De carreira são dez anos, mais de 60 músicas gravadas em discos de festivais e algumas prateleiras de prêmios colecionados pela estrada da vida afora. Apesar da bagagem, Raineri Spohr sente como se estivesse apenas começando, como a cada nova experiência, desde que seu CD de estréia - Por campo e galpões - ficou pronto, há mais ou menos um mês. "Eu tô começando de novo", diz com a humildade - um tanto quanto constrangida - que lhe é peculiar. "Raineri é um pedritense de alma pura e mirada sincera", como diria Guilherme Collares na apresentação do CD.
O disco já está nas lojas (Multisom e Studio CD´s, R$ 11,90), mas os shows de lançamento na região, por conta da agenda de festivais, só devem acontecer no ano que vem. O público, entretanto, teve uma pequena mostra do trabalho na apresentação de Raineri durante a programação da 36ª Feira do Livro.
Se as coisas tem seu próprio tempo para acontecer, este é um disco que veio em boa hora, nem antes nem depois do tempo certo. Isso porque pode até significar um "recomeço", como insiste o músico, mas a sua trajetória não passa em branco neste trabalho tão esperado por ele.
Poucos são os "primeiros CD´s" lançados no cenário local e regional com qualidade equivalente a este, bem cuidado da produção/gravação ao encarte. Raineri está inteiro em cada uma das 12 faixas - em poesia e melodia - bem acompanhado por suas bem-sucedidas parcerias, como os instrumentistas Edilberto Bérgamo, Gustavo Oliveira, Guilherme Ceron, Fábio Andrade, Rodrigo Maia e Felipe Radünz, e os compositores Adriano Alves, Roberto Luçardo e Eron Vaz Mattos, entre tantos.
A idéia inicial, que era fazer uma coletânea das participações em festivais gravadas ao vivo, foi deixada de lado em nome de um projeto maior. "Deixa isso para os poetas e encara a coisa como gente grande", foi o conselho que ouviu dos amigos, companheiros de música, que o incentivaram a gravar o álbum inédito, em estúdio.
No entanto, entre o período da gravação - no segundo semestre do ano passado - e o lançamento este mês, várias músicas foram selecionadas em festivais, conferindo ao CD um atestado de qualidade. A chamarra Despachando a trote largo foi a canção mais popular no Canto das Invernias e o rasguido Baeta Colorada venceu a categoria de melhor grupo instrumental na Vigília do Canto Gaúcho, em Cachoeira do Sul, para citar apenas duas participações premiadas.
Inéditas mesmo, no lançamento, são as canções Potra Solidão, o chamamé Ainda hoje cedo e a milonga No rumo da ilhapa.
Versos campeiros criados na cidade
Se é possível sentir saudade do que não se viveu, Raineri é a prova que sim. Sua vivência no campo foi apenas ocasional. Natural de Dom Pedrito, hoje aos 27 anos, foi criado na cidade. "Sou um gaúcho urbano", diz ele, que ainda assim nunca esqueceu dos tempos de guri vividos no interior do Mato Grosso. "Acordar no campo, comer pão feito em casa com manteiga é diferente que acordar na cidade", lembra com saudoso idealismo da identificação imediata que teve com a vida campeira.
"Eu me apaixono pelas imagens do campo, e canto por quem faz essas lidas e por quem merece. Falar da prenda, do homem do campo, da sua humildade e ao mesmo inteligência e do jeito como ele faz as coisas com amor é o que gosto", diz o romântico confesso.
Consciente de que "ninguém fica rico com um disco", Raineri apresenta seu CD como cartão de visitas e pretende ir além. "Todo mundo tem um sonho. Eu pretendo gravar outros e seguir cantando com essa sensibilidade que eu tenho para transmitir essa imagem do campo que eu canto e que me encanta."
Texto: Bianca Zanella | Imagem: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Segunda-feira, 08 de dezembro de 2008
O disco já está nas lojas (Multisom e Studio CD´s, R$ 11,90), mas os shows de lançamento na região, por conta da agenda de festivais, só devem acontecer no ano que vem. O público, entretanto, teve uma pequena mostra do trabalho na apresentação de Raineri durante a programação da 36ª Feira do Livro.
Se as coisas tem seu próprio tempo para acontecer, este é um disco que veio em boa hora, nem antes nem depois do tempo certo. Isso porque pode até significar um "recomeço", como insiste o músico, mas a sua trajetória não passa em branco neste trabalho tão esperado por ele.
Poucos são os "primeiros CD´s" lançados no cenário local e regional com qualidade equivalente a este, bem cuidado da produção/gravação ao encarte. Raineri está inteiro em cada uma das 12 faixas - em poesia e melodia - bem acompanhado por suas bem-sucedidas parcerias, como os instrumentistas Edilberto Bérgamo, Gustavo Oliveira, Guilherme Ceron, Fábio Andrade, Rodrigo Maia e Felipe Radünz, e os compositores Adriano Alves, Roberto Luçardo e Eron Vaz Mattos, entre tantos.
A idéia inicial, que era fazer uma coletânea das participações em festivais gravadas ao vivo, foi deixada de lado em nome de um projeto maior. "Deixa isso para os poetas e encara a coisa como gente grande", foi o conselho que ouviu dos amigos, companheiros de música, que o incentivaram a gravar o álbum inédito, em estúdio.
No entanto, entre o período da gravação - no segundo semestre do ano passado - e o lançamento este mês, várias músicas foram selecionadas em festivais, conferindo ao CD um atestado de qualidade. A chamarra Despachando a trote largo foi a canção mais popular no Canto das Invernias e o rasguido Baeta Colorada venceu a categoria de melhor grupo instrumental na Vigília do Canto Gaúcho, em Cachoeira do Sul, para citar apenas duas participações premiadas.
Inéditas mesmo, no lançamento, são as canções Potra Solidão, o chamamé Ainda hoje cedo e a milonga No rumo da ilhapa.
Versos campeiros criados na cidade
Se é possível sentir saudade do que não se viveu, Raineri é a prova que sim. Sua vivência no campo foi apenas ocasional. Natural de Dom Pedrito, hoje aos 27 anos, foi criado na cidade. "Sou um gaúcho urbano", diz ele, que ainda assim nunca esqueceu dos tempos de guri vividos no interior do Mato Grosso. "Acordar no campo, comer pão feito em casa com manteiga é diferente que acordar na cidade", lembra com saudoso idealismo da identificação imediata que teve com a vida campeira.
"Eu me apaixono pelas imagens do campo, e canto por quem faz essas lidas e por quem merece. Falar da prenda, do homem do campo, da sua humildade e ao mesmo inteligência e do jeito como ele faz as coisas com amor é o que gosto", diz o romântico confesso.
Consciente de que "ninguém fica rico com um disco", Raineri apresenta seu CD como cartão de visitas e pretende ir além. "Todo mundo tem um sonho. Eu pretendo gravar outros e seguir cantando com essa sensibilidade que eu tenho para transmitir essa imagem do campo que eu canto e que me encanta."
Texto: Bianca Zanella | Imagem: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Segunda-feira, 08 de dezembro de 2008
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