sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Show de Daniel Torres cancelado

COMUNICADO:


O Sesc/RS comunica à imprensa e à comunidade de Pelotas e da região, o cancelamento da apresentação que o cantor Daniel Torres faria hoje (30/01) à noite na praia do Laranjal, pelo Sesc Música, e a tranferência do Triathlon Praia do Laranjal que seria realizado no domingo (01/02).


As alterações foram em decorrência da tragédia que assolou a Região Sul do Estado. Salientamos que a programação cultural com Daniel Torres na praia do Cassino, agendada para o dia 31/01, às 21h, está confirmada. Já o Triathlon Praia do Laranjal foi transferido para o dia 08/02.

Um canto sem fronteiras

Hoje e amanhã o Sesc traz a Pelotas e Rio Grande o porta-voz do nativismo gaúcho e do romantismo latino-americano

A voz de Daniel Torres bem que poderia ser ícone da integração pampeana do Mercosul. Com praticamente quatro nacionalidades, seu ecletismo não é uma mistura gratuita. Suas influências são claras e fortes. Filho de pai chileno e mãe argentina, o músico nasceu em Santa Vitória do Palmar. Cresceu no Uruguai, em meio ao mundo do espetáculo e da música: seus pais eram artistas de circo e também trabalhavam como atores de rádio.

Em mais de 25 anos de carreira, Daniel Torres tem marcos em sua trajetória artística, hora mais nativista, hora evidenciando o melódico romantismo latino.

Seus shows costumam ter a energia da batida do bumbo leguero e as apresentações nas praias do Laranjal e do Cassino - hoje e amanhã - não devem ser diferentes. “Tudo é uma questão de colocar carinho e emoção no que a gente faz. Quando tu joga a tua energia para o público recebe tudo em dobro”, afirma o músico, com um carregado sotaque castelhano.

A música Solo le pido a Diós (Só peço a Deus) - que há poucos meses o músico cantou emocionado ao lado de sua maior intérprete - Mercedes Sosa - durante a Vigília da Canção Gaúcha em Cachoeira do Sul, deverá encerrar a apresentação como ocorre tradicionalmente.


Entre amigos

Os show de Daniel Torres terão no repertório um apanhado de seus oito CDs e também algumas novas músicas que fazem parte de seu mais recente trabalho, o CD Entre amigos, que acaba de ser gravado e deve chegar às lojas entre os meses de março e abril.

No disco, a maioria das canções é inédita mas há também temas rebuscados nas mais marcantes participações do músico em festivais, pelos quais coleciona mais de 50 troféus de melhor intérprete.

Duas são em espanhol: Los gauchos - única no CD de autoria de Torres - e Kilômetro 11, famoso chamamé do cancioneiro folclórico argentino.

Nas interpretações, Daniel Torres ganha a companhia de outros renomados nomes da música do Rio Grande do Sul como César Oliveira, Rogério Melo, Wilson Paim, Cristiano Quevedo, Luiz Marenco e Dante Ramon Ledesma.

A atração no litoral sul é uma promoção do Sesc através do projeto Estação Verão e do Circuito Sesc de Música Gaúcha. No sábado e no domingo, entre outras atividades que contemplam a cultura, o esporte e o lazer, o Sesc leva ao Cassino a Escola de Chimarrão, das 9h às 18h.


Atenção veranistas!

Show de Daniel Torres
Hoje (30), no Laranjal (avenida Antônio Augusto Assumpção, em frente ao Shopping Mar de Dentro)
Amanhã (31), no Cassino (rua Henrique Buhle, perto da Igreja Sagrada Família)

* Ambas as apresentações começam às 21h e são abertas ao público.


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Tudo / Capa | Publicado em: Pelotas, Sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Procura-se um violão

Não tinha aparência de novo, mas tinha o som da maturidade. As sete cordas amaciadas já estavam acostumadas às pontas dos dedos do dono. Hoje o violonista sem violão, inconformado, pergunta: quem andará dedilhando aquele seu bom e velho companheiro de quase 40 anos de boemia?

De tão inseparáveis que eram, o instrumento acabou virando sobrenome do instrumentista. Mílton da Costa Alves assumiu a identidade do violão que lhe deu fama: virou Mílton Sete Cordas, conhecido codinome da noite pelotense.

Aos 15 anos já demonstrava habilidade com o cavaquinho, tocando nas rodas que se formavam pelas ruas da Várzea e da zona do Porto. Aos 18 ingressou no serviço militar e iniciou no quartel a parceria que continua até hoje com Avendano Júnior.

Era final da década de 1950 quando Mílton se alistou para servir à ONU em uma missão de paz na faixa de Gaza. Viajou pela Grécia, pelo Líbano, conheceu lugares como Alexandria e Jerusalém. Entre Egito e Israel fez amizade justamente com os outros músicos da expedição.

O professor e militar Edgard Nogueira, o Gaia, também fazia parte da diligência e “organizou” o grupo que animava a estadia dos soldados. Foi numa dessas apresentações informais que foram ouvidos pelo embaixador do Brasil na cidade do Cairo e convidados a tocar em uma recepção para a Seleção brasileira de futebol. “Nós só tínhamos instrumentos velhos. Aí o Nogueira fez uma relação do que precisávamos e o embaixador mandou vir tudo novo da Itália e também mandou confeccionar uma roupa pra nós” lembra Mílton, que, em traje de gala, tocou para uma plateia de craques como o Garrincha e o Pelé em um hotel do Cairo.

De volta ao Brasil, em 1961, passou a trabalhar no setor de transportes da Embrapa. Foi também motorista de ônibus nas linhas entre Pelotas e Porto Alegre, Chuí e Camaquã. Em 1991 se aposentou. Comprou um táxi para seguir trabalhando, mas acabou vendendo o carro cinco anos depois. “Depois que a gente fica velho não consegue mais emprego, aí só me restou a música.”


Um violão de jacarandá

Foi através dos LPs do mestre do choro Waldir Azevedo - carioca compositor de hinos como o Brasileirinho - que Mílton ouviu pela primeira vez os bordões graves do violão de sete cordas e se encantou. Ele, que nunca tinha ouvido falar no instrumento, pediu ao amigo Avendano que perguntasse a Azevedo como era gerado aquele som peculiar no acompanhamento, em uma das correspondências que os dois cavaquinhistas trocavam.

O tal instrumento era uma novidade no mercado, fabricado usando como sétima uma corda de violoncelo. Esclarecido o mistério da “baixaria”, Mílton tratou logo de encomendar um exemplar fabricado artesanalmente pelo consagrado luthier Silvestre na loja Bandolim de Ouro, até hoje ponto consagrado no mapa da música no Rio de Janeiro.

Para pagar o objeto de desejo, que custou Cr$ 672 (672 cruzeiros), ele e Avendano fizeram campanha para arrecadar fundos. “Nós fizemos uma rifa e saíamos a dar serenata. Hoje não dá mais pra fazer isso na rua, prova é que eu tive o violão roubado.”

O violão foi comprado em 1971 e tem a idade do filho mais velho de Mílton. “Eu fui um cara que tive muitas coisas. Quando me separei da minha primeira esposa deixei tudo. Saí de casa só com umas roupas, um revólver e o violão”, diz o músico que teve o instrumento levado por assaltantes em uma madrugada de novembro do ano passado, quando ia a pé para casa depois de mais uma apresentação no bar Liberdade.

Contabilizado o valor sentimental da peça, a raridade tem ainda valor comercial. Exemplares semelhantes, fabricados na mesma época, chegam a ser negociados na Internet por valores em torno de R$ 4 mil atualmente. “Só espero que meu violão não tenha virado crack.”

Sem outra alternativa, o músico segue tocando com um violão emprestado de outro grande nome da música e da boemia pelotense: Possidônio Tavares. Apesar de grato pelo empréstimo, que lhe permite continuar em atividade, Mílton não tem cerimônia em dizer que o violão de Possidônio - com cordas de nylon - não é tão bom quanto era o dele, de cordas de aço.

Hoje Mílton assiste com orgulho ao filho mais novo em suas primeiras incursões no universo da música. “Mas eu não quero música pra ele. Se tiver que ser músico, que seja doutor em música e não músico de boteco que nem eu. Desde os cinco anos ele já fazia uns barulhinhos na flauta e se continuar estudando vai dar show”, afirma ele, prenunciando um músico pelotense da nova geração com grande potencial chamado Thiago Alves, de 11 anos.

Desanimado e sem o “seu” violão, este ano Mílton Sete Cordas - figura conhecida de outros carnavais em Pelotas - ficará fora da tradicional Banda do Costinha. “Para tocar na rua tem que ser com cordas de aço. Além do mais, eu já tô meio velho pra essas coisas...”

Nas noites de sextas e sábados Mílton segue com sua rotina de apresentações no bar Liberdade (rua Marechal Deodoro, 525) com Avendano Júnior e companhia, das 21h30min às 2h30min.

(VIDE FOTO NO DIÁRIO POPULAR)

Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Museu da Z-3


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Tim em tom de alto-astral (para redescobrir o que gosto)

O ato de gostar às vezes nos limita. De tanto gostarmos de alguma coisa, esquecemos de tantas outras. Gostar vicia. Nos acostumamos a repetir o repertório na playlist por força do hábito, preguiça de variar ou falta de ousadia. Sei que nem todos são assim, mas eu sou e sei que há pessoas como eu, que raramente colocam para tocar o que vier, à critério do “gosto” aleatório do comando shuffle no mp3 player. Raramente pego Cd´s - dos poucos que ainda tenho - do fundo da gaveta. Meu mouse também já aprendeu o caminho para uma meia-dúzia de pastas de músicas que mais ouço, entre nem-sei-quantas que tenho armazenadas no computador.

As minhas variações de repertório só acontecem em experiências ao vivo. A shows me permito ir a qualquer um, ou quase qualquer um, seguindo alguns critérios pessoais básicos que não raramente eu esqueço. É nessas ocasiões, nos shows, que redescubro o que gosto. Escuto o que tocar e gosto de quase tudo.

Eu não lembrava que gostava de Tim Maia. Embora o repertório eu conhecesse de cor, assistir às interpretações das músicas é diferente. Faz a gente prestar atenção na melodia, nas letras. Ver o Tim eu só vi poucas vezes, em alguns especiais na TV. Nunca antes tinha me dedicado a ouvir a maior parte das suas músicas.

Mas aí uma certa banda pelotense, chegada na pegada do funk e do samba rock, resolveu fazer um tributo a ele, e eu, claro, não iria perder. Só a iniciativa de fazer uma pesquisa de repertório e propor uma apresentação diferenciada já vale um punhado de aplausos. É esse tipo de atitude – que poucas bandas da cena local tem – que apesar de simples fazem o cover deixar de ser “só um cover”. Além disso, ajudam a atrair um novo público que talvez não comparecesse a qualquer outro show que não fosse um “tributo a Tim Maia”.


Depois da agradável abertura musical com Zé Ricardo, a Soul da Silva subiu ao palco do bar João Gilberto com a alegria que eu já esperava. Os guris capricharam no visual - estilão anos 70 com muitas estampas e feitios de vestuário característicos da década – e embalaram o público diversificado formado por quem viveu no tempo em que Tim se rebelou à Jovem Guarda e também por quem não era nem projeto na época, mas estava disposto a aproveitar a noite retrô.

O trio de instrumentistas formado pelo guitarrista Vinicius “Cacalo” Marques, o baixista Eduardo Simões e o bateirista Renato Popó estava afinado como sempre. Daniel Balhego, o vocalista, estava em mais uma noite inspirada. Soltou a voz, dançou, pulou, rebolou e empolgou a platéia. Os metais de Alex Ribas e Estevão Hom e a percussão de Jucá de León – participações especiais do show – completaram o clima de alto astral.

Perto de mim alguém que ia pedir pra tocarem “aquela música do síndico” se deu conta de que a música não era do Tim Maia, e sim em homenagem a ele, antes de gritar o pedido, que mesmo assim não deixou de ser atendido: não ao vivo. No telão, o DVD acústico de Jorge Ben Jor completou a noite de samba-rock-funk. E aí sim, Jorge Ben cantou: eu vou chamar o síndico: Tim Maia!

O show teve ainda uma homenagem às vítimas do acidente do ônibus do Brasil de Pelotas, com gritos de rubro-negroooo puxados por alguns eufóricos torcedores xavantes. Foi nessa hora de comoção que a banda começou a tocar não sei porque você se foi, tantas saudades eu senti… e ninguém ali no bar pensou em outra coisa até o segundo e último coro do refrão.


Novidades ao microfone

Durante o show, a Soul da Silva anunciou duas novidades para serem conferidas em breve: a primeira é o site www.souldasilva.com, que deve voltar ao ar nos próximos 10 dias.

A segunda é o videoclipe da música Mistério, que fala de uma paixão entre um casal de amigos. A gravação ocorreu no domingo e uma das locações foi o bar João Gilberto. O vídeo ainda não tem data prevista para lançamento.


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Cinema com vista para o mar

Sombra, água fresca e filme na tela. Amanhã e sábado, sobre as areias da barra do Chuí, acontece o primeiro Barra Cine – a “janela” de exibição que tem vista para o mar. A mostra de curtas-metragens é mais uma realização da cinematográfica pelotense Moviola Filmes que irá apresentar suas mais recentes produções além de filmes de outras produtoras independentes de Pelotas e de Porto Alegre. Até ontem ainda estava por ser confirmada a participação de curtas uruguaios no circuito.



O artista plástico Hamilton Coelho será o anfitrião do evento em seu museu/atelier que este ano completa uma década de atividades na fronteira do extremo-sul. A idéia de fazer a mostra foi de Chico Maximila – um dos integrantes da Moviola e natural de Santa Vitória – junto com Coelho.

“A proposta deles foi criar um evento para exibir filmes já em tanto Santa Vitória quanto as cidades dos arredores não contam com salas de cinema”, explica a também cineasta Cíntia Langie. “O grande barato da mostra é o fato dela ser ao ar livre e proporcionar todo um clima de convivência nesses dois dias lá no último terreno do Brasil”, completa o produtor Alexandre Mattos.



Pela primeira vez

Entre os títulos que incluem a programação, dois são lançamentos da Moviola Filmes. Um deles é o documentário Outubro do Futuro, gravado durante o primeiro turno das eleições municipais do ano passado.

De tanto ver os candidatos fazerem promessas sobre o “futuro”, o grupo de cineastas resolveu sair às ruas e perguntar, afinal, quando começa o futuro? E que futuro é esse?

O documentário faz o gênero “cinema neopolítico” que tem Glauber Rocha como principal referência. “O texto do Chico é bastante provocativo”, comenta Cíntia.


A outra novidade na programação é o documentário Não é de se jogar fora, que teve sua estréia anunciada no final do ano passado, mas por problemas técnicos no equipamento de projeção e áudio não chegou a ser exibido na data marcada. O curta, também inédito portanto, é uma produção experimental dos alunos do curso de Cinema e Animação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que trata da cadeia do lixo no município de Pelotas. Durante o trabalho os estudantes realizaram entrevistas com autoridades no assunto, empresários, representantes de cooperativas e catadores.


Em cartaz

Outubro do Futuro, de Chico Maximila (Moviola Filmes – Pelotas)
Não é de se jogar fora, produção experimental do curso de Cinema e Animação da UFPel e Moviola Filmes
O Caramujo, de Rafael Andreazza, Chico Maximila e Rodrigo Neves (Campos Neutrais Filmes – Pelotas)
O Solitário Jorge, de Chico Maximila e Rodrigo Neves (Campos Neutrais Filmes)
Estacionamento, de Cíntia Langie e Daniela Pinheiro (Moviola Filmes)
Documentário Pimenta Buena, direção coletiva (Moviola Filmes)
Crepúsculo e Duplo, vídeos-arte de Kelly Xavier (Pelotas)
A poesia radical da espera, de Leonardo Peixoto (vencedor do festival GP do Minuto da UFPel em 2008)
Ocupação, documentário de Lizandro Moura (Porto Alegre)


Prestigie!

O quê: Circuito de Cinema Barra Cine
Quando: sexta e sábado, a partir das 21h
Onde: no Museu/Atelier Hamilton Coelho, na Barra do Chuí


Como chegar

Para ir há ônibus na sexta e no sábado com saídas da rodoviária de Pelotas às 6h, às 9h30min, às 13h, às 16h e às 18h30min. O valor da passagem é R$ 34,25. Para voltar os horários são: 6h, 9h, 13h, 16h e 18h30min.

Para o translado entre a rodoviária do Chuí e a barra há ônibus em vários horários, das 7h30min às 19h30min. A outra opção é ir de táxi. O valor médio da corrida da rodoviária até a barra é de R$ 12,00. Para mais informações, o telefone da rodoviária do Chuí é (53) 3265-1498.


Onde ficar

Junto ao museu e atelier os visitantes poderão contar com uma estrutura de camping. Para acampar no local o custo é de R$ 10,00 por pessoa. Reservas pelo telefone (53) 3503-3053.


Mais

Na sexta-feira, antes do início da mostra, o escritor Roberto Jung fará o lançamento do livro Maria Baderna no local.


Acesse: Blog da Moviola


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um tributo a Tim

Banda pelotense homenageia o “Síndico da MPB” em show especial no bar João Gilberto

Era início dos anos de 1970 quando despontava no cenário musical um novo tipo de soul music e funk, com temperos nacionais adicionados pelo vozeirão e pela personalidade daquele que ficaria conhecido como “Síndico da MPB”. O fenômeno da música popular chamado Tim Maia chegava arrasador, embalado pelo swing e por outras tendências rejeitadas pela Jovem Guarda, e se tornaria referência para outros incontáveis músicos que surgiriam depois.

Na cena local, o soul de Tim misturado a outras levadas – como o samba rock - ganhou um sobrenome que mais brasileiro não poderia ser: virou Soul da Silva, a banda que amanhã homenageia uma de suas principais influências na champanharia João Gilberto.

É a segunda vez que os “da Silva” – Daniel Balhego (vocal), Vinicius “Cacalo” Marques (guitarra), Eduardo Simões (baixo) e Renato Popó (bateria) – sobem ao palco para homenagear Tim. Para render tal tributo, em que buscam a máxima fidelidade ao som original, o grupo usa de artimanhas como a que ensina Popó: “para chegar ao timbre grave de percussão que era usado na época a gente coloca uma segunda pele sobre a pele da bateria. Aí o som fica bem semelhante”, garante ele, que descobriu o truque com um aluno. “A música de Tim é marcada pelo balanço perfeito entre baixo e bateria. É um groove característico dos anos 70, 80 com uma sonoridade bastante simples e a gente procura ser fiel a esse estilo.”

Para o show de amanhã o quarteto estará acompanhado do percussionista Jucá de León e dos instrumentistas Alex Ribas e Estevão Hom com naipes de sopro. O repertório da noite fará um apanhado geral da carreira de Tim Maia e, claro, terá “clássicos” como Vale tudo, Que beleza, Chocolate, Sossego entre muitas outras que ficaram conhecidas no timbre grave da voz do músico que morreu em 1998.


Mais sobre a Soul da Silva

Há um ano com a atual formação, a banda teve origem da extinta Funk da Silva, que era liderada também pelo vocalista Daniel Balhego. A troca de nome se deu principalmente porque o público costumava confundir o funk da banda com o moderno funk carioca, que diga-se de passagem, são bastante diferentes.

Nos shows o grupo costuma incluir no repertório covers de Michael Jackson, Jorge Ben, Jota Quest entre vários outro nomes, além do próprio Tim Maia.

Atualmente o quarteto prepara um CD de divulgação com algumas composições próprias previsto para ser lançado em março. Para saber mais sobre a banda acesse www.myspace.com/souldasilva.


Não perca!

O quê: Especial Tim Maia – Show com a banda Soul da Silva
Quando: amanhã (21), pós 21h (abertura com show de Zé Ricardo)
Onde: no João Gilberto Bar e Champanharia
Quanto: ingressos antecipados a R$ 6,00 à venda no posto Cidadão Capaz e na Studio Cd´s
Contato: reservas de mesas pelo telefone 9165-9190


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Circuito Sesc de música traz Daniel Torres à Pelotas e Rio Grande

O Sesc traz à Pelotas e Rio Grande o músico Daniel Torres. Os shows acontecerão no dia 30 - na praia do Laranjal - e no dia 31 no Cassino, ambos a partir das 21h.

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Com 62 anos de atuação, o Sesc/RS é uma entidade privada, mantida pelos empresários do setor terciário, que tem como objetivo principal a promoção da qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e da comunidade em geral. No Rio Grande do Sul, o Sesc é um dos braços operacionais do Sistema Fecomércio-RS e está presente em mais de 400 municípios com atividades sistemáticas em áreas como a saúde, esporte, lazer, cultura, cidadania, turismo e educação.

Outras informações podem ser obtidas no site www.sesc-rs.com.br.

Decepção nas telas

Que a crise cinematográfica em Pelotas continua, ninguém duvida. O que se duvida é, se algum dia, vamos sair dessa situação.

Esta semana retornei a uma das únicas salas de cinema que ainda nos restam depois da última vez, de várias, que havia prometido não voltar mais. Não sei se foi a má qualidade da exibição ou o filme – acho que foi as duas coisas - que me fizeram sair de lá com uma nova nota mental que, como das outras vezes, provavelmente será descumprida: nunca mais voltar a este cinema enquanto não for reestruturado. Voltarei, mas sob protestos.

JustificarNão é a primeira vez que acontece, eis minha lista de reclamações:

* Ligam o ar-condicionado em pleno verão com uma temperatura que nos faz sentir em pleno inverno. Pô, apesar do friosinho que fazia ontem, ninguém sai com agasalhos extra em pleno janeiro!

* Colocam o filme sem foco. Isso é problema no projetor? No rolo? É o fim…

* Durante o filme o cinema fica vazio. Não tem ninguém pra fazer qualquer atendimento e nem segurança.

* Mesmo sentando nas últimas poltronas, não tem como não ficar quase em cima da tela, de tão estreita que é a sala, entre vários outros motivos que os freqüentadores têm pra reclamar.

Como diria a Aline, até parece que o empresário, Sr. Dono do Cinema, não quer ter um “negócio” e sim uma “boquinha”. Sem investimento, tem é que falir mesmo!!!

***

Fui assistir O dia em que a terra parou a convite do meu irmão. Felizmente, a companhia dele e da amiga Ali, e a comida do Cruz de Malta, após, fizeram a noite valer à pena. De qualquer forma, não reduziu a minha indignação.

O filme é babaca. O roteiro é totalmente previsível e, para variar, os aliens – de uma espécie muito mais desenvolvida que a nossa – não reconhecem a nossa geografia global e chegam justamente no “centro gravitacional do planeta”, o “umbigo do mundo”: os Estados Unidos da América. Eles – os americanos – aparecem no começo mega arrogantes e depois em seqüências de medo e comoção até evoluírem, no tempo que dura o longa-metragem, para tipos muito bonzinhos. Isso, no mesmo estilo heróico e chato de Independence Day ou O dia depois de amanhã (que não é de Et´s mas é babaca igual). Obviamente, nenhum cartão-postal brasileiro foi destruído pelas criaturas vindas do espaço. Também, já nos bastam os vândalos!

A criança do filme, também pra variar, é “espertinha” como toda criança americana, e também mal-criada, teimosa e chata. Mas tão chata que – eu juro – se eu fosse o ET bonzinho do filme eu teria matado aquele guri irritante, e olha que sou contra a violência, especialmente a violência infantil.

A mensagem ecológica – de que precisamos mudar de atitude antes que terminemos por exterminar a vida da Terra – é um blá blá blá sem fim. Tem o mesmo tom arrogante e medíocre. Imagine ouvir lição de moral sobre isso da boca dos maiores poluidores do planeta! Ah, me poupem!

Sem contar a estupidez e a ingenuidade das forças do governo americano diante da “invasão”, que ao cometer tantas trapalhadas faz o filme parecer mais uma comédia que qualquer outra coisa. Definitivamente lamentável.

***

Faz tempo que não vejo um filme realmente bom.

Domingo assisti, de novo, P.S. Eu te amo. Eu adoro, mas esse não conta porque já tinha visto antes. E chorado antes. Ainda bem que dessa vez eu tinha quem me consolasse! (:))

Depois vi Meu nome não é Johny. É bom – bonzinho - mas fica longe de ser “tri bom”. Esperava mais do texto, dos diálogos. Pelo menos, não foi ruim.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tributo a Jorge Ben


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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Compositores na Rede

"Foi-se o tempo... aliás, acho que nunca houve o tempo... em que o músico pensava só em tocar seu instrumento, compor sua música e esperar que um empresário o descobrisse e o colocasse no mercado." Assim começa a apresentação do site Compositores do Sul, criado pelo músico Cardo Peixoto há cerca de um mês para ser uma referência de mobilização na Internet para autores do Rio Grande do Sul.


A página hospedada na rede social Ning conta atualmente com 59 membros e 189 músicas postadas, e serve como central de informações e debates sobre questões de interesse dos músicos. Além disso, reúne links das páginas pessoais dos integrantes, onde cada um pode divulgar o seu trabalho. Apesar do nome, o site não é restrito a compositores gaúchos, mas sim focado na música produzida aqui com referências na Música Popular Brasileira ou o que Peixoto denomina "a nova música brasileira do Sul do Brasil". Segundo ele, as características peculiares e as necessidades específicas do mercado musical da região justificam a existência do espaço.

A ideia para criar o Compositores do Sul surgiu de uma outra comunidade no Ning - o Clube Caiubi - que reúne quase dois mil compositores de todo o País e mais de 5,5 mil músicas postadas aspirantes a novos sucessos da MPB. Além da intensa atividade virtual, o clube - a exemplo de outros - também promove encontros reais em São Paulo (estado de origem da maioria dos seus integrantes) nos quais costumam se realizar pockets shows.

O pelotense Beto Porto - membro número um da comunidade Compositores do Sul - é integrante também de outros sites semelhantes que se proliferam na rede e cujo objetivo, em geral, é promover a produção musical cooperativa. "Participar desse tipo de site vale à pena pela possibilidade de trocas de informações e pela formação de parcerias virtuais", comenta.

Diferente do My Space e de outros tantos espaços alternativos como o Orkut e o You Tube - que servem de vitrina para músicos jovens ou veteranos divulgar o seu trabalho - o Ning é uma rede social voltada para quem faz e para quem trabalha com música. "Ele proporciona o contato direto entre pessoas envolvidas diretamente com produção musical", diz Peixoto. "O grande negócio do Ning não é buscar público e sim parcerias musicais. É nisso que os músicos que estão começando quase nunca pensam, mas deveriam pensar", fala ele. "Quando me dei conta disso, tirei as músicas dos discos que eu tinha postado no meu perfil e optei por postar composições novas, feitas com parceiros do clube de vários estados do País."

Para Cardo Peixoto, o Ning é uma ferramenta ótima, mas só tem função se for utilizado de forma participativa. Segundo ele, por causa da falta de atualizações, a tendência é que vários grupos de relacionamento do Ning acabem desaparecendo. "Está muito pulverizado", diz ele, que dá a dica para novos usuários: "Não adianta entrar em vários clubes se tu não conseguires realmente participar de todos. Porque não é só lançar o material. Tem que administrar a página, participar dos fóruns, levantar questões interessantes nos blogs... Os músicos que já entenderam a função do Ning estão começando a se valer legal desse espaço."


Acesse, conheça, participe

Clube Caiubi
Compositores do Sul
Encontro Autoral


Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O ecletismo enraizado de Roberto Luçardo

Tão diferentes e cada vez mais próximas. Não é de hoje que a música nativista e a música popular brasileira formam par, mas esta semana elas ganharam um novo endereço virtual de encontro. Segunda-feira a Nativu Design lançou na Internet o novo site do cantor e compositor Roberto Luçardo - nas versões português, inglês e espanhol.

A página traz um pouco da trajetória musical do piratiniense radicado em Pelotas disposto alcançar o mundo pela Web. Os efeitos e o estilo do site são divertidos e têm a marca da simplicidade de Luçardo. Apesar das muitas animações em flash, a página carrega rapidinho.

Roberto Luçardo é um músico nativista a trilhar os rumos da MPB. Com talento para bossas e milongas, ele aventura-se por um cancioneiro eclético e de forte personalidade. Afinal, diz ele, "por aqui tudo é nosso" e não há motivos para a música gaúcha resistir às influências. "


JustificarAqui estamos enraizados no chão com uma parabólica na mão e uma esponja na outra. A gente capta tudo e filtra tudo", diz o músico, que aposta em misturas requintadas, como a experiência de adicionar toques de jazz com sax na música nativista de raiz.

O "guri" prestes a completar 40 anos já soma quase 20 de uma carreira musical que começou nas horas vagas do inconcluído curso de Veterinária na Faculdade Federal de Pelotas e foi consolidada durante o também interrompido curso de Comunicação Social. De festival em festival, Luçardo se lançou para a música em 2000, com o primeiro CD De terra campo e galpão. Depois, em 2004, lançou a coletânea Tarca que reuniu seus melhores momentos nos festivais do Rio Grande do Sul.

O reconhecimento definitivo veio em 2006, quando gravou com Nana Caymmi - uma das principais vozes da Música Popular Brasileira - a canção Gauchinha bem querer. A música, composta por Tito Madi - paulista radicado no Rio de Janeiro - se tornou parte do cancioneiro gaúcho, mas quando saiu daqui de volta ao centro do País acabou ganhando de novo ares de bossa. "Essa mistura é ótima", aprova o nativista. "Mas não significa que eu vou chegar lá no Rio de Janeiro e mudar o meu jeito. Sigo andando de bombacha e alpargatas, cantando com o mesmo sotaque", garante.

Um novo projeto

De carona com o novo site vem a intenção de Roberto Luçardo gravar seu novo álbum. O projeto, orçado em R$ 222 mil, foi aprovado pela Lei Rouanet de Incentivo à Cultura com 100% de dedução do Imposto de Renda, mas até agora não tem patrocinadores.

O álbum será gravado no Rio e terá nomes de peso. Nana fará a direção musical. No repertório, além de Gauchinha bem querer, está confirmada a música Todo sentimento, composição de Chico Buarque e Cristóvão Bastos - vencedor do prêmio Tim como melhor arranjador pelo disco Acústico MTV de Paulinho da Viola e que estará com Luçardo neste CD.

A produção ficará a cargo do vencedor do Grammy Latino José Mílton, que é considerado um dos produtores musicais mais competentes da música brasileira na atualidade com trabalhos importantes como Para Caymmi, 90 anos, dos Irmãos Caymmi, e Forrozando, de Chico Salles. "É um projeto grande. Vamos gravar com orquestra de cordas em um dos melhores estúdios do Rio", diz Luçardo, na expectativa do impulso que falta para que o projeto comece a sair do papel.


Acesse

Conheça o trabalho de Roberto Luçardo no site www.robertolucardo.com.br.


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Interessados em patrocinar o projeto do novo disco de Roberto Luçardo através da Lei Rouanet - com dedução de 100% do imposto de renda - podem entrar em contato pelos telefones 3225-4663 e 9103-4923.


Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Teatro na Praia II


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Teatro na Praia I


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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Joca Martins e Nenhum de Nós em São Lourenço do Sul

As belezas naturais de São Lourenço do Sul ficam ainda mais atraentes no verão. O cenário emoldurado pelas águas calmas da Lagoa dos Patos, recebe o nativismo de Joca Martins na próxima sexta-feira(16), às 22h, no Galpão de Shows do Camping Municipal. A atração faz parte do lançamento do CD e DVD do 24º Reponte da Canção.


No repertório, além dos sucessos dos 22 anos de carreira de Joca Martins as músicas do CD Pampa, lançado em outubro, em Pelotas. O show tem a direção musical e o acordeon de Luciano Maia, o violão de Fabricio Harden, Negrinho Martins no baixo, Fabiano Bacchieri na voz e violão e o talento do mais novo integrante do grupo, Giovane Marques, na percussão.


Em fevereiro será a vez do rock gaúcho aportar na Costa Doce, com show do Nenhum de Nós, dia 14 de fevereiro, também no Galpão de Shows do Camping Municipal. O trinômio sol, calor e verão, tornam a época convidativa ao lazer e entretenimento. As duas atrações são atualmente expoentes no segmento nativista e no rock brasileiro, respectivamente. “Os ingressos para os shows terão preços populares para oportunizar a um grande número de pessoas dois shows consagrados e também beneficiar e atrair ainda mais a classe turística”, destaca o produtor Jarbas Mello, da Conexão VPI. Os shows têm a parceria do Restaurante Mercado Del Puerto, a mais nova opção gastronômica da cidade e o apoio do Governo Municipal além da produção da Conexão VPI.


JustificarServiço:

- Joca Martins no lançamento do CD e DVD do 24º Reponte da Canção
Data: 16 de janeiro
Local: Galpão de Shows do Camping Municipal, em São Lourenço do Sul
Horário: 22h
Ingressos: R$ 10,00, a venda no Mercado Del Puerto (rua Dionísio Coronel, 328 – tel: 3251. 3851)


- Nenhum de Nós a Céu Aberto
Data: 14 de fevereiro
Local: Galpão de Shows do Camping Municipal, em São Lourenço do Sul
Horário: 22h
Ingressos: ainda não disponíveis.


Fonte: Satolep Press

Psicodélik


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Uma vida ressignificada

Em um apartamento claro e arejado, Eunice espera. Uma espera bem mais paciente e agradável que de tempos passados. Sentada sobre uma poltrona verde, com um colar de grandes contas coloridas ela recebe alegremente os visitantes com cumprimentos distantes. Pede licença, e com o auxílio das muletas cor-de-rosa caminha a passos mansos até o quarto para retocar o batom, com sua blusa muito branca, como as paredes da ampla sala de estar. Também pudera. Branco é a mistura de todas as cores que ela adora.


Há tempos que Eunice passou a sentir repulsa do preto. Comprou as muletas da cor que encontrou e lamenta que não sejam fabricadas cadeiras de rodas coloridas. "A cor passou a ter um outro significado na minha vida", diz ela. Mas não foi apenas a cor.

O andar de Eunice é uma vitória para quem havia deixado de caminhar, assim como vestir-se só e como receber visitas depois de tanto tempo de reclusão. A pose para a foto é um desafio. Dona de belas feições, ela jamais perdeu a vaidade. Por conta disso, foram dois anos sem permitir registros da sua imagem, sem reconhecer-se no espelho e não raro sem ser reconhecida por causa dos efeitos colaterais de um tratamento árduo.


Lições de vida

A psicóloga Eunice Damé Wrege, 61 anos, sempre foi uma profissional ativa. Professora universitária, mantinha um consultório particular e ainda assessorava empresas na gestão de recursos humanos.

Há 3 anos ela foi surpreendida pelo diagnóstico de uma doença chamada Granulomatose de Wegener e de uma hora para a outra teve a rotina interrompida, obrigada a abandonar tudo e dedicar todas as suas forças para lutar pela própria vida.

Em cada 100 mil pessoas apenas 3 sofrem dessa doença. Quando soube, ela se fez a pergunta óbvia que qualquer outra pessoa faria: "por que eu?" "A gente sempre pensa que essas coisas nunca vão acontecer com a gente, mas acontecem."

A descoberta veio através de sinais como rinite, olhos vermelhos, cansaço e depressão, sintomas que mascaravam o real problema: uma espécie de reumatismo raríssimo. Como é uma doença autoimune, o corpo de Eunice passou a combater o próprio corpo, e ela precisou se submeter à quimioterapia e a medicamentos para diminuir as defesas do organismo, ficando vulnerável a qualquer contato com outras pessoas. Com a saúde fragilizada, um simples resfriado se tornou um grande risco.

"Quando a gente adoece, adoece todo mundo junto: a família, os amigos... Mas a cura é um processo solitário", diz ela, que fez das várias batalhas vencidas um mosaico de experiências registradas em livro. Patchwork, retalhos da alma - que a autora autografa hoje à tarde na Livraria Mundial - é uma mensagem de esperança de quem teve a vida despedaçada e sobreviveu, com alegria e fé.

"Tenho medo de me expor, medo de parecer ridícula" confessa Eunice, que foi convencida a publicar o livro em favor de uma causa nobre. Ao dividir os relatos e desabafos que antes só eram compartilhados com familiares e amigos pela Internet, ela espera tornar sua cura menos solitária e oferecer um alento a quem passa por situações semelhantes. Além disso, o livro serve como alerta para outras vítimas dessa doença silenciosa.

"A gente tem que dar uma choradinha e em seguida pintar os olhos, dar um sorriso que a vida segue!"

Em suas crônicas escritas em linguagem simples, Eunice consegue falar com leveza do drama, das idas e vindas do hospital, da UTI e de todos os duros aspectos do tratamento, retratados por palavras de alguém que se sente renascida. "Quando a gente adoece volta a ser criança. A inversão é tanta que eu às vezes chamava as minhas filhas de 'mãe'", conta a autora, que a exemplo da crônica O coelhinho da Páscoa também passou por aqui (leia o trecho nesta página) diversas vezes mergulhou nos refúgios do imaginário infantil para traduzir o que sentia.

Apesar de tudo, ela pouco se queixa e preferiu assumir o papel de sobrevivente, ao invés do papel de vítima. "Nunca fui de ficar reclamando. Mas quando eu estava triste e me diziam para não chorar, mesmo assim eu chorava. Eu tinha motivos pra isso, oras! Mas a gente tem que dar uma choradinha e em seguida pintar os olhos, dar um sorriso que a vida segue!", afirma, com o tom de alguém que realmente já viveu muito para compartilhar conselhos e lições. Hoje, por sinal, é aniversário dela, para quem celebrar a vida tem realmente um significado muito especial.

Prestigie!

O quê: sessão de autógrafos de lançamento do livro Patchwork, retalhos da minha alma, da autora Eunice Damé Wrege
Quando: hoje, das 18h às 19h30min
Onde: na Livraria Mundial (rua 15 de Novembro, 564)


Leia um trecho

Como uma criança, a Páscoa começou a aguçar minhas fantasias. Jamais seria uma boa jogadora de pôquer, pois não podia deixar de esconder meus planos. Vou à casa da afilhadinha, a pequena Sofia, vou abraçar a dedicada afilhada Fernanda, vou visitar as tias, vou, vou. Era eu e mais todos os coelhinhos da Páscoa saltitantes visitando meio mundo. Aliás, eu era o próprio. Visualizava uma coelhinha gordinha dando cambalhotas de jardim em jardim.

Mais se aproximava a semana da Páscoa, mais eu mirabolava.

Até que esquentou o tempo e a temperatura de meu corpo também. De tanto o coelhinho pular? Não, era a febre mesmo. Essa parte, agora, quem vai pular sou eu, aqui no papel, porque não vale a pena a gente ficar remoendo. Só para encurtar o caso, Sexta-feira Santa, eu tremia tanto, mais do que vara verde, e quando me dei conta - pois aprendi que doente é muito esperto e que às vezes é melhor ter memória fraca - estava indo para o hospital. É, acreditem se quiser, hospital. A Bel, sempre muito atinada, já estava com as mochilas a postos. Como? Não sei, ela é muito rápida!

Chegando lá, num instantinho ela arrumou o quarto com meus pertences. Eram os meus santinhos na mesa ao lado da cama, todos em cima de um guardanapo de linho branco bordado de vermelho e azul. Detalhe: bordado por mim, pois toda moça que se prezava, na época, aprendia a bordar para seu enxoval de casamento.

(...)

Sábado vem a surpresinha: lembram que no dia seguinte seria domingo de Páscoa? E os meus planos? Parece que um “Tsunami” tinha passado por ali e varrido todos eles.

Voltemos ao sábado. O doutor, este sim, com a própria cara de um muito bom jogador de pôquer, anuncia: “Vamos ter que ir para a UTI.” Minha reação? Nem sei, estou bem embaixo daquela maior e avassaladora onda. Senti meu coração bater com toda a força na ponta dos dedos, na garganta, até chegar às pernas. Aos poucos ele foi se acalmando pois eu perguntava : “Como é lá?”, “Por que tenho que ir para lá?” E as pessoas vão dizendo coisas, e é bem melhor acreditar naquilo de bom que dizem.

(...)


Texto: Bianca Zanella | Imagem: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Ah, o rock'n'roll...

Era quinta-feira à noite e um João Gilberto cheio aguardava o início do show de um dos nomes mais respeitados da cena roqueira no sul do País. Foi uma noite pulsante.

O cabeludo louro mostrou diante dos fãs que em sua idade não-revelada continua na melhor forma e tem tudo para manter o título de "imortal". Se é bom vê-lo assim, melhor é vê-lo bem acompanhado por jovens e talentosos músicos como os guitarristas Lula Valle e Ben-Hur, e o carismático contrabaixista Mauro Kupin. Sempre à vontade e sem medo de perder "o posto" privilegiado, o "highlander" do rock divide o espaço e só quem lhe rouba a cena, e ainda assim com seu consentimento, é Cris Bertolucci com sua bateria delirante, a quem Alemão Ronaldo faz questão de se curvar e reverenciar.


Alemão subiu ao palco estiloso como sempre, de óculos escuros, tênis Adidas, casaco e um lenço florido no pescoço sobre a divertida camiseta branca estampada com códigos de barras. Veterano do rock, o músico é uma figura estranha à primeira vista. Apesar da pose e da "pinta" de "mau" - carregada no estereótipo de roqueiro - até parece que não tem cara feia com seu sorriso e olhos dóceis capazes fazer qualquer guria solteira se apaixonar.

Representante legítimo da geração "paz e amor", o músico ainda carrega no som das guitarras, na poesia e no olhar apaixonado um romantismo tão retrô quanto o visual. Que bom que o retrô está sempre na moda.

Se em Santa Maria Alemão Ronaldo teve a "cara-de-pau" de gravar direto o DVD Quero mais que só me dar bem, com 11 canções inéditas desconhecidas para o público, entre 15, aqui no lançamento ele foi um pouco menos ousado. Ou mais, dependendo do ponto de vista. O músico apostou no repertório das antigas - que sempre cai bem - além de vários covers, ou melhor, releituras, que pela personalidade com que foram interpretadas pareciam se desassociar de suas versões originais. Na voz do roqueiro, a música Outra noite que se vai ficou praticamente irreconhecível e é bem provável que poucos roqueiros tenham se lembrado que o refrão tão animadamente entoado é na verdade um reagge de Armandinho.

Das novas, Alemão Ronaldo mostrou ao público Bailarina, mais uma balada romântica de versos singelos que agradou. O refrão o "vestidinho branco e as sandálias do Natal..." foi repetido tantas vezes que "pegou de prima", como diria Oswaldo Montenegro na canção O chato. Felizmente o público não foi vencido pelo cansaço e até curtiu cantar pela segunda vez - com direito a coreografia - o hit Me leva pra casa.

Brincadeiras à parte, o DVD Quero mais do que só me dar bem tem muitas qualidades e várias músicas com potencial para se tornarem "clássicas" do repertório roqueiro dos pampas. Alemão Ronaldo se deu bem. Mas ele quer mais.

Ainda para o primeiro semestre, Alemão Ronaldo já pensa em um outro show em palco pelotense, dessa vez para promover o grande e definitivo lançamento do novo álbum. Até lá os fãs podem conhecer o trabalho pelo site www.alemaoronaldo.com.br. Músicas, vídeos e encartes estão disponíveis de graça para download, mas quem quiser poupar o trabalho da "pirataria" pode adquirir CD + DVD por apenas R$ 20,00. Com vários vídeos de bastidores nos extras e uma animada participação do público no show, o DVD mostra de uma forma divertida a rotina dos músicos que rodam pelo interior do Estado.

Texto: Bianca Zanella | Fotos: Ândria Halfen | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 13 de janeiro de 2009

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Verão ao extremo

Programação de shows, atividades culturais e esportivas em Santa Vitória do Palmar promete agitos no sul do litoral sul

JustificarAs convidativas belezas naturais e diversas atrações musicais, artísticas e desportivas aguardam pelos visitantes nas praias de Santa Vitória do Palmar. Na terceira edição do projeto Verão mais ao sul, realizado pela prefeitura, diversos shows que valorizam artistas locais são diversão garantida de sexta à domingo nos balneários Hermenegildo, Alvorada, Porto e na Barra do Chuí. A programação começa hoje e se estende até o Carnaval.


Mesmo antes do projeto começar, há cerca de uma semana os turistas já lotam as praias vitorienses. Segundo o secretário municipal de cultura, Kininho Dornelles, hoje a ocupação hoteleira é praticamente total. "As cabanas de alguel também estão completamente ocupadas", diz ele. A expectativa é de que o número de veranistas aumente ainda mais em meados de janeiro, após o vestibular da Universidade Federal de Pelotas.

Para esperar tanta gente, a Prefeitura de Santa Vitória tem buscado qualificar a infra-estrutura dos balneários ano após ano. No Hermenegildo, uma central de serviços oferece atendimento ao público e serve de referência aos veranistas. Tudo para assegurar o bem-estar e a tranquilidade de quem pretende aproveitar os dias de calor nas areias do litoral do extremo sul.


O que mais vem por aí
Além dos shows já anunciados e dos campeonatos esportivos realizados na beira praia, duas atrações ainda irão sacudir o verão no Hermenegildo. Uma delas é o Hermena Motofest, festival que chega este ano a sua sétima edição e deve reunir um grande número de amantes da motovelocidade.


O outro é o aguardadíssimo Hermena Rock que ocorre em fevereiro e promete lotar o calçadão da praia com três grandes nomes do rock gaúcho: Tonho Crocco (ex-Ultramen), Garotos da Rua e Bidê ou Balde. "Esse é sem dúvida o grande evento do verão", afirma Dornelles.


Agende-se
Hoje (09), na Barra do Chuí
21h - Grupo Balanço

Amanhã (10), no balneário Hermenegildo
21h - Banda Status
23h - Grupo de Bombacha

Domingo (11), no Porto de Santa Vitória
16h30min - Alma Pampeana

Dia 16, no balneário Alvorada
21h - Grupo de Bombacha

Dia 17, sábado, no balneário Hermenegildo
21h - Banda Premier
23h - Legião Fandangueira

Dia 18, domingo, no Porto de Santa Vitória
16h - Legião Fandangueira

Dia 23, no balneário Hermenegildo
22h - Banda Balanço

Dia 24, no balneário Hermenegildo
21h - Banda Trindade

Dia 25, no balneário Hermenegildo
21h - Jorge Cambota e banda

Dia 30, na Barra do Chuí
21h - Banda Premier

Dia 31, no balneário Hermenegildo
18h - Garota Verão
20h - Banda Equalize
21h - Quino Garcia e banda Surungo Grosso


Outras atrações:
* De 23 a 25 acontece o 7º Hermena Motofest.

* Em janeiro e fevereiro o Instituto Balaena Australis promove intensa programação artística e cultural para comemorar os 10 anos de existência do Museu Atelier Hamilton Coelho, na Barra do Chuí.

* O Ecomuseu da Praia do Hermenegildo, da Ong Instituto Litoral Sul, fica aberto à visitação diariamente das 16h30 às 22h30.

* Dia 15 ocorre a partida dos Cavaleiros da Costa Doce de Santa Vitória do Palmar. A cavalgada passará pela praia do Hermenegildo e pela Barra do Chuí.


Texto: Bianca Zanella | Fotos: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Tudo / Capa | Publicado em: Pelotas, Sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ele está de volta...

"Alô?" - Atende a voz inconfundível do outro lado da linha com a maior naturalidade. Quem fala é Ronaldo. "Ronaldo" somente ao telefone; Alemão Ronaldo nos palcos e para os fãs.

Basta ouvir os primeiros versos de De Cara, faixa um do CD e DVD Quero mais do que só me dar bem para se ter certeza: O grande "highlander" do rock gaúcho está de volta, fazendo jus ao título de "imortal" inventado pelo parceiro musical Serginho Moah - líder da banda Papas da Língua.


Não que o músico tenha andado parado, mas em dois anos de intervalo desde o lançamento do álbum Acústico Rock, gravado em 2006 ao vivo no Theatro São Pedro, o seu fiel público roqueiro já estava com saudade. A recompensa pela espera veio em novembro, com o lançamento do novo álbum de 11 faixas inéditas e outros quatro grandes sucessos da carreira solo: Mentiras, À sombra do teu amor, A Despedida e Me leva pra casa. Todas disponíveis gratuitamente no site do cantor, assim como vídeos, o making of do show que deu origem ao DVD - gravado no Absinto Hall em Santa Maria - e a capa do álbum. Tudo pronto para - segundo ele próprio - uma "bela pirataria" legalizada pelo selo de Creative Commons (CC) e mais que incentivada pelo músico. "Ainda assim o disco já vendeu mais de mil cópias", comemora. Quem preferir, pode adquirir o box com CD + DVD nas lojas ou pela Internet pelo preço módico de R$ 20,00.

"Quando a gente termina um álbum a exaustão é tanta que a gente pensa que nunca mais vai querer gravar nada. Mas aí logo começam a surgir outras músicas... nem bem passa um mês e eu já fico na maior pilha de novo!", conta ele, que já anuncia para breve um outro CD.

Para o veterano, que admira as novas bandas que surgem em cada esquina pelo Estado afora, "hoje os ventos sopram a favor do rock, muito mais do que nos anos 80". Em meio à gurizada da nova geração da música gaúcha, onde é respeitado e até venerado, Alemão Ronaldo se sente à vontade: "Ainda sinto o mesmo tesão para trabalhar."


A exemplo do álbum Acústico Rock que tinha como convidados nomes como Mr. Pi e Roberto Frejat, em Quero mais do que só me dar bem Alemão Ronaldo está de novo na companhia de amigos, entre eles Nei Van Soria (ex-TNT e Cascavelletes) e, de novo, Jonathan Corrêa da Reação em Cadeia. "Nesse DVD eu quis mostrar mais a rotina dos bastidores, a correria que é tocar no interior. Bem diferente do anterior, que era mais clean. Esse foi gravado de uma vez só", conta.

O trabalho é novo mas, no fundo, Alemão Ronaldo continua o mesmo com sua irreverente cabeleira loura e seus óculos escuros. Talvez agora, mais que antes, já que Quero mais do que só me dar bem é o mais carregado de guitarras dos três álbuns lançados durante a carreira solo que começou em 2004. Herança da extinta Bandaliera? Não, garante ele. Trata-se de uma concepção musical totalmente diferente. Mais que uma volta ao passado, a escolha por esse formato é uma busca pelas raízes do rock, "porque tudo é onda... o rock´n´roll é que é um oceano", poetisa.

Vocês estão preparados para ouvir Rock’n’Roll?!

Cris Bertolucci na bateria, Mauro Kupin no contrabaixo, Lula Valle e Ben-hur Borges nas guitarras. Na banda de Alemão Ronaldo só vai faltar, nos teclados, Diego Dias no show de hoje à noite no Bar João Gilberto, com um repertório de novas e velhas canções.

Nem bem chegou à cidade, ele promete voltar. "Quero fazer um grande show de lançamento no teatro, talvez lá por maio ou abril", adianta. Os veranistas da praia do Cassino também podem ir se programando pois provavelmente poderão curtir o som de Alemão Ronaldo em fevereiro, em show também sem data confirmada.


Imperdível para os fãs de rock gaúcho

O quê: show com Alemão Ronaldo - lançamento do CD e DVD Quero mais do que só me dar bem
Quando: hoje (8), às 22h30
Onde: no Bar & Champanharia João Gilberto (rua Gonçalves Chaves, 430)
Quanto: R$ 15,00
Contato para informações e reservas de mesas: 3026-2140 e 8403-0313


Texto: Bianca Zanella | Fotos: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Região sul busca espaço no cenário estadual da dança

Em tempos de incerteza a respeito do futuro da produção artística e cultural no Rio Grande do Sul - devido às recentes polêmicas envolvendo desvio de verbas de patrocínios via Lei de Incentivo à Cultura - o interior do Estado acaba de ganhar um motivo para ficar, pelo menos, mais otimista. A razão para isso está no anúncio na Associação Gaúcha de Dança (Asgadan) da eleição de seus novos diretores, entre eles a pelotense Berê Fuhro Souto como representante dos municípios da região sul.

"Sempre foi difícil entrar em Porto Alegre. Lá nunca ninguém olhava para a nossa situação e só lembravam da gente quando queriam pedir voto para alguma coisa", diz a bailarina e coreógrafa que não guarda rancores, mas comemora a conquista de mais esse espaço pela dança do interior em um cenário que, durante muito tempo, foi monopolizado pelos bailarinos da capital.

Diante da dificuldade de se integrar à dança porto-alegrense na busca de apoio, a pelotense acabou se associando a outras organizações como a Confederação Interamericana de Dança e a Associação Mundial dos Profissionais de Dança, que segundo ela mesma, lhe "abriram as portas do mundo". Agora, ela pretende aproveitar a experiência internacional para tentar implantar nos palcos gaúchos modelos de produção artística que dão certo lá fora, a começar pelo Festival Estadual de Dança, previsto para ocorrer em agosto. "É preciso criar uma mostra séria, com cachê para os bailarinos. A gente que trabalha com dança tem que se garantir enquanto profissional", afirma. "Os festivais competitivos devem ficar para as escolas. Sempre achei que arte a gente não mensura, mas esses concursos são necessários para estimular as pessoas a dançar. Se não vale prêmio, medalha, dificilmente os pais se dispõe a bancar os filhos como bailarinos, no começo", opina ela, defensora ferrenha da pedagogia "artisticamente correta".

"Hoje em dia tem muita criança brincando de dançar, mas nem sempre de uma maneira saudável. Os festivais banalizaram a arte. Atualmente aumentou muito o número de bailarinos, mas coreógrafo que pesquisa mesmo é uma figura em extinção. Aí a criança cresce achando que dançar de par é dança de salão e que basta usar o boné pra trás pra dançar street", critica. "O respeito pelo teatro, a postura enquanto bailarino, o comportamento diante do outro que está no palco deixaram de ser ensinados. Tem toda uma educação necessária por trás da arte que não está acontecendo."


Novas perspectivas

Para Berê, a representatividade do interior na Asgadan significa a possibilidade de fortalecimento da dança em todo o Estado, tanto para batalhar recursos quanto para qualificar profissionais. Em reuniões periódicas, abertas a todas as pessoas que trabalham com dança, serão discutidas as reivindicações dos municípios da região para serem levadas às reuniões gerais da Associação.

Além disso, encontros de bailarinos de todo o Estado irão acontecer aqui. "Pelotas vai voltar a ter cursos, vamos ter a possibilidade de fazer mais intercâmbios e, principalmente, promover através disso a ética no meio artístico, de forma que todos os estilos possam dialogar sem fazer julgamento entre eles, porque não existe forma de dança mais ou menos nobre."

Um dos objetivos mais imediatos da Asgadan é mapear a dança gaúcha com o apoio de cada município, já que não existe um banco de dados com o registro de quem faz e onde se faz dança no Rio Grande do Sul. Nesse ponto, defende Berê, é preciso encarar a arte de forma profissional. "Quando se fala em dança se fala em produção, figurino, cenografia, vídeo... tem muita gente envolvida nisso. Politicamente falando, a dança vive um outro momento hoje. O mundo já sabe que além de pensar é preciso sentir o que se pensa, e já está mais do que na hora da gente abocanhar esse mercado."


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ecologia e Arte no canto do mundo

A barra do Chuí, em Santa Vitória do Palmar, se abre ao sol para receber os visitantes nessa temporada de verão. Uma iniciativa da organização não-governamental Balaena Australis em parceria com a Prefeitura do município e com o Ponto de Cultura Pindorama irá promover uma extensa programação artística, cultural e ecológica nos meses de janeiro e fevereiro a partir desta sexta-feira. As atrações se somam às convidativas belezas naturais da região.

O grande mote da série de eventos é a celebração dos dez anos do Museu Atelier do artista plástico Hamilton Coelho. Conhecido como "o último morador das terras brasileiras rumo ao Uruguai", Coelho é aclamado como uma das mais admiráveis expressões da arte contemporânea por seu trabalho feito apenas daquilo que o mar oferece.Justificar

A mensagem do artista, que transforma e dá novos significados ao que é generosamente descartado pela natureza, faz coro à proposta do Instituto Balaena Australis, referência do ecoturismo no extremo meridional do Brasil e que desenvolve projetos contínuos de educação ambiental e patrimonial, desenvolvimento sustentável e práticas de economia solidária. A ONG tem um destes projetos apoiados pelo Ministério de Cultura, através do programa Cultura Viva, e funciona também como ponte de apoio à pesquisa oceanográfica e programas de monitoramento do litoral sul em parceria com o museu oceanográfico da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

Entre as atrações previstas para os dois meses de atividades comemorativas está a exibição de curtas-metragens promovida pelos pelotenses da cinematográfica Moviola Filmes.

A Prefeitura de Santa Vitória do Palmar, parceira do evento, irá realizar através da Secretaria de Turismo oficinas de arte e artesanato, todas com inscrições gratuitas. Mais informações pelos telefones (53) 8409-4367 e 8123-0486.


Programe-se e prestigie!


Janeiro

Dia 9 (sexta-feira) a partir das 20h - Vernissage da exposição coletiva Retrospectiva da Década, com a participação dos artistas Érico Cava, de Pelotas e Wa Ching, de Rio Grande entre outros de Porto Alegre, Santa Catarina e do Uruguai

Dia 16 (sexta-feira) a partir das 22h - Show da banda de reggae Timbres de la Tierra, do Uruguai e Festa de Celebração da Década com DJ Paulo Potigua

Dia 17 (sábado) a partir das 18h - Oficina de Cordel e abertura das oficinas permanentes de xilogravura, velas de areia e cerâmica. Realização: Ponto de Cultura Pindorama e Instituto Balaena Australis

Dia 22 (quinta-feira) a partir das 18h - Sarau das Águas, com o grupo Águia; Tributo a Vinicius de Moraes e lançamento de livros

Dia 23 (sexta-feira) a partir das 20h - Barra Cine - Circuito Binacional de Exibição de Curtas-Metragens (Realização: Moviola Filmes) e Farra Teatro com Vinícius Amaro e Grupo de Percussão Ponto de Cultura Pindorama

Dia 24 (sábado) a partir das 20h - Barra Cine e lançamento do documentário Amar a Terra (Produção: Moviola Filmes)

Dia 30 (sexta-feira) a partir das 17h - Oficina de papel reciclado

Dia 31 (sábado) a partir das 17h - Oficina de Teatro com Deloir "Lilo"


Fevereiro

Dia 6 (sexta-feira) a partir das 22h - Seres além mar - Música e poesia com Cláudio Sander, Maximila, Guesso - Jazz Brasil - e Quarteto de Flautas do Uruguai

Dia 13 (sexta-feira) a partir das 18h - Mostra de vídeo-documentário

Dia 20 (sexta-feira) a partir das 18h - Intervenção cênica

Dia 27 (sexta-feira) a partir das 18h - Encerramento. Encontro de Pontos de Cultura do Extremo Sul e atividades do Pontão das Águas (Unidade móvel do Ponto de Cultura Chibarro, de Pelotas): apresentação do Grupo Experimental, oficina de teatro e vídeo, mapeamento das atividades artísticas e culturais, exposição de arte e artesanato e comercialização de produtos da Rede de Parceiros.


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Batida


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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Currículo

ÁREAS DE INTERESSE

· Veículos de comunicação atuantes nas mais diversas mídias e redes sociais como jornais e revistas impressos, televisivos, radiofônicos, on-line e novas mídias;

· Empresas dos mais diversos setores interessadas no serviço de assessoria de imprensa/comunicação.


FORMAÇÃO

· Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel)


PRÊMIAÇÕES

· Menção honrosa no Prêmio Mário Pedrosa do Instituto do Patrimônio Historico e Artístico Nacional (Edital IPHAN n.º 01/2008), registrada no Diário Oficial da União (Seção 1, pág. 7) do dia 27 de fevereiro de 2009.


ATUAÇÃO

clicRBS Pelotas / Zero Hora - Pelotas/RS - desde dezembro/2009

Atua como editora e curadora de conteúdo dos sites clicRBS Pelotas, clicRBS Camaquã e clicRBS Canguçu.

Jornal Diário Popular – Pelotas/RS – De Agosto/2007 a Novembro/2009

· Atuou como repórter de suplementos. Produziu reportagens e participou diariamente do processo de edição e fechamento dos cadernos culturais Zoom, Tudo e Estilo, principalmente. Dedicou-se nesse período especialmente à área de jornalismo cultural realizando, inclusive, pautas referentes a políticas públicas voltadas para esse setor, embora também tenha feito a cobertura de pautas variadas para outras editorias.


Assessoria de Comunicação
· Como freelancer presta serviços de consultoria e assessoria de comunicação - no seu sentido mais amplo - a eventos, personalidades artísticas e culturais e empresas.
De abril a novembro de 2009 atuou como assessora da Livraria Vanguarda, e de julho a novembro prestou serviços ao consultório de medicina estética do médico Eduardo Devens.


EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS RECENTES

Sanep – Pelotas/RS – De Fev/2006 a Jul/2007

Como estagiária do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas atuou na assessoria de comunicação da autarquia, respondendo por diversas funções relacionadas ao público interno e externo, tais como:

· Produção, redação, fotografia, edição, diagramação e distribuição do informativo interno da organização;
· Planejamento e execução de eventos tais como seminários, palestras e confraternizações;
· Criação de peças gráficas diversas, relatórios e apresentações;
· Execução de cobertura fotográfica para o acompanhamento de obras;
· Redação de releases;
· Produção de material áudio-visual tal como spots para campanhas veiculadas em rádio e televisão e vídeo institucional;
· Coordenação, planejamento e execução de atividades voltadas para o público interno da instituição, como, por exemplo, o clube dos filhos de funcionários, especialmente focadas nas questões educativas e na valorização dos colaboradores.


TV UCPel – Pelotas/RS – De Fev/2005 a Jul/2006

· Foi produtora, repórter e apresentadora do telejornal diário da emissora;
· Foi repórter, apresentadora e cinegrafista da revista eletrônica semanal da emissora;
· Foi produtora, repórter, apresentadora e cinegrafista do programa cultural voltado para o público jovem da emissora;
· Colaborou como assistente de estúdio e repórter para o programa esportivo do canal
· Participou de transmissões especiais e coberturas ao vivo, como a Doce Folia 2006 e a Fenadoce.


TV Rio Balsas (Afiliada Rede Globo) – Balsas/MA – De Jun/2004 a Fev/2005

· Foi repórter, apresentadora, redatora e produtora dos telejornais diários da emissora;
· Participou de transmissões especiais e cobertura de eventos importantes como as Eleições 2004.


OUTRAS EXPERIÊNCIAS

Jornal O Dia – Balsas/MA – Maio/2004

· Atuou na execução de reportagens para o impresso semanal especialmente voltadas para a cobertura política e assuntos da comunidade.


Rádio Jovem FM – Balsas/MA – Outubro/2003 a Maio/2004

· Atuou como redatora e locutora de notícias relacionadas principalmente sobre assuntos culturais.


Lascer – Balsas/MA – Maio/2003 a Maio/2004

· Atuou no Laboratório de Análises de Sementes do Cerrado executando as tarefas relativas ao gerenciamento de operações, atendimento aos clientes, emissão de boletins para o Ministério da Agricultura, contatos com fornecedores, coordenação de funcionários e administração financeira;

· Participou, como laboratorista, de projetos de pesquisa com sementes, relativos a análises de germinação e vigor, obtenção de resultados comparativos com relação aos tipos de armazenamento e detecção de transgênicos, além de ter realizado a redação dos relatórios provenientes deste trabalho, que posteriormente foram publicados.


Fapcen – Balsas/MA – Maio/2003 a Maio/2004

· Atuou na Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte na organização e execução de eventos como o Agrobalsas, maior feira agrícola da região.


Jornal O Correio de Balsas – Balsas/MA – Julho/2002 a Abril/2003

· Atuou no departamento comercial do impresso semanal;
· Escreveu periodicamente uma coluna sobre Escotismo, intitulada Escoteiros em Ação, além de algumas reportagens.



ATIVIDADES EXTRAS

· Ingressou no Movimento Escoteiro aos 7 anos de idade no Grupo Escoteiro Humaitá-Sul (Pelotas/RS). Mais tarde, durante o período em que residiu no Estado do Maranhão, contribuiu para a fundação de um dos únicos grupos escoteiros do interior da região nordeste desempenhando voluntariamente tarefas administrativas e práticas educacionais planejando e executando atividades lúdicas para crianças e jovens entre 7 e 15 anos de idade.

· Desenvolveu, em parceria com outras estudantes, o projeto experimental Maratona de Cinema da Z-3, do qual foi também co-autora. A iniciativa voluntária e sem fins lucrativos consistiu na realização de sessões de cinema nacionais gratuitas para moradores da colônia Z-3 (zona rural de Pelotas/RS), oferecendo cultura e lazer e ao mesmo tempo fomentando o turismo e a economia local ao atrair pessoas residentes em outras localidades para conhecerem o patrimônio natural, cultural e histórico existente na comunidade.

· É co-autora do projeto Rádio Gato Pelado, pioneiro na rede pública de ensino no município de Pelotas/RS, o qual consiste na implantação de uma rádio escola a partir da realização de oficinas com os alunos do ensino fundamental e médio, sob a orientação pedagógica de professores.