Este não será o primeiro show nativista a ocorrer no Theatro Guarany, mas tem tudo para ser memorável. Isso porque Joca Martins pretende levar para lá um pouco do pampa e, na garupa, a essência e o sentimento do gaúcho. Literalmente. Além da simbologia da música, da temática que remete às origens campeiras, o músico promete carregar "de à cavalo" para o palco um pouco das tradições.
Provavelmente não seja à galope, mas numa marcha elegante, em que o bater ritmado dos cascos farão acompanhamento à melodia. Assim, com o ginete Dado Azevedo montado em um dos símbolos da cultura gaúcha perfilado do palco, Joca vai cantar o refrão de quem "tem a pampa no sangue e o coração nas esporas".
Contar como será o grande momento por um lado atiça a curiosidade, por outro estraga a surpresa. Mas não se preocupe, caro leitor. Esta não será a única da noite. João Luiz Nolte Martins, o Joca, ainda promete mais. "Parte do show vai ser dedicada especialmente à Pelotas", afirma, sem revelar detalhes da homenagem que fará à cidade-natal. Diz apenas que esta inclui uma música inédita.
Surpresas e possíveis improvisos à parte, a programação já traz motivos de sobra para os fãs da boa e nova música nativista prestigiarem o show. No repertório do lançamento do 12º disco, Joca Martins irá apresentar, além das novas, as canções "das antigas", de Domingueiro (Usadiscos, 2007) para trás, rememorando os sucessos dos mais de 20 anos de carreira.
"No pré-lançamento que venho fazendo desde setembro já pude sentir que as pessoas têm recebido bem este novo trabalho", diz ele que já marcou no público alguns dos novos refrões. "Coração nas esporas já estão cantando, porque é bastante forte. Encomenda é outra que o pessoal tem gostado bastante. É uma letra muito emocional que conta a história de um pala perdido. As pessoas gostam de histórias."
Estampa de campeiro
O "pampa" - ou a pampa - a que tanto se refere Joca está no sentimento, na essência do gaúcho, mesmo distante do bucólico cenário a que o termo remete. E se o gaúcho passou por um êxodo rural, a própria cultura o acompanhou, e se urbanizou. A bombacha e outras vestimentas típicas, por exemplo, migraram para a cidade e embora tenham sofrido adaptações, não abandonaram suas origens campeiras, defende o músico. "Antigamente era mais fácil identificar a região de origem do gaúcho. Dava pra ver se era da serra, da fronteira ou do litoral. Rio-grandense, uruguaio ou argentino", diz Joca, que se lembra da época em que as bombachas eram confeccionadas ao gosto do freguês. "No meu tempo de guri a gente comprava a 'fazenda' e ia na costureira encomendar um 'feitio'", brinca.
"De certa forma a cultura hoje está mais homogênea, apesar de não ter perdido completamente suas peculiaridades. O lado bom disso é que a gente vê que o pessoal voltando a usar essa vestimenta, do seu próprio jeito", diz ele, que embora costume optar por trajes mais convencionais não se sente incomodado com a combinação bombacha-e-tênis e outras tantas misturas "modernas" até condenáveis pelos mais ferrenhos tradicionalistas, mas que desfilam despreocupadas e confortavelmente pelas ruas da cidade.
"A partir dos inúmeros e-mails e manifestações do público, principalmente de quem vive fora do Estado, a gente vê que as pessoas gostam e fazem questão de expressar o orgulho pelo Rio Grande. Daí surgiu a idéia da gente criar uma linha de roupas" diz a assessora de imprensa Gabriela Mazza, que idealizou o projeto de criar uma espécie de "grife" Joca Martins e transformou o bordão "aí que eu me refiro" em marca.
A frase, assim como o primeiro verso da faixa-título do CD Pampa viraram estampas das camisetas que começam a ser vendidas no show de amanhã. Um dos dois primeiros modelos ainda reproduz o detalhe da grega bordada, modelo argentino, que enfeita palas, rastas e outros apetrechos da vestimenta gaúcha e que também aparece estampada na capa do disco. Tudo para agradar os adeptos de um estilo gaudério, que combina tanto com jeans quanto com bombachas. "A intenção é fazer outros produtos com essa temática para que as pessoas possam levar consigo. As camisetas são apenas o início", comenta a assessora.
Pra reunir a gauchada:
O quê: Show de Joca Martins - lançamento do CD Pampa
Quando: Amanhã, às 21h
Onde: no Theatro Guarany
Quanto: ingressos antecipados a R$ 10,00, à venda no posto Cidadão Capaz (rua Tiradentes, esquina com a Félix da Cunha). CD´s estarão à venda no local a R$ 15,00 e camisetas a R$ 20,00.
Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 30 de oububro de 2008
Provavelmente não seja à galope, mas numa marcha elegante, em que o bater ritmado dos cascos farão acompanhamento à melodia. Assim, com o ginete Dado Azevedo montado em um dos símbolos da cultura gaúcha perfilado do palco, Joca vai cantar o refrão de quem "tem a pampa no sangue e o coração nas esporas".
Contar como será o grande momento por um lado atiça a curiosidade, por outro estraga a surpresa. Mas não se preocupe, caro leitor. Esta não será a única da noite. João Luiz Nolte Martins, o Joca, ainda promete mais. "Parte do show vai ser dedicada especialmente à Pelotas", afirma, sem revelar detalhes da homenagem que fará à cidade-natal. Diz apenas que esta inclui uma música inédita.
Surpresas e possíveis improvisos à parte, a programação já traz motivos de sobra para os fãs da boa e nova música nativista prestigiarem o show. No repertório do lançamento do 12º disco, Joca Martins irá apresentar, além das novas, as canções "das antigas", de Domingueiro (Usadiscos, 2007) para trás, rememorando os sucessos dos mais de 20 anos de carreira.
"No pré-lançamento que venho fazendo desde setembro já pude sentir que as pessoas têm recebido bem este novo trabalho", diz ele que já marcou no público alguns dos novos refrões. "Coração nas esporas já estão cantando, porque é bastante forte. Encomenda é outra que o pessoal tem gostado bastante. É uma letra muito emocional que conta a história de um pala perdido. As pessoas gostam de histórias."
Estampa de campeiro
O "pampa" - ou a pampa - a que tanto se refere Joca está no sentimento, na essência do gaúcho, mesmo distante do bucólico cenário a que o termo remete. E se o gaúcho passou por um êxodo rural, a própria cultura o acompanhou, e se urbanizou. A bombacha e outras vestimentas típicas, por exemplo, migraram para a cidade e embora tenham sofrido adaptações, não abandonaram suas origens campeiras, defende o músico. "Antigamente era mais fácil identificar a região de origem do gaúcho. Dava pra ver se era da serra, da fronteira ou do litoral. Rio-grandense, uruguaio ou argentino", diz Joca, que se lembra da época em que as bombachas eram confeccionadas ao gosto do freguês. "No meu tempo de guri a gente comprava a 'fazenda' e ia na costureira encomendar um 'feitio'", brinca.
"De certa forma a cultura hoje está mais homogênea, apesar de não ter perdido completamente suas peculiaridades. O lado bom disso é que a gente vê que o pessoal voltando a usar essa vestimenta, do seu próprio jeito", diz ele, que embora costume optar por trajes mais convencionais não se sente incomodado com a combinação bombacha-e-tênis e outras tantas misturas "modernas" até condenáveis pelos mais ferrenhos tradicionalistas, mas que desfilam despreocupadas e confortavelmente pelas ruas da cidade.
"A partir dos inúmeros e-mails e manifestações do público, principalmente de quem vive fora do Estado, a gente vê que as pessoas gostam e fazem questão de expressar o orgulho pelo Rio Grande. Daí surgiu a idéia da gente criar uma linha de roupas" diz a assessora de imprensa Gabriela Mazza, que idealizou o projeto de criar uma espécie de "grife" Joca Martins e transformou o bordão "aí que eu me refiro" em marca.
A frase, assim como o primeiro verso da faixa-título do CD Pampa viraram estampas das camisetas que começam a ser vendidas no show de amanhã. Um dos dois primeiros modelos ainda reproduz o detalhe da grega bordada, modelo argentino, que enfeita palas, rastas e outros apetrechos da vestimenta gaúcha e que também aparece estampada na capa do disco. Tudo para agradar os adeptos de um estilo gaudério, que combina tanto com jeans quanto com bombachas. "A intenção é fazer outros produtos com essa temática para que as pessoas possam levar consigo. As camisetas são apenas o início", comenta a assessora.
Pra reunir a gauchada:
O quê: Show de Joca Martins - lançamento do CD Pampa
Quando: Amanhã, às 21h
Onde: no Theatro Guarany
Quanto: ingressos antecipados a R$ 10,00, à venda no posto Cidadão Capaz (rua Tiradentes, esquina com a Félix da Cunha). CD´s estarão à venda no local a R$ 15,00 e camisetas a R$ 20,00.
Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 30 de oububro de 2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário