Quem, caro leitor, não lembra do primeiro show que assistiu na vida? A expectativa e a emoção de ver um artista “famoso” de perto é sempre um momento memorável, mesmo que o “perto” signifique muitos metros de distância do palco e que o artista em questão seja visto pequenininho - o real menor do que o que aparece no telão. As luzes, o som alto, a movimentação dos holds no palco… Tudo é novidade para os que debutam como espectadores dos grandes espetáculos.
Pontas dos pés para ver melhor, letras das músicas na ponta da língua. Depois, todos os sacrifícios e toda a paciência do mundo para aguentar a espera valem à pena por um autógrafo e, seguindo a mania contemporânea, uma foto para colocar no Orkut.
Depois que o frenesi todo passa a gente acha graça, às vezes até perde o autógrafo do ídolo, cresce e pensa que é bobagem tanta “tietagem”. Mas sejamos compreensivos com os fãs. Quem nunca tietou, um pouquinho que seja, que atire a primeira baqueta, ou palheta, ganhada de presente e guardada para sempre como souvenir do espetáculo
Penso nisso porque às vezes alguns shows são tão empolgantes que até parecem primeiros shows. Tanto, que até se vê alguns veteranos da platéia terem recaídas. O show dos Titãs, na terça-feira passada, no Theatro Guarany, deve ter sido assim para muitos. Inesquecível para os que tiveram a honra de assisti-los logo no primeiro show da vida (“fenômeno” que se repete muitas vezes com a banda que vive renovando seu público), e também para todos os que assistiram ao espetáculo, não importando quantos outros já tivessem presenciado antes.
Eu estava na beirinha do palco, vendo com detalhes todos os movimentos daqueles ícones do rock brazuca. Como já era de se esperar, Paulo Miklos, Tony Bellotto, Sérgio Britto, Branco Mello e Charles Gavin tiveram o público “na mão” desde o princípio. O show teve também a presença do baixista Lee Marcucci e, substituindo Emerson Villani, a participação especial de André Fonseca (ex-integrante da banda oitentista Okotô e membro não-oficial dos Titãs), guitarrista “nascido e criado nos arredores do Theatro Guarany”, como diria Branco Mello.
A vibração da plateia era intensa já na segunda música, Flores. O show era aguardado desde que a apresentação do álbum Acústico deixou saudade em Pelotas, há 8 anos. Começou leve, com baladas como a regueira Go back, Provas de amor, Epitáfio e Pra dizer adeus. Mas não demorou muito para a banda mostrar sua veia rock´n´roll e underground com Vossa Excelência, Bichos escrotos, AA UU, Polícia e Cabeça dinossauro. A reação da plateia foi imediata.
Não sem bem em que momento o público levantou e não sentou mais. Veio Aluga-se, A melhor banda de todos os tempos…, Homem primata. Para coroar as pegadas de rock, o soar dos primeiros acordes do primeiro sucesso, Sonífera Ilha, bastaram para provocar uma nova onda de êxtase. Já no bis teve Loirinha bom-bril, da banda co-irmã Paralamas do Sucesso, É preciso saber viver, Pulso e Comida.
Faltou no setlist o single inédito Antes de você, de Paulo Miklos, prometido por Tony Bellotto em entrevista ao caderno Zoom. Mas, enquanto se espera o mais novo hit – e os outros do novo CD (em fase de conclusão) - a gente fica com a boa recordação dos sucessos do passado.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / P. 4 | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 14 de abril de 2009
Pontas dos pés para ver melhor, letras das músicas na ponta da língua. Depois, todos os sacrifícios e toda a paciência do mundo para aguentar a espera valem à pena por um autógrafo e, seguindo a mania contemporânea, uma foto para colocar no Orkut.
Depois que o frenesi todo passa a gente acha graça, às vezes até perde o autógrafo do ídolo, cresce e pensa que é bobagem tanta “tietagem”. Mas sejamos compreensivos com os fãs. Quem nunca tietou, um pouquinho que seja, que atire a primeira baqueta, ou palheta, ganhada de presente e guardada para sempre como souvenir do espetáculo
Penso nisso porque às vezes alguns shows são tão empolgantes que até parecem primeiros shows. Tanto, que até se vê alguns veteranos da platéia terem recaídas. O show dos Titãs, na terça-feira passada, no Theatro Guarany, deve ter sido assim para muitos. Inesquecível para os que tiveram a honra de assisti-los logo no primeiro show da vida (“fenômeno” que se repete muitas vezes com a banda que vive renovando seu público), e também para todos os que assistiram ao espetáculo, não importando quantos outros já tivessem presenciado antes.
Eu estava na beirinha do palco, vendo com detalhes todos os movimentos daqueles ícones do rock brazuca. Como já era de se esperar, Paulo Miklos, Tony Bellotto, Sérgio Britto, Branco Mello e Charles Gavin tiveram o público “na mão” desde o princípio. O show teve também a presença do baixista Lee Marcucci e, substituindo Emerson Villani, a participação especial de André Fonseca (ex-integrante da banda oitentista Okotô e membro não-oficial dos Titãs), guitarrista “nascido e criado nos arredores do Theatro Guarany”, como diria Branco Mello.
A vibração da plateia era intensa já na segunda música, Flores. O show era aguardado desde que a apresentação do álbum Acústico deixou saudade em Pelotas, há 8 anos. Começou leve, com baladas como a regueira Go back, Provas de amor, Epitáfio e Pra dizer adeus. Mas não demorou muito para a banda mostrar sua veia rock´n´roll e underground com Vossa Excelência, Bichos escrotos, AA UU, Polícia e Cabeça dinossauro. A reação da plateia foi imediata.
Não sem bem em que momento o público levantou e não sentou mais. Veio Aluga-se, A melhor banda de todos os tempos…, Homem primata. Para coroar as pegadas de rock, o soar dos primeiros acordes do primeiro sucesso, Sonífera Ilha, bastaram para provocar uma nova onda de êxtase. Já no bis teve Loirinha bom-bril, da banda co-irmã Paralamas do Sucesso, É preciso saber viver, Pulso e Comida.
Faltou no setlist o single inédito Antes de você, de Paulo Miklos, prometido por Tony Bellotto em entrevista ao caderno Zoom. Mas, enquanto se espera o mais novo hit – e os outros do novo CD (em fase de conclusão) - a gente fica com a boa recordação dos sucessos do passado.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / P. 4 | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 14 de abril de 2009
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