Estas linhas pertencem aos movimentos e expressões culturais daqui. As entrelinhas também. Cada imagem, cada palavra, cada ponto e cada vírgula. Em cada pausa, um espaço a mais para refletir a arte, a cultura, a cidade e as pessoas.
Há um ano o Diário Popular lançava a primeira edição do Caderno Zoom, com o propósito de atender uma demanda que sempre existiu: colocar no papel e nas rodas de conversa a farta produção artística de Pelotas e da região. A leitura de segunda a quinta-feira se tornou praticamente obrigatória, hábito prazeroso no cotidiano de muita gente, como a estudante de administração Aline Kochhann, de 23 anos, que chegou de Uruguaiana mais ou menos na mesma época que o Zoom foi lançado. "Eu gosto de saber sobre literatura, ir ao teatro e a outros espetáculos, por isso sempre leio o caderno de cultura do Diário Popular que é um dos únicos lugares onde a gente encontra isso em Pelotas".
As páginas são estações de trânsito por onde passaram artistas consagrados que aqui vieram e nomes próprios, mas desconhecidos, nem por isso menos talentosos.
Por falar em nomes... a primeira capa do Zoom tratava justamente desse tema, às avessas. Em tons de vermelho vivo, falava de anônimos, como prova de que não é necessário renome para ser reconhecido e merecer destaque. O primeiro Salão de Pintores Diletantes, no Museu da Baronesa, inaugurava no dia 2 de outubro de 2007 uma seqüência de cerca de duzentas edições e mais de 1,6 mil páginas reservadas à multiplicidade de expressões, conhecidas e reconhecidas, ou não.
"Em outros lugares, os jornais agem como se estivessem prestando um imenso favor ao divulgar os artistas. Publicam apenas notas. Destaques são raros, e geralmente para os grandes espetáculos 'que vêm de fora'", conta o músico Cardo Peixoto, que hoje vive em Caxias do Sul e fez da valorização dada aos artistas locais pelo jornal pelotense o seu cartão de visitas. "Quando saí de Pelotas, levei comigo uma matéria publicada sobre o meu trabalho no Diário Popular. Era assim que eu me apresentava."
Na pauta
Por aqui os leitores visitaram exposições, pularam o Carnaval antes e em série, em alas, viram os preparativos de cada escola. Passearam por Pelotas e por Satolep na história de Vitor Ramil. Ficaram sabendo de iniciativas e ações voltadas para a educação e para a saúde, relacionadas ao desenvolvimento artístico, sem esquecer dos temas ligados à filosofia e à espiritualidade, entendidas também como fenômenos culturais.
Houve também as entrevistas, os perfis, que deram destaque a pessoas com boas histórias ou opiniões perspicazes a compartilhar. Celso Loureiro Chaves trouxe novos ares às velhas discussões sobre a fortuna deixada de herança por Simões.
Além de apresentar os espaços existentes na cidade, abertos às artes, o caderno Zoom criou também seu próprio espaço diferenciado. Uma galeria sem paredes, um palco de papel. Aqui como nas linguagens contemporâneas, a arte está por toda parte.
Por ver a cultura em tudo, e tratá-la como tema essencial, além do entretenimento muitas vezes visto como fútil, o Zoom procura descontruir a cada dia a idéia de que ao "segundo caderno" devem ficar relegados temas de menor importância.
Nas colunas do caderno também não faltou espaço para questões polêmicas. Quando foi preciso, obras, livros, cenas, personalidades ou músicos deram lugar ao desenrolar de debates, especialmente sobre as políticas culturais do município e o cotidiano da comunidade. O caderno acompanhou discussões, propôs outras.
Os filmes foram morar em outros lugares com o fechamento dos cinemas. Outros segmentos também ficaram sem-teto. A Casa de Cultura ainda não saiu, nem a Lei Municipal de Incentivo à Cultura mas ao menos ninguém pôde esquecer-se delas. O debate continua em pauta.
Enquanto isso, os grupos de teatro continuaram suas cenas, a orquestra continuou seus ensaios, os bailarinos prosseguiram a dança e os pintores não deixaram de colorir. Os produtores independentes também não pararam de escrever roteiros, criar e exibir seus filmes. Tudo segue acontecendo, e cada vez melhor, nos teatros, nas ruas, nas galerias... e nas páginas do Zoom.
A opinião de quem lê e contribui com o conteúdo das páginas do Caderno
"Leio várias vezes todo o jornal, mas geralmente vou da chamada de capa ou da contracapa direto para o Zoom. Ninguém pode se queixar que em Pelotas 'não tem o que fazer'. O Caderno mostra que todos os dias têm opções e como eu gosto desse tipo de atividade cultural, o Zoom fecha bem comigo. Além disso, quando uma exposição é divulgada no Caderno a gente pode ter certeza de que será bem freqüentada. As matérias fazem toda a diferença porque funcionam como mediadoras entre as pessoas e os eventos." Raquel Schwonke
"O Zoom foi um enorme ganho para a cultura em Pelotas. Ler o Caderno acabou se transformando em hábito para quem faz e para quem consome arte e cultura. Eu considero ele hoje um elemento indispensável para a vida cultural na cidade pela importante divulgação das ações, mas principalmente pelas provocações que faz ao desenvolvimento da cultura local." Igor Simões, ator e diretor teatral e representante do Instituto João Simões Lopes Neto
"O Zoom é uma iniciativa primorosa. É excelente a forma como as iniciativas locais são valorizadas nos espaços do Caderno. Já é um trabalho qualificado e tende a melhorar ainda mais." Annie Fernandes, Diretora do Theatro Sete de Abril
"Pelotas tem um espaço para a divulgação da sua produção artística que nem de longe se encontra em outras cidades. Houve momentos em que já ficamos órfãos de páginas especializadas em cultura, mas nos últimos tempos o Diário Popular mudou de postura em relação a isso e hoje trata o assunto com um bom destaque. Há 20 anos trabalhando com isso, todas as pessoas que eu já vi passar pela parte de cultura no jornal tinham conhecimento sobre o assunto, ou correram atrás para aprender. Essa mudança também ajuda a dar uma ventilada." Cardo Peixoto, músico e produtor cultural
"Há muito tempo que a gente clamava por um caderno como o Zoom. É a primeira parte do jornal que eu leio. O meu canal direto com os acontecimentos culturais de Pelotas hoje é o Diário Popular. Só o que sinto falta ainda é de um espaço de crítica mais freqüente. Fora isso, o Zoom mostra que não é um caderno alienado quanto toca em assuntos importantes, como as políticas culturais. Assim ele cumpre o papel de tirar da acomodação os próprios artistas." Berê Fuhro Souto, coreógrafa e bailarina.
"Como promotor cultural e leitor assíduo do caderno eu diria que o Zoom é muitas vezes o ponto definitivo para o sucesso de um espetáculo. A gente confirma no dia-a-dia que ele chama a atenção até mesmo de pessoas que não têm o hábito de participar de atividades culturais normalmente. É uma forma de despertar o interesse da comunidade e contribuir com a formação de platéias." Luis Fernando Parada, gerente do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Pelotas
"As matérias de capa do caderno sempre me agradam. O que a gente vê no Diário Popular é justamente a diversidade cultural de Pelotas estampada nas páginas do Zoom. Esse é o espaço onde a gente tem voz e como artistas ficamos feliz quando o nosso trabalho aparece no Caderno. Dá uma sensação de reconhecimento. Além disso ele me estimula a freqüentar outras atividades culturais, fora do teatro. Só acho que o espaço de crítica deveria ser mais rotineiro e a agenda separada por tópicos como 'exposições' ou 'espetáculos'." Adriano de Moraes, coordenador do Núcleo de Teatro da Universidade Federal de Pelotas.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa e Contracapa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 2 de oububro de 2008
Há um ano o Diário Popular lançava a primeira edição do Caderno Zoom, com o propósito de atender uma demanda que sempre existiu: colocar no papel e nas rodas de conversa a farta produção artística de Pelotas e da região. A leitura de segunda a quinta-feira se tornou praticamente obrigatória, hábito prazeroso no cotidiano de muita gente, como a estudante de administração Aline Kochhann, de 23 anos, que chegou de Uruguaiana mais ou menos na mesma época que o Zoom foi lançado. "Eu gosto de saber sobre literatura, ir ao teatro e a outros espetáculos, por isso sempre leio o caderno de cultura do Diário Popular que é um dos únicos lugares onde a gente encontra isso em Pelotas".
As páginas são estações de trânsito por onde passaram artistas consagrados que aqui vieram e nomes próprios, mas desconhecidos, nem por isso menos talentosos.
Por falar em nomes... a primeira capa do Zoom tratava justamente desse tema, às avessas. Em tons de vermelho vivo, falava de anônimos, como prova de que não é necessário renome para ser reconhecido e merecer destaque. O primeiro Salão de Pintores Diletantes, no Museu da Baronesa, inaugurava no dia 2 de outubro de 2007 uma seqüência de cerca de duzentas edições e mais de 1,6 mil páginas reservadas à multiplicidade de expressões, conhecidas e reconhecidas, ou não.
"Em outros lugares, os jornais agem como se estivessem prestando um imenso favor ao divulgar os artistas. Publicam apenas notas. Destaques são raros, e geralmente para os grandes espetáculos 'que vêm de fora'", conta o músico Cardo Peixoto, que hoje vive em Caxias do Sul e fez da valorização dada aos artistas locais pelo jornal pelotense o seu cartão de visitas. "Quando saí de Pelotas, levei comigo uma matéria publicada sobre o meu trabalho no Diário Popular. Era assim que eu me apresentava."
Na pauta
Por aqui os leitores visitaram exposições, pularam o Carnaval antes e em série, em alas, viram os preparativos de cada escola. Passearam por Pelotas e por Satolep na história de Vitor Ramil. Ficaram sabendo de iniciativas e ações voltadas para a educação e para a saúde, relacionadas ao desenvolvimento artístico, sem esquecer dos temas ligados à filosofia e à espiritualidade, entendidas também como fenômenos culturais.
Houve também as entrevistas, os perfis, que deram destaque a pessoas com boas histórias ou opiniões perspicazes a compartilhar. Celso Loureiro Chaves trouxe novos ares às velhas discussões sobre a fortuna deixada de herança por Simões.
Além de apresentar os espaços existentes na cidade, abertos às artes, o caderno Zoom criou também seu próprio espaço diferenciado. Uma galeria sem paredes, um palco de papel. Aqui como nas linguagens contemporâneas, a arte está por toda parte.
Por ver a cultura em tudo, e tratá-la como tema essencial, além do entretenimento muitas vezes visto como fútil, o Zoom procura descontruir a cada dia a idéia de que ao "segundo caderno" devem ficar relegados temas de menor importância.
Nas colunas do caderno também não faltou espaço para questões polêmicas. Quando foi preciso, obras, livros, cenas, personalidades ou músicos deram lugar ao desenrolar de debates, especialmente sobre as políticas culturais do município e o cotidiano da comunidade. O caderno acompanhou discussões, propôs outras.
Os filmes foram morar em outros lugares com o fechamento dos cinemas. Outros segmentos também ficaram sem-teto. A Casa de Cultura ainda não saiu, nem a Lei Municipal de Incentivo à Cultura mas ao menos ninguém pôde esquecer-se delas. O debate continua em pauta.
Enquanto isso, os grupos de teatro continuaram suas cenas, a orquestra continuou seus ensaios, os bailarinos prosseguiram a dança e os pintores não deixaram de colorir. Os produtores independentes também não pararam de escrever roteiros, criar e exibir seus filmes. Tudo segue acontecendo, e cada vez melhor, nos teatros, nas ruas, nas galerias... e nas páginas do Zoom.
A opinião de quem lê e contribui com o conteúdo das páginas do Caderno
"Leio várias vezes todo o jornal, mas geralmente vou da chamada de capa ou da contracapa direto para o Zoom. Ninguém pode se queixar que em Pelotas 'não tem o que fazer'. O Caderno mostra que todos os dias têm opções e como eu gosto desse tipo de atividade cultural, o Zoom fecha bem comigo. Além disso, quando uma exposição é divulgada no Caderno a gente pode ter certeza de que será bem freqüentada. As matérias fazem toda a diferença porque funcionam como mediadoras entre as pessoas e os eventos." Raquel Schwonke
"O Zoom foi um enorme ganho para a cultura em Pelotas. Ler o Caderno acabou se transformando em hábito para quem faz e para quem consome arte e cultura. Eu considero ele hoje um elemento indispensável para a vida cultural na cidade pela importante divulgação das ações, mas principalmente pelas provocações que faz ao desenvolvimento da cultura local." Igor Simões, ator e diretor teatral e representante do Instituto João Simões Lopes Neto
"O Zoom é uma iniciativa primorosa. É excelente a forma como as iniciativas locais são valorizadas nos espaços do Caderno. Já é um trabalho qualificado e tende a melhorar ainda mais." Annie Fernandes, Diretora do Theatro Sete de Abril
"Pelotas tem um espaço para a divulgação da sua produção artística que nem de longe se encontra em outras cidades. Houve momentos em que já ficamos órfãos de páginas especializadas em cultura, mas nos últimos tempos o Diário Popular mudou de postura em relação a isso e hoje trata o assunto com um bom destaque. Há 20 anos trabalhando com isso, todas as pessoas que eu já vi passar pela parte de cultura no jornal tinham conhecimento sobre o assunto, ou correram atrás para aprender. Essa mudança também ajuda a dar uma ventilada." Cardo Peixoto, músico e produtor cultural
"Há muito tempo que a gente clamava por um caderno como o Zoom. É a primeira parte do jornal que eu leio. O meu canal direto com os acontecimentos culturais de Pelotas hoje é o Diário Popular. Só o que sinto falta ainda é de um espaço de crítica mais freqüente. Fora isso, o Zoom mostra que não é um caderno alienado quanto toca em assuntos importantes, como as políticas culturais. Assim ele cumpre o papel de tirar da acomodação os próprios artistas." Berê Fuhro Souto, coreógrafa e bailarina.
"Como promotor cultural e leitor assíduo do caderno eu diria que o Zoom é muitas vezes o ponto definitivo para o sucesso de um espetáculo. A gente confirma no dia-a-dia que ele chama a atenção até mesmo de pessoas que não têm o hábito de participar de atividades culturais normalmente. É uma forma de despertar o interesse da comunidade e contribuir com a formação de platéias." Luis Fernando Parada, gerente do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Pelotas
"As matérias de capa do caderno sempre me agradam. O que a gente vê no Diário Popular é justamente a diversidade cultural de Pelotas estampada nas páginas do Zoom. Esse é o espaço onde a gente tem voz e como artistas ficamos feliz quando o nosso trabalho aparece no Caderno. Dá uma sensação de reconhecimento. Além disso ele me estimula a freqüentar outras atividades culturais, fora do teatro. Só acho que o espaço de crítica deveria ser mais rotineiro e a agenda separada por tópicos como 'exposições' ou 'espetáculos'." Adriano de Moraes, coordenador do Núcleo de Teatro da Universidade Federal de Pelotas.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa e Contracapa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 2 de oububro de 2008
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