A segunda edição do projeto Sete Imagens apresenta esta semana o curta Jorge Nelson e a Hipnose Magnética, uma produção independente da Folha Macho Filmes realizada por alunos do curso de Cinema e Animação da Universidade Federal de Pelotas.
O humor inteligente é a tônica dessa comédia, inspirada em um conto do escritor americano O. Henry, com roteiro adaptado por Duda Keiber. Mas, como ele mesmo faz questão de enfatizar "é ultrapassado dar um carimbaço no filme e dizer que ele pertence a um determinado gênero", já que o enredo tem elementos que bem permitiriam a ele outras classificações. O caráter político e social do filme fica por conta das críticas à burocracia, da denúncia das formas antigas e modernas de escravidão e da corrupção - também chamada de "malandragem" - em todas as escalas sociais.
A produção tem no elenco os atores pelotenses Serjola Insaurriaga, Cláudio Silveira, Eurico Sacco e Fernando Bittencourt, e conta ainda com as participações especiais de André Oliveira e do pintor Paulo Correa. A trilha sonora é assinada pelo trio Sovaco de Cobra.
Conto do vigário
Na história, tudo acontece quando um trambiqueiro viajante chega a Pelotas, e como nas outras cidades, passa a ganhar dinheiro vendendo a promessa de cura para todos os males, em frascos de água e anelina que ele chama de "Elixir Amargo da Ressurreição". Adoentado, o prefeito da cidade resolve colocar à prova os efeitos do remédio. Disposto a tudo para sustentar sua farsa, o golpista precisa arranjar um jeito de se livrar da cilada para não ser desmascarado. Quem será mais esperto nesta trama? No final da história de enganadores, o roteiro pode esconder um desfecho inesperado.
Cinecuriosidades:
* Produzido em setembro do ano passado, o curta-metragem Jorge Nelson e a Hipnose Magnética já foi exibido na mostra permanente de cinema que ocorre todas às quintas-feiras no Pelourinho, em Salvador-BA.
* Em Pelotas, o filme foi exibido durante a Maratona de Cinema da Z-3, realizada na colônia de pescadores em abril deste ano, e também esteve na programação da TV Cidade.
* A produção de Jorge Nelson chegou a receber um convite para exibir o curta no Festival de Cinema Pobre, em Portugal. No entanto os organizadores do evento exigiram que o filme fosse reeditado, e reduzido para 12 minutos. Além disso, eles impuseram restrições no vocabulário utilizado no texto. A gíria "pila", por exemplo, teria que ser substituída por outra, como "mango", que é mais comum no português de Portugal no sentido de "dinheiro". Isso porque, em terras lusitanas "pila" é um sinônimo vulgar de "pênis".
* O quadro assinado pelo pintor citadino Paulo Correa O Grito da Periferia, que foi premiado no Salão de Arte Afro do Estado do RS, é o elemento cênico que mais se repete no filme. A obra aparece em várias cenas, e está presente em todos os cenários internos: no quarto do hotel onde o protagonista se hospeda, no boteco e no quarto do prefeito.
Para não perder a sessão:
O quê: Sete Imagens, apresentação e debate do curta-metragem Jorge Nelson e a Hipnose Magnética
Quando: Amanhã, às 18h30
Onde: No Theatro Sete de Abril
Entrada franca.
* Após a exibição do curta a platéia será convidada a participar de um debate sobre o filme com a presença dos diretores Duda Keiber e Bernardo Turela, do produtor Alexandre Mattos e do ator André Oliveira.
Texto: Bianca Zanella | Fotos: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 18 de junho de 2008
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