuindo para movimentar o cenário cultural na cidade. Apesar disso, em tempos de crise e na falta de uma Lei de Incentivo (LIC) associada a um plano de ação abrangente que contemple os diferentes setores envolvidos, Pelotas ainda espera pelo seu novo grande momento da cultura.


É para botar mais lenha nessa fogueira que artistas, produtores culturais e estudantes estão juntos na organização do 1º Seminário de Produção Cultural Independente em Pelotas, que ocorre hoje (11 de março) à tarde no Campus II com o apoio do curso de Tecnologia em Produção Fonográfica da Universidade Católica de Pelotas (UCPel).

Os debates começam com apresentações de algumas iniciativas bem-sucedidas locais e no âmbito estadual e seguem até a discussão sobre o projeto da LIC Municipal. A produtora de cinema pelotense Moviola vai falar dos bastidores da criação audiovisual por aqui, tendo como exemplo o documentário produzido para a banda, também referência na produção independente, Pimenta Buena. Já a Rádio Com vai mostrar o exemplo do Arte Daqui, experiência que já rendeu três edições com a gravação de CDs que reúnem músicas de diversos artistas locais.

Outro painel vai tratar ainda da articulação considerada possível e necessária para fomentar a cultura de forma organizada, entre promotores culturais, artistas, empresas e o terceiro setor. Além de empresários, estarão presentes representantes da ONG Amiz - Casa Brasil, responsável pela execução do projeto de construção de um estúdio no loteamento Dunas.


Exemplo de fora

Para completar a Banda Pública, de Porto Alegre, traz um olhar de quem vem “de fora”. O grupo criado em 2001 acaba de lançar seu segundo CD - Como num filme sem fim - que acompanha um DVD - Casa da esquina 23 - e já coleciona excelentes comentários da crítica especializada. Do primeiro CD, a música Long plays, registrada também em videoclipe, ainda rendeu à Pública uma indicação ao VMB 2007, na categoria Aposta MTV. Isso sem contar as mais de 80 mil visitas nos vídeos da banda disponíveis no You Tube e um volume igualmente numeroso de downloads no site oficial (www.publicaoficial.com).


A banda reúne diversas influências e transita com facilidade entre o rock britânico e o rock underground americano em melodias que inspiram personalidade na combinação de guitarras e piano. Para Tiago Munhoz, à frente da organização do evento com Valdir Robe Júnior, a Pública é um dos exemplos que mais combinam com a ideia de promover a autogestão das bandas e investir no cenário independente.

Apesar do sucesso, para o vocalista da Pública Pedro Metz a principal barreira que emperra o mercado fonográfico ainda é cultural. “As pessoas não têm o hábito de consumir música independente. Volta e meia alguma banda com talento e muito trabalho consegue superar isso, mas ainda é exceção. Falta abertura para coisas novas”, analisa. Aos 30 anos ele dá uma demonstração de maturidade ao afirmar que não está preocupado com rótulos: “Eu prefiro usar o termo ‘alternativo’ do que ‘independente’, porque ninguém é independente mesmo. Mas não importa se me chamam de pop ou de qualquer outra coisa - mesmo sabendo que a minha realidade ainda é de músico underground e que financeiramente eu tô muito distante do patamar das bandas comerciais - desde que o meu trabalho seja avaliado como ele é”, afirma. “Até na música pop pode se achar qualidade”, opina Metz, deixando de lado o preconceito. “Assim como muitos artistas se dizem ‘alternativos’ para camuflar a deficiência de talento e justificar o fracasso.”


Outra atrações

Além da Pública, que depois do seminário fará a principal apresentação da noite no palco do João Gilberto, as bandas The Raves e Canastra Suja (a primeira abrindo e a segunda fechando o show) completam a lista de atrações na festa de encerramento do evento.

Formada em 2006 e com um CD demo lançado em 2007, a Canastra Suja já alcança públicos fora de Pelotas fazendo shows em Porto Alegre e Santa Maria. “A Internet dá uma baita força pra divulgação. Gravar é um processo simples, aqui a gente até tem tudo nas mãos. O problema é sair”, avalia o vocalista Alex Vaz.

Matheus da Costa, vocalista da The Raves, concorda. A banda está em atividade, “pra valer”, desde 2007. Ano passado lançou o CD Invisible sights of a new place. “A gente não faz música pra ganhar dinheiro, mas gastamos um monte pra concretizar a ideia”, fala ele sobre a dificuldade de conseguir apoio e a necessidade de apelar para os “patrocínios caseiros”, de parentes e conhecidos dos integrantes da banda.


Confira a programação

1º Painel - As produções culturais independentes e algumas “referências”
Participações do Coletivo de Cinema Moviola, Rádio Com - autora do projeto Arte Daqui - e integrantes da Banda Pública

2º Painel - Cultura, empresas e terceiro setor - uma relação possível e necessária
Participações de representantes da ONG Amiz - Casa Brasil e do Posto Cidadão Capaz

3º Painel - Debate sobre a Lei Municipal de Incentivo à Cultura
Participações dos produtores culturais Alessandra Ferreira e Igor Simões como debatedores e do presidente do Conselho Municipal de Cultura Henrique Pires como mediador.


Outras informações

O 1º Seminário de Produção Cultural Independente em Pelotas ocorre hoje, a partir das 15h no Espaço Multiuso do Campus II da UCPel (rua Almirante Barroso entre 3 de Maio e Gomes Carneiro). Cada painel terá a duração de aproximadamente uma hora. A entrada é franca.


Não perca também

O quê:
show de encerramento do 1º Seminário de Produção Cultural Independente em Pelotas com as bandas Pública (Porto Alegre), The Raves e Canastra Suja
Quando: hoje (11), a partir das 22h
Onde: no Bar e Champanharia João Gilberto (rua Gonçalves Chaves, 430)
Quanto: antecipados a R$ 10,00 no bar Papuera, no posto Cidadão Capaz e no bar João Gilberto


Texto: Bianca Zanella | Fotos: Daniel Lacet e Tinico Rosa / Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 11 de março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

Garage


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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Som

Toda quarta-feira, das 21h às 22h30min, Gabi Lima comanda o programa Rapadura, na RádioCom. O programa divulga o som de bandas independentes nacionais e internacionais e pode ser ouvido ao vivo pela 104.5 FM ou na Internet (ao vivo ou em podcast) através do blog http://www.gabilima.com/rapadura.


Participe: Envie seu som em mp3 para o e-mail rapadurarock@gmail.com e coloque sua banda para tocar no programa.

Foto: Daniel Moreira

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sete ao Entardecer recomeça em março

Projeto tem inscrições abertas a partir de hoje (3)

A administração do Theatro Sete de Abril ainda ajusta os detalhes da programação do ano, mas já anunciou as atividades que deverão ser realizadas a partir de março: sem muitas novidades e apostando na continuidade do que já vinha dando certo.

Os projetos Sete ao Entardecer, Cena Literária e Sete Imagens estão confirmados no calendário, assim como o Encontro de Teatro, previsto para ocorrer em novembro.

O Sete ao Entardecer - carro-chefe da programação do teatro desde 2005 - está com as inscrições abertas a partir de hoje (3), até o dia 27 de fevereiro para músicos e grupos musicais interessados em se apresentar. A procura pelas fichas de inscrições, disponíveis na secretaria do teatro, começou desde a semana passada e a expectativa é de que, a exemplo dos anos anteriores, o projeto atinja a marca de cerca de 120 inscritos até o final do prazo.

Este ano, além da qualidade musical e do estilo de apresentação - que deve se adequar ao espaço do projeto - a comissão de pauta do teatro irá dar prioridade para a seleção de compositores locais. Os talentos que apresentarem trabalhos autorais deverão ocupar 50% da agenda mensal, enquanto músicos e grupos com apresentações covers ou que mesclarem covers e trabalhos autorais de convidados ficarão com a outra metade das datas disponíveis.

Segundo a diretora do Sete de Abril, Annie Fernandes, a comissão já buscava valorizar os trabalhos autorais nos anos anteriores, mas nesta edição o critério foi formalizado.

Apesar de estar aberto a apresentações com bailarinos, o projeto Sete ao Entardecer continuará com predomínio de atrações musicais. “Existem outros projetos que contemplam a dança e o teatro. No Sete ao Entardecer a dança poderá aparecer como acompanhamento”, diz Annie.

Nas inscrições é solicitada junto à ficha preenchida a apresentação de portfólio do músico ou do grupo musical e um DVD demo. “Pode ser até mesmo a gravação de um ensaio, desde que nos dê uma idéia clara do que os inscritos pretendem apresentar”, explica a diretora.

Ao todo serão realizadas 38 edições em 2009, de 50 minutos cada, sempre às terças-feiras a partir das 18h30min. A primeira delas está prevista para o dia 10 de março.

Em quatro anos, o Sete ao Entardecer já levou mais de 16 mil espectadores para a plateia e conseguiu reconquistar um público que há muito não frequentava o teatro regularmente.


Nada contra o rock

Com relação ao estilo musical Annie Fernandes garante que não há preconceitos em relação ao rock ou a qualquer outra modalidade musical, como alguns músicos já chegaram a afirmar. “Não há restrições de estilos. O que há é a necessidade de adequação da proposta ao espaço pretendido. O teatro é um espaço clássico, que não comporta certos tipos de apresentação que colocam em risco a segurança do público e do patrimônio”, esclarece, referindo-se a episódios em que a plateia foi instigada a subir nas poltronas para dançar ou chamada a se aproximar do fosso, onde crianças tinham o risco de cair.


Outros projetos

Assim como as terças, as últimas quartas-feiras de cada mês também têm atrações garantidas no Sete de Abril. Nestes dias o foyer continuará a ser movimentado pelas leituras dramáticas do Cena Literária, com oito edições previstas para ocorrer de abril a dezembro.

Nesta edição o projeto foi reformatado com três inovações. Agora só serão aceitas esquetes inéditas. No embalo da reforma ortográfica, ao invés de restringir as obras de origem das releituras cênicas à literatura nacional os autores poderão utilizar obras da Língua Portuguesa. O regulamento também incentiva produções independentes de atores e diretores, ampliando assim o leque de participações nas apresentações que antes era restrito a grupos de teatro e dança-teatro.

O período de inscrições para o Cena Literária começa no dia 19 de fevereiro e termina em 19 de março.

A comissão organizadora ainda não definiu se irá manter o formato do projeto Sete Imagens, que abre espaço para exibição de filmes de curta-metragem no teatro. A atração estreou em maio do ano passado e desde então vem conquistando apreciadores da Sétima Arte e incentivadores da produção cinematográfica local. A abertura de inscrições deve ser anunciada em breve.


Informe-se

Para saber mais sobre os projetos do Theatro Sete de Abril acesse www.teatrosetedeabril.com.br.

Fichas de inscrições estão disponíveis no site ou na própria administração do teatro, localizada na rua 15 de Novembro, 560. O telefone para contato é 3225-5777.

O horário de atendimento ao público no local é das 13h às 18h, nas segundas e das 8h30min às 13h30min de terça a sexta-feira.


Atenção músico, não esqueça!
O prazo para as inscrições no projeto Sete ao Entardecer termina no dia 27 de fevereiro.


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Segunda e Terça-feira, 2 e 3 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Cinema com vista para o mar

Sombra, água fresca e filme na tela. Amanhã e sábado, sobre as areias da barra do Chuí, acontece o primeiro Barra Cine – a “janela” de exibição que tem vista para o mar. A mostra de curtas-metragens é mais uma realização da cinematográfica pelotense Moviola Filmes que irá apresentar suas mais recentes produções além de filmes de outras produtoras independentes de Pelotas e de Porto Alegre. Até ontem ainda estava por ser confirmada a participação de curtas uruguaios no circuito.



O artista plástico Hamilton Coelho será o anfitrião do evento em seu museu/atelier que este ano completa uma década de atividades na fronteira do extremo-sul. A idéia de fazer a mostra foi de Chico Maximila – um dos integrantes da Moviola e natural de Santa Vitória – junto com Coelho.

“A proposta deles foi criar um evento para exibir filmes já em tanto Santa Vitória quanto as cidades dos arredores não contam com salas de cinema”, explica a também cineasta Cíntia Langie. “O grande barato da mostra é o fato dela ser ao ar livre e proporcionar todo um clima de convivência nesses dois dias lá no último terreno do Brasil”, completa o produtor Alexandre Mattos.



Pela primeira vez

Entre os títulos que incluem a programação, dois são lançamentos da Moviola Filmes. Um deles é o documentário Outubro do Futuro, gravado durante o primeiro turno das eleições municipais do ano passado.

De tanto ver os candidatos fazerem promessas sobre o “futuro”, o grupo de cineastas resolveu sair às ruas e perguntar, afinal, quando começa o futuro? E que futuro é esse?

O documentário faz o gênero “cinema neopolítico” que tem Glauber Rocha como principal referência. “O texto do Chico é bastante provocativo”, comenta Cíntia.


A outra novidade na programação é o documentário Não é de se jogar fora, que teve sua estréia anunciada no final do ano passado, mas por problemas técnicos no equipamento de projeção e áudio não chegou a ser exibido na data marcada. O curta, também inédito portanto, é uma produção experimental dos alunos do curso de Cinema e Animação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que trata da cadeia do lixo no município de Pelotas. Durante o trabalho os estudantes realizaram entrevistas com autoridades no assunto, empresários, representantes de cooperativas e catadores.


Em cartaz

Outubro do Futuro, de Chico Maximila (Moviola Filmes – Pelotas)
Não é de se jogar fora, produção experimental do curso de Cinema e Animação da UFPel e Moviola Filmes
O Caramujo, de Rafael Andreazza, Chico Maximila e Rodrigo Neves (Campos Neutrais Filmes – Pelotas)
O Solitário Jorge, de Chico Maximila e Rodrigo Neves (Campos Neutrais Filmes)
Estacionamento, de Cíntia Langie e Daniela Pinheiro (Moviola Filmes)
Documentário Pimenta Buena, direção coletiva (Moviola Filmes)
Crepúsculo e Duplo, vídeos-arte de Kelly Xavier (Pelotas)
A poesia radical da espera, de Leonardo Peixoto (vencedor do festival GP do Minuto da UFPel em 2008)
Ocupação, documentário de Lizandro Moura (Porto Alegre)


Prestigie!

O quê: Circuito de Cinema Barra Cine
Quando: sexta e sábado, a partir das 21h
Onde: no Museu/Atelier Hamilton Coelho, na Barra do Chuí


Como chegar

Para ir há ônibus na sexta e no sábado com saídas da rodoviária de Pelotas às 6h, às 9h30min, às 13h, às 16h e às 18h30min. O valor da passagem é R$ 34,25. Para voltar os horários são: 6h, 9h, 13h, 16h e 18h30min.

Para o translado entre a rodoviária do Chuí e a barra há ônibus em vários horários, das 7h30min às 19h30min. A outra opção é ir de táxi. O valor médio da corrida da rodoviária até a barra é de R$ 12,00. Para mais informações, o telefone da rodoviária do Chuí é (53) 3265-1498.


Onde ficar

Junto ao museu e atelier os visitantes poderão contar com uma estrutura de camping. Para acampar no local o custo é de R$ 10,00 por pessoa. Reservas pelo telefone (53) 3503-3053.


Mais

Na sexta-feira, antes do início da mostra, o escritor Roberto Jung fará o lançamento do livro Maria Baderna no local.


Acesse: Blog da Moviola


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Não é de se jogar fora...

Estréia nesta quinta-feira (4) o documentário Não é de se jogar fora, produzido pelo curso de Cinema e Animação da UFPel em parceria com a Moviola Filmes.

O filme, cuja temática gira em torno da questão do lixo na cidade de Pelotas, foi realizado pelos alunos da disciplina de Cinema Documentário.


O lançamento será às 20h30, na frente do IAD/UFPel (Alberto Rosa, 62).
A entrada é franca. Leve sua cadeira de praia.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Vingança I


[Clique na imagem para visualizar em maior resolução.]

* Isto não é um post pago. Anuncie aqui.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Curta Jorge Nelson no Sete Imagens


A segunda edição do projeto Sete Imagens apresenta esta semana o curta Jorge Nelson e a Hipnose Magnética, uma produção independente da Folha Macho Filmes realizada por alunos do curso de Cinema e Animação da Universidade Federal de Pelotas.


O humor inteligente é a tônica dessa comédia, inspirada em um conto do escritor americano O. Henry, com roteiro adaptado por Duda Keiber. Mas, como ele mesmo faz questão de enfatizar "é ultrapassado dar um carimbaço no filme e dizer que ele pertence a um determinado gênero", já que o enredo tem elementos que bem permitiriam a ele outras classificações. O caráter político e social do filme fica por conta das críticas à burocracia, da denúncia das formas antigas e modernas de escravidão e da corrupção - também chamada de "malandragem" - em todas as escalas sociais.


A produção tem no elenco os atores pelotenses Serjola Insaurriaga, Cláudio Silveira, Eurico Sacco e Fernando Bittencourt, e conta ainda com as participações especiais de André Oliveira e do pintor Paulo Correa. A trilha sonora é assinada pelo trio Sovaco de Cobra.


Conto do vigário

Na história, tudo acontece quando um trambiqueiro viajante chega a Pelotas, e como nas outras cidades, passa a ganhar dinheiro vendendo a promessa de cura para todos os males, em frascos de água e anelina que ele chama de "Elixir Amargo da Ressurreição". Adoentado, o prefeito da cidade resolve colocar à prova os efeitos do remédio. Disposto a tudo para sustentar sua farsa, o golpista precisa arranjar um jeito de se livrar da cilada para não ser desmascarado. Quem será mais esperto nesta trama? No final da história de enganadores, o roteiro pode esconder um desfecho inesperado.



Cinecuriosidades:

* Produzido em setembro do ano passado, o curta-metragem Jorge Nelson e a Hipnose Magnética já foi exibido na mostra permanente de cinema que ocorre todas às quintas-feiras no Pelourinho, em Salvador-BA.

* Em Pelotas, o filme foi exibido durante a Maratona de Cinema da Z-3, realizada na colônia de pescadores em abril deste ano, e também esteve na programação da TV Cidade.

* A produção de Jorge Nelson chegou a receber um convite para exibir o curta no Festival de Cinema Pobre, em Portugal. No entanto os organizadores do evento exigiram que o filme fosse reeditado, e reduzido para 12 minutos. Além disso, eles impuseram restrições no vocabulário utilizado no texto. A gíria "pila", por exemplo, teria que ser substituída por outra, como "mango", que é mais comum no português de Portugal no sentido de "dinheiro". Isso porque, em terras lusitanas "pila" é um sinônimo vulgar de "pênis".

* O quadro assinado pelo pintor citadino Paulo Correa O Grito da Periferia, que foi premiado no Salão de Arte Afro do Estado do RS, é o elemento cênico que mais se repete no filme. A obra aparece em várias cenas, e está presente em todos os cenários internos: no quarto do hotel onde o protagonista se hospeda, no boteco e no quarto do prefeito.


Para não perder a sessão:

O quê: Sete Imagens, apresentação e debate do curta-metragem Jorge Nelson e a Hipnose Magnética
Quando: Amanhã, às 18h30
Onde: No Theatro Sete de Abril
Entrada franca.

* Após a exibição do curta a platéia será convidada a participar de um debate sobre o filme com a presença dos diretores Duda Keiber e Bernardo Turela, do produtor Alexandre Mattos e do ator André Oliveira.


Texto: Bianca Zanella | Fotos: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 18 de junho de 2008