Alguns fatos marcam épocas. E marcam a vida das pessoas no momento em que elas recebem as notícias, sejam elas boas novas ou nem tão boas assim. As reportagens, registros da história, são o tema da palestra que o jornalista David Coimbra profere hoje (5) no auditório da Universidade Católica de Pelotas.
O porto-alegrense fará aqui o lançamento do livro 45 reportagens que fizeram história, que ocorre simultâneamente em todas as faculdades de jornalismo do Estado, 18 ao todo.
Além de reunir fragmentos dos trabalhos publicados ao longo dos 45 anos do jornal Zero Hora, comemorados esse ano, o livro revela as circunstâncias em que foram produzidas as reportagens, dos bastidores à repercussão.
De David Coimbra, duas reportagens foram selecionadas: uma feita em junho de 1997 no vilarejo boliviano de Vallegrande onde estariam os ossos de Che Guevara. Ele e o repórter fotográfico Valdir Friolin foram para lá 30 anos depois da morte de Che, e conversaram com os moradores do lugar de onde o líder pretendia espalhar a revolução armada e da vila de La Higuera, onde foi morto a tiros em outubro de 1967.
No trecho de outra reportagem reproduzido no livro, David conta como chegou – com o fotógrafo José Doval – ao reduto do líder guerrilheiro Gerardo Aguilar, em julho de 2001, para saber por que ele se embrenhara na selva para implantar o socialismo na Colômbia.
Conhecido por textos leves e bem humorados, Coimbra, que tem 13 livros publicados, diz acreditar que, ao contrário do que muitos pensam, o espaço da reportagem é crescente. “A reportagem, essa forma de contar uma coisa, é insubistituível. Com o advento da comunicação cada vez mais veloz as pessoas vão sentir falta disso, de boas reportagens, de textos mais profundos e elaborados”, defende.
Aos 46 anos, o colunista e editor de esportes contabiliza 19 anos de casa no grupo RBS, e já passou por todas as editorias – exceto a de economia – em mais de 10 redações do sul do Brasil. Atualmente é também comentarista da TVCom e apresentador do programa Pretinho Básico, da rádio Atlântida.
Jornalista por formação
Em tempos em que a obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão de jornalista está em pauta, David Coimbra também foi convidado a dar sua opinião sobre o assunto.
Formado pela PUC-RS, na entrevista concedida ao Diário Popular ele criticou o currículo das escolas de comunicação social e diz que por causa do fraco conteúdo a formação perdeu importância. “A universidade é útil, mas eu não conseguiria preencher um caderno com tudo o que se aprende lá”, disse. “Se durante quatro anos os alunos tivessem aulas de inglês, boas indicações de leitura, essas coisa que a gente realmente usa, valeria mais. Mas ainda assim vale pelo convívio com outras pessoas que também querem ser jornalistas, pelas discussões éticas da profissão.”
Quando perguntado diretamente se é a favor ou contra a obrigatoriedade do diploma, ele respondeu: “O diploma já foi mais importante. Hoje ser obrigatório ou não é quase irrelevante. Mesmo que não fosse obrigatório as empresas dariam preferência para pessoas com formação na hora de contratar”, argumentou.
Não perca!
O quê: palestra com o jornalista David Coimbra
Quando: terça-feira (5), às 19h
Onde: no auditório Dom Antonio Zattera (Campus I da UCPel)
Para quem: a palestra tem entrada franca e é dirigida a alunos e professores do Curso de Comunicação Social
Leia mais no site da Livraria Vanguarda.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / P.4 | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 5 de maio de 2009
O porto-alegrense fará aqui o lançamento do livro 45 reportagens que fizeram história, que ocorre simultâneamente em todas as faculdades de jornalismo do Estado, 18 ao todo.
Além de reunir fragmentos dos trabalhos publicados ao longo dos 45 anos do jornal Zero Hora, comemorados esse ano, o livro revela as circunstâncias em que foram produzidas as reportagens, dos bastidores à repercussão.
De David Coimbra, duas reportagens foram selecionadas: uma feita em junho de 1997 no vilarejo boliviano de Vallegrande onde estariam os ossos de Che Guevara. Ele e o repórter fotográfico Valdir Friolin foram para lá 30 anos depois da morte de Che, e conversaram com os moradores do lugar de onde o líder pretendia espalhar a revolução armada e da vila de La Higuera, onde foi morto a tiros em outubro de 1967.
No trecho de outra reportagem reproduzido no livro, David conta como chegou – com o fotógrafo José Doval – ao reduto do líder guerrilheiro Gerardo Aguilar, em julho de 2001, para saber por que ele se embrenhara na selva para implantar o socialismo na Colômbia.
Conhecido por textos leves e bem humorados, Coimbra, que tem 13 livros publicados, diz acreditar que, ao contrário do que muitos pensam, o espaço da reportagem é crescente. “A reportagem, essa forma de contar uma coisa, é insubistituível. Com o advento da comunicação cada vez mais veloz as pessoas vão sentir falta disso, de boas reportagens, de textos mais profundos e elaborados”, defende.
Aos 46 anos, o colunista e editor de esportes contabiliza 19 anos de casa no grupo RBS, e já passou por todas as editorias – exceto a de economia – em mais de 10 redações do sul do Brasil. Atualmente é também comentarista da TVCom e apresentador do programa Pretinho Básico, da rádio Atlântida.
Jornalista por formação
Em tempos em que a obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão de jornalista está em pauta, David Coimbra também foi convidado a dar sua opinião sobre o assunto.
Formado pela PUC-RS, na entrevista concedida ao Diário Popular ele criticou o currículo das escolas de comunicação social e diz que por causa do fraco conteúdo a formação perdeu importância. “A universidade é útil, mas eu não conseguiria preencher um caderno com tudo o que se aprende lá”, disse. “Se durante quatro anos os alunos tivessem aulas de inglês, boas indicações de leitura, essas coisa que a gente realmente usa, valeria mais. Mas ainda assim vale pelo convívio com outras pessoas que também querem ser jornalistas, pelas discussões éticas da profissão.”
Quando perguntado diretamente se é a favor ou contra a obrigatoriedade do diploma, ele respondeu: “O diploma já foi mais importante. Hoje ser obrigatório ou não é quase irrelevante. Mesmo que não fosse obrigatório as empresas dariam preferência para pessoas com formação na hora de contratar”, argumentou.
Não perca!
O quê: palestra com o jornalista David Coimbra
Quando: terça-feira (5), às 19h
Onde: no auditório Dom Antonio Zattera (Campus I da UCPel)
Para quem: a palestra tem entrada franca e é dirigida a alunos e professores do Curso de Comunicação Social
Leia mais no site da Livraria Vanguarda.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / P.4 | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 5 de maio de 2009
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