Depois de meses de preparação e muitos ensaios, os resultados do projeto Teatro Mostra Simões chegam ao palco. Na sexta-feira (17), o grupo cênico Ditirambos, da Escola Estadual Nossa Senhora de Lourdes, realizou a primeira da série de apresentações que irá passar por 14 escolas da rede pública de ensino em Pelotas. A encenação da lenda M-boitatá ocorreu no salão paroquial da Colônia de Pescadores Z-3, para uma platéia formada por alunos de 2ª à 4ª série da escola Rafael Brusque.
"O mais legal é que estamos inaugurando essa mostra aqui, pertinho de onde Simões nasceu e passou boa parte da infância", disse o presidente do Instituto João Simões Lopes Neto (IJSLN), Henrique Pires, referindo-se à proximidade da colônia com a Estância da Graça. "Ele era praticamente um zetrezense", brincou, enquanto falava às crianças que aguardavam anciosas o início da apresentação.
O Ditirambos é um dos sete grupos que aderiram à iniciativa do Instituto de promover o acesso à obra literária do escritor pelotense através da linguagem cênica e incentivar a produção teatral nas escolas. "Hoje a gente pode dizer que atingimos mais uma vez esses objetivos, assim como na primeira edição que realizamos em 2005", afirma o coordenador geral, ator e diretor de teatro Aceves Moreno. "O projeto dá certo porque é feito de alunos para alunos", completa ele, atribuindo o êxito a pouca interferência de profissionais nas criações elaboradas pelos estudantes.
Para orientar as produções, o Instituto Simões Lopes Neto promoveu oficinas de roteiro, iluminação, figurino, maquiagem, cenografia e adereços ministradas por Bartira Franco, Ricardo Lima e Gê Fonseca.
Nota 10
"Tivemos uma ótima oportunidade de conhecer o trabalho dele (Simões). Acabamos estudando os outros contos também", diz a estudante Diésica Capitanio, que faz o papel da mítica M-boitatá. Recriar a personagem, tida como o "mau-olhado dos pampas" foi o maior desafio para o grupo, que teve que enfrentar ainda as dificuldades de compreender e interpretar o palavreado usado na lenda. "Imagina só uma 'cobra gigante de fogo transparente'", falou uma das alunas, tentando visualizar o a personagem tal qual ela é descrita por Simões. Durante a pesquisa e indispensáveis consultas ao dicionário, "abichornados" e "entanguida" foram algumas das palavras que entraram para o vocabulário da trupe.
"Essa é uma iniciativa fantástica para ressucitar o teatro nas escolas, porque isso se multiplica na sala de aula de forma interdisciplinar" reflete a professora de biologia Sandra Viégas, que aproveita a experiência de participar do elenco do Teatro Escola de Pelotas desde 1988 para coordenar o grupo de teatro do colégio.
Para as escolas que não tem artes cênicas incluídas nas atividades extra-classe, receber os grupos de teatro é um incentivo e uma oportunidade de intercâmbio. "Assim a gente vê que é possível fazer teatro mesmo de forma simples, com as condições modestas que a gente tem aqui", comentou a coordenadora da escola zetrezense Rafael Brusque, após a apresentação.
"É muito interessante esse trabalho, porque mesmo sendo um autor daqui de Pelotas os alunos praticamente não conhecem" diz a professora da 2ª série Carmen Carvalho enquanto era interrompida por um aluno que exclamava: "A historinha da M-boitatá, né tia?!" Essa eles já conheciam, pois fazia parte do conteúdo sobre o folclore gaúcho.
"Fazendo algumas adaptações, para que fique compreensível para a idade deles, é totalmente possível trabalhar as lendas e os contos do Simões Lopes na sala de aula", afirmou a professora.
Adaptações
Além da Escola Nossa Senhora de Lourdes, o Instituto Estadual de Educação Assis Brasil e os colégios Ferreira Vianna, Fernando Osório, Santa Mônica e Gonzaga fazem parte da mostra, com montagens inspiradas nas Lendas do Sul.
Hoje (segunda-feira, 20), o grupo de teatro do Instituto Assis Brasil apresenta a esquete Cadê a confiança? na quadra da escola municipal Joaquim Dias. A peça, inspirada na lenda do Negrinho do Pastoreio conta a história de Maria, uma adolescente que após ler o conto reflete sobre a violência e os maus tratos sofridos pelo personagem, comparando a situação com a realidade dos dias atuais.
O projeto Teatro Mostra Simões é uma realização financiada pelo Governo do Estado, com patrocínio da Copesul e da Braskem através da Lei de Incentivo à Cultura (LIC-RS).
Confira as datas e locais por onde a mostra vai passar
20/10 - E. M. Joaquim Dias
22/10 - E. M. Nossa Senhora de Lourdes
24/10 - E. M. Carlos Laquintinie
27/10 - E. M. Círculo Operário Pelotense
29/10 - E. M. Mário Menegueti
31/10 - E. M. Independência
10/11 - E. M. Jornalista Deogar Soares
12/11 - Instituto São Benedito
14/11 - E. M. Garibaldi
17/11 - E. M. Dr. Joaquim Assumpção*
19/11 - E. M. Bibiano de Almeida
21/11 - E. M. Campos Barreto
24/11 - Escola Nestor Crochemore
*As apresentações ocorrem sempre às 15h com exceção do dia 17/11 na escola Joaquim Assumpção, onde a encenação está marcada para as 20h. A entrada é franca.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Segunda-feira, 20 de oububro de 2008
"O mais legal é que estamos inaugurando essa mostra aqui, pertinho de onde Simões nasceu e passou boa parte da infância", disse o presidente do Instituto João Simões Lopes Neto (IJSLN), Henrique Pires, referindo-se à proximidade da colônia com a Estância da Graça. "Ele era praticamente um zetrezense", brincou, enquanto falava às crianças que aguardavam anciosas o início da apresentação.
O Ditirambos é um dos sete grupos que aderiram à iniciativa do Instituto de promover o acesso à obra literária do escritor pelotense através da linguagem cênica e incentivar a produção teatral nas escolas. "Hoje a gente pode dizer que atingimos mais uma vez esses objetivos, assim como na primeira edição que realizamos em 2005", afirma o coordenador geral, ator e diretor de teatro Aceves Moreno. "O projeto dá certo porque é feito de alunos para alunos", completa ele, atribuindo o êxito a pouca interferência de profissionais nas criações elaboradas pelos estudantes.
Para orientar as produções, o Instituto Simões Lopes Neto promoveu oficinas de roteiro, iluminação, figurino, maquiagem, cenografia e adereços ministradas por Bartira Franco, Ricardo Lima e Gê Fonseca.
Nota 10
"Tivemos uma ótima oportunidade de conhecer o trabalho dele (Simões). Acabamos estudando os outros contos também", diz a estudante Diésica Capitanio, que faz o papel da mítica M-boitatá. Recriar a personagem, tida como o "mau-olhado dos pampas" foi o maior desafio para o grupo, que teve que enfrentar ainda as dificuldades de compreender e interpretar o palavreado usado na lenda. "Imagina só uma 'cobra gigante de fogo transparente'", falou uma das alunas, tentando visualizar o a personagem tal qual ela é descrita por Simões. Durante a pesquisa e indispensáveis consultas ao dicionário, "abichornados" e "entanguida" foram algumas das palavras que entraram para o vocabulário da trupe.
"Essa é uma iniciativa fantástica para ressucitar o teatro nas escolas, porque isso se multiplica na sala de aula de forma interdisciplinar" reflete a professora de biologia Sandra Viégas, que aproveita a experiência de participar do elenco do Teatro Escola de Pelotas desde 1988 para coordenar o grupo de teatro do colégio.
Para as escolas que não tem artes cênicas incluídas nas atividades extra-classe, receber os grupos de teatro é um incentivo e uma oportunidade de intercâmbio. "Assim a gente vê que é possível fazer teatro mesmo de forma simples, com as condições modestas que a gente tem aqui", comentou a coordenadora da escola zetrezense Rafael Brusque, após a apresentação.
"É muito interessante esse trabalho, porque mesmo sendo um autor daqui de Pelotas os alunos praticamente não conhecem" diz a professora da 2ª série Carmen Carvalho enquanto era interrompida por um aluno que exclamava: "A historinha da M-boitatá, né tia?!" Essa eles já conheciam, pois fazia parte do conteúdo sobre o folclore gaúcho.
"Fazendo algumas adaptações, para que fique compreensível para a idade deles, é totalmente possível trabalhar as lendas e os contos do Simões Lopes na sala de aula", afirmou a professora.
Adaptações
Além da Escola Nossa Senhora de Lourdes, o Instituto Estadual de Educação Assis Brasil e os colégios Ferreira Vianna, Fernando Osório, Santa Mônica e Gonzaga fazem parte da mostra, com montagens inspiradas nas Lendas do Sul.
Hoje (segunda-feira, 20), o grupo de teatro do Instituto Assis Brasil apresenta a esquete Cadê a confiança? na quadra da escola municipal Joaquim Dias. A peça, inspirada na lenda do Negrinho do Pastoreio conta a história de Maria, uma adolescente que após ler o conto reflete sobre a violência e os maus tratos sofridos pelo personagem, comparando a situação com a realidade dos dias atuais.
O projeto Teatro Mostra Simões é uma realização financiada pelo Governo do Estado, com patrocínio da Copesul e da Braskem através da Lei de Incentivo à Cultura (LIC-RS).
Confira as datas e locais por onde a mostra vai passar
20/10 - E. M. Joaquim Dias
22/10 - E. M. Nossa Senhora de Lourdes
24/10 - E. M. Carlos Laquintinie
27/10 - E. M. Círculo Operário Pelotense
29/10 - E. M. Mário Menegueti
31/10 - E. M. Independência
10/11 - E. M. Jornalista Deogar Soares
12/11 - Instituto São Benedito
14/11 - E. M. Garibaldi
17/11 - E. M. Dr. Joaquim Assumpção*
19/11 - E. M. Bibiano de Almeida
21/11 - E. M. Campos Barreto
24/11 - Escola Nestor Crochemore
*As apresentações ocorrem sempre às 15h com exceção do dia 17/11 na escola Joaquim Assumpção, onde a encenação está marcada para as 20h. A entrada é franca.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Segunda-feira, 20 de oububro de 2008
Um comentário:
eu vou me apresentar :) hehe
muito legal o blog, curti demais! beijos.
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