terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma noite para relembrar "aquela" época

Se você viveu a juventude nos anos 60 e 70, com certeza deve lembrar deles. Eles, os irmãos Velasco, eram a garantia dos agitos da noite pelotense e nomes recorrentes nos salões de bailes da região sul, assim como outros conjuntos como Os Santos e Os Lobos. Vai dizer que você não lembra? Se não lembra porque era muito pequeno na época ou nem era nascido, amanhã terá uma oportunidade única de ver o som que esses “tiozões” são capazes de fazer.

Sim, os tais “bons tempos” estão de volta, como anuncia o nome do show que marca o reencontro do grupo Os Velascos, nesta quarta-feira (11), no Bar e Champanharia João Gilberto. E grife-se: trata-se de uma apresentação histórica, mais de 31 anos depois que o conjunto subiu ao palco pela última vez com esse nome em um baile de debutantes do Clube Brilhante no distante setembro de 1977, se não falha a memória dos veteranos.

Depois, sem o irmão Jorge - que recém-formado foi morar em São Paulo - a banda ainda seguiu em nova formação por mais algum tempo com o nome de Água da Fonte.

Mas o grupo Os Velascos, mesmo, durou dez anos. “E que década!”, exclamam saudosos os que viveram intensamente no tempo da jovem guarda. Do que mais sentem saudade? Da música, claro. “A qualidade musical era muito superior”, afirma categoricamente Tony del Ponte - tecladista e companheiro de estrada dos irmãos fundadores do grupo.

Do tempo de banda, não escondem a saudade do glamour que a adolescência vivida nos palcos proporcionava. “Nós éramos uns garotões cheios de sonhos. Não tínhamos a menor pretensão de ganhar dinheiro com a música. A gente só queria saber de ser ‘artista’ e se exibir pras meninas”, lembra.
Quando começaram a tocar, de brincadeira, o caçula da banda - Darci - ainda era um guri com seus incompletos dez anos de idade. Os irmãos e seus amigos se reuniam para participar de festas na zona da várzea e do Fátima, em Pelotas, onde moravam. Faziam covers de grupos e cantores americanos, ingleses e italianos da época. Da cena nacional, incorporaram ao repertório alguns sambas e, claro, muitos tops das paradas de sucesso de bandas como The Originals, The Fevers, Golden Boys e Renato e seus Blue Caps.

E foi assim que o sucesso veio. Depois que o grupo se apresentou pela primeira vez no programa de calouros da Rádio Cultura começaram a chover convites para animar clubes e boates espalhando a fama dos Velascos para longe. Os shows se estenderam por várias cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Uruguai e Argentina.


O reencontro

Vestidos a caráter e cheios de energia Os Velascos estão ansiosos para voltar ao palco. Será apenas um show. Mas, quem garante que depois deste não virão outros? Jorge já se entusiasmou com a volta da rotina de ensaios e até comprou uma nova bateria.

O estúdio, bem mais equipado do que aquele dos ensaios de antigamente, é o ponto de encontro da família e convidados nas horas vagas. Afinal, a vida de cada um seguiu para além da música.

O saxofonista Luiz Carlos - mais velho dos irmãos, hoje com 61 anos - trabalha com sonorização e iluminação de espetáculos. Jorge, o bateirista, é psicólogo e psiquiatra. O vocalista e guitarrista Paulo é empresário e produtor cultural (inclusive é responsável pela produção deste show). Miguel é músico, costuma tocar na cena musical porto-alegrense. Darci, o mais novo, é o único que não estará no show pois não resistiu à gafieira e por causa de uma “palhinha” foi descoberto: hoje cumpre agenda com a banda Renato e seus Blue Caps no Rio de Janeiro, onde vive há quase 20 anos.

Sobem ao palco também os músicos e amigos Tony del Ponte (teclados e vocal), Sulivan Mello (guitarra) e Paulo Lima (baixo), todos antigos integrantes da banda.

Como convidados especiais participam Ottoni (baixo), Silnei Goris (vocal) e os jovens herdeiros musicais da família Milene e Rafael Velasco.

A apresentação de amanhã irá virar um DVD que, aliás, será o primeiro registro fonográfico da história d’Os Velascos. Se tudo der certo, diz o produtor Paulo, será encontrado posteriormente “nas melhores casas do ramo”, brincando com o jargão “das antigas”.

O show faz parte da programação especial de verão do Bar e Champanharia João Gilberto e é um tributo aos 42 anos da Jovem Guarda.


Não perca!

O quê: Tributo à Jovem Guarda com Os Velascos
Quando: amanhã (11), pós 23h30min
Onde: no Bar e Champanharia João Gilberto (rua Gonçalves Chaves, 430)
Quanto: ingressos antecipados a R$ 20,00 e mesa para quatro pessoas a R$ 80,00 à venda no local do show (sempre aberto de terça a sábado a partir das 15h)
Contato: outras informações e reservas de mesas pelos telefones 3026-2140 (no bar), 3278-4384 e 9165-1214 com a produção do show.


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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