Diferente das pouco confortáveis lentes rígidas e também dos primeiros modelos de gelatinosas, que depois de certo tempo de uso ficavam ressecadas, as lentes feitas de silicone hidrogel chegam ao mercado com a promessa de aliar conforto e qualidade de visão.
A nova geração de lentes de contato contém aproximadamente 50% de água na sua composição e tem como diferencial um maior índice de oxigenação da córnea (maior permeabilidade de oxigênio) associado à alta capacidade de umidificação com formatos que cada vez mais facilitam a troca de lágrima, ou seja, a lubrificação natural dos olhos. São indicadas principalmente para quem passa muitas horas diante do computador, exposto ao ar-condicionado ou a outros fatores que favorecem o ressecamento dos olhos.
A grande aposta é que o novo produto possa acabar com problemas como a vermelhidão nos olhos e a vista nublada depois de várias horas de uso das lentes de contato, que são queixas comuns entre os usuários da tecnologia anterior.
Outro ponto positivo é que o novo material é mais consistente. Maleável, continua se adaptando rapidamente ao olho, mas é mais fácil de manusear e por ser mais firme não se deforma com facilidade.
A durabilidade das lentes de hidrogel é equivalente à das lentes gelatinosas comuns e varia conforme o fabricante, a orientação médica e a forma de uso. Dormir de lentes continua sendo desaconselhado pelos oftalmologistas por aumentar o risco de complicações como ferimentos na córnea, mas com a maior lubrificação e oxigenação do hidrogel o que antes era inadimissível passa a ser menos prejudicial e até aceitável, de vez em quando. Para uso prolongado (sem dormir), cada par dura em média duas semanas, mas o prazo pode ser estendido para até 30 dias.
Boas opções
As novidades, nem tão novas assim no setor da contatologia (os primeiros modelos de lentes de silicone hidrogel foram lançados em 2006), começam aos poucos a ficar conhecidas e também mais populares no mercado de Pelotas, com preços cada vez mais acessíveis. "Como existe pouco marketing, os clientes demoram a substituir as lentes comuns, mas aos poucos a tendência é que a procura pelos modelos de silicone hidrogel aumente", diz a técnica e contatóloga Giorgett Estima, que há cerca de um mês já oferece os novos modelos.
Algumas marcas são vendidas em óticas enquanto outras são adaptadas exclusivamente em clínicas oftalmológicas. "Todo mundo merece usar lentes, esse é um recurso muito bom hoje em dia. Mas independentemente de onde a pessoa adquira as lentes, o importante é que o uso delas seja acompanhado por um oftalmologista e que o paciente siga os cuidados para um manuseio correto", aconselha a médica Tatiana Papaléo.
Os modelos top de linha são de 15 a 30% mais caros que as lentes gelatinosas antigas, mas ainda assim já estão até 50% mais baratos do que quando chegaram ao mercado, há dois anos. As linhas Oasys, da Johnson & Johnson, Biofinity, da Cooper Vision e Purevision, da Bausch & Lomb são as opções mais conhecidas e podem ser encontradas com preços entre R$ 115 e R$ 160 (caixa com seis).
Se vale à pena o investimento? A usuária Patrícia Barboza afirma que sim. Depois de quase cinco anos com o mesmo modelo de lente gelatinosa para corrigir a miopia, ela fez teste com o silicone hidrogel e diz que a diferença foi sensível. "Uso as lentes pelo mesmo número de horas de antes, e no final do dia a sensação de conforto continua", atesta.
Texto: Bianca Zanella | Imagem: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Viva Bem / Capa | Publicado em: Pelotas, Terça-feira, 2 de setembro de 2008
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