Conservatório de Música da UFPel traz a Pelotas o Quarteto Maogani com o repertório de Impressão de Choro
Conhecido pela criatividade e por interpretações delicadas como a música erudita e espontâneas como a música popular, o Quarteto Maogani realiza nesta sexta-feira concerto em homenagem aos 90 anos do Conservatório de Música da Universidade Federal de Pelotas. No grupo camerístico, os músicos Paulo Aragão, Marcos Alves e Carlos Chaves são acompanhados de Maurício Marques, prata da casa.
Graduado pela UFPel em 1998, ele ingressou no quarteto em 2005 e faz parte da terceira formação do Quarteto. Marques vive em Viamão, onde trabalha como professor e arranjador. Os outros três componentes moram no Rio de Janeiro e também desemvolvem atividades paralelas.
A criação dos arranjos - quesito que mais chama atenção na produção fonográfica do grupo - é feita "na ponte aérea" ou via Internet. Os ensaios ocorrem no caminho, e assim já se vão 13 anos de estrada. Na bagagem, prêmios importantes como o Prêmio Tim de Música (2005), Prêmio Rival BR (2004) e o Prêmio Caras (2002), além do reconhecimento de ser um dos grupos instrumentais mais conceituados da música popular brasileira na atualidade, aqui e no exterior.
No mais recente trabalho, Impressão de Choro, eles apresentam composições do ritmo que é considerado uma das maiores referências da MPB, em um espetáculo que já foi assistido por platéias da Itália, Alemanha, Colômbia, Equador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Daqui, segue para Jerusalém antes de retomar a turnê pelo Brasil. No repertório, poderão surgir também "algumas bossas", adianta Marques, gravadas no álbum anterior, feito em homenagem a Tom Jobim.
A MPB passa pelas cordas
"O violão consegue ser popular até mesmo entre a música erudita, ele se identifica em qualquer espaço", assegura o músico. Mas, quem diria, não faz muito tempo que o instrumento era mal-visto e considerado "chulo" pelas elites do passado. Hoje, entra pela porta da frente nos teatros e conservatórios. Se precisar dividir espaço, sente-se à vontade ao lado de flautas, pianos e violinos. Sonho pré-modernista do velho Policarpo Quaresma e de Lima Barreto - personagem e autor - finalmente realizado: a essência da Música Popular Brasileira finalmente vibra sem receios no dedilhado das cordas do violão, no meio urbano em ritmo do choro, ou no embalo das serestas e outros estilos regionais do interior.
"Alguém viu por aí um pianista com seu piano embaixo do braço?", pergunta Marques, e ele mesmo responde: "Deve ser por isso que o violão - uma pequena orquestra portátil, como dizem alguns - chega a todos os lugares". A afirmação tem fundamento. Não é apenas uma questão de acessibilidade física. É cultural. Apesar da ascensão, puxada por nomes como Baden Powell, Raphael Rabello e Canhoto, o violão não esqueceu de onde veio, depois que se tornou "nobre". Ainda está nas serestas de viola caipira (antecessora do violão), ao lado do banquinho nos bares ou nas ruas, nas mãos de hippies, índios, andantes... É e continua sendo versátil e indiscutivelmente popular.
Prestigie
O quê: Recital de Violões com Quarteto Maogani
Quando: amanhã (25), às 20h
Onde: no Conservatório de Música da UFPel (rua Félix da Cunha, 651)
Ingressos: podem ser trocados no local por um quilo de alimento não perecível. As doações serão em benefício do Banco de Alimentos Madre Teresa de Calcutá.
Prática
No sábado (27) o Quarteto realiza masterclass para violonistas e grupos de câmara, das 10h ao meio-dia no Conservatório de Música com entrada franca.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Conhecido pela criatividade e por interpretações delicadas como a música erudita e espontâneas como a música popular, o Quarteto Maogani realiza nesta sexta-feira concerto em homenagem aos 90 anos do Conservatório de Música da Universidade Federal de Pelotas. No grupo camerístico, os músicos Paulo Aragão, Marcos Alves e Carlos Chaves são acompanhados de Maurício Marques, prata da casa.
Graduado pela UFPel em 1998, ele ingressou no quarteto em 2005 e faz parte da terceira formação do Quarteto. Marques vive em Viamão, onde trabalha como professor e arranjador. Os outros três componentes moram no Rio de Janeiro e também desemvolvem atividades paralelas.
A criação dos arranjos - quesito que mais chama atenção na produção fonográfica do grupo - é feita "na ponte aérea" ou via Internet. Os ensaios ocorrem no caminho, e assim já se vão 13 anos de estrada. Na bagagem, prêmios importantes como o Prêmio Tim de Música (2005), Prêmio Rival BR (2004) e o Prêmio Caras (2002), além do reconhecimento de ser um dos grupos instrumentais mais conceituados da música popular brasileira na atualidade, aqui e no exterior.
No mais recente trabalho, Impressão de Choro, eles apresentam composições do ritmo que é considerado uma das maiores referências da MPB, em um espetáculo que já foi assistido por platéias da Itália, Alemanha, Colômbia, Equador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Daqui, segue para Jerusalém antes de retomar a turnê pelo Brasil. No repertório, poderão surgir também "algumas bossas", adianta Marques, gravadas no álbum anterior, feito em homenagem a Tom Jobim.
A MPB passa pelas cordas
"O violão consegue ser popular até mesmo entre a música erudita, ele se identifica em qualquer espaço", assegura o músico. Mas, quem diria, não faz muito tempo que o instrumento era mal-visto e considerado "chulo" pelas elites do passado. Hoje, entra pela porta da frente nos teatros e conservatórios. Se precisar dividir espaço, sente-se à vontade ao lado de flautas, pianos e violinos. Sonho pré-modernista do velho Policarpo Quaresma e de Lima Barreto - personagem e autor - finalmente realizado: a essência da Música Popular Brasileira finalmente vibra sem receios no dedilhado das cordas do violão, no meio urbano em ritmo do choro, ou no embalo das serestas e outros estilos regionais do interior.
"Alguém viu por aí um pianista com seu piano embaixo do braço?", pergunta Marques, e ele mesmo responde: "Deve ser por isso que o violão - uma pequena orquestra portátil, como dizem alguns - chega a todos os lugares". A afirmação tem fundamento. Não é apenas uma questão de acessibilidade física. É cultural. Apesar da ascensão, puxada por nomes como Baden Powell, Raphael Rabello e Canhoto, o violão não esqueceu de onde veio, depois que se tornou "nobre". Ainda está nas serestas de viola caipira (antecessora do violão), ao lado do banquinho nos bares ou nas ruas, nas mãos de hippies, índios, andantes... É e continua sendo versátil e indiscutivelmente popular.
Prestigie
O quê: Recital de Violões com Quarteto Maogani
Quando: amanhã (25), às 20h
Onde: no Conservatório de Música da UFPel (rua Félix da Cunha, 651)
Ingressos: podem ser trocados no local por um quilo de alimento não perecível. As doações serão em benefício do Banco de Alimentos Madre Teresa de Calcutá.
Prática
No sábado (27) o Quarteto realiza masterclass para violonistas e grupos de câmara, das 10h ao meio-dia no Conservatório de Música com entrada franca.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Página 4 | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 24 de setembro de 2008
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