segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eu esperava mais...

O debate de ontem à noite entre os candidatos à Prefeito de Pelotas transmitido pela TV COM foi morno. Tão morno que não chegou a assar nem o "Peru do Anselmo". Explico a piada, para quem não assistiu: o candidato "mais esquentadinho" já de saída afirmou: "Eu não sou Peru da Sadia pra preparado". A primeira participação do imprevisível e teatral Governaço prometia bem mais, mas mesmo suas outras "tiradas" não chegaram nem perto do impacto desta.

Marroni e Fetter ficaram o tempo todo fazendo o DNA do asfalto, principalmente, e de outros projetos. Os outros candidatos - pelo menos os que foram articulados o suficiente para elaborar alguma estratégia - trataram de fazer perguntas entre si que atacassem por tabela os dois candidatos mais fortes. Foi o caso do Professor Lucas, Gilberto Cunha e Mateo Chiarelli que não perderam oportunidades para dizer que existem prioridades menos superficiais do que colocar asfalto. "Se preocupar com isso é a mesma coisa que um doente que precisa de um tratamento para câncer gastar dinheiro fazendo uma cirurgia plástica!"

Anselmo atacou a todos e não teve excrúpulos para dizer que tudo o que os outros prometem fazer, ele já fez. Rejane não atacou ninguém. Não teve capacidade. Apesar de ser a candidata que conhece mais profundamente os problemas da cidade (pois cada resposta ela começava contando uma vivência pessoal de como já sofreu com aquilo) ela só conseguiu incentivar um sentimento coletivo de vergonha alheia e piedade. Tudo ela considera "um absurdo". Caiu em todos os "pega-ratões" que lhe aplicaram, e não foram muitos porque os demais candidatos até a pouparam de perguntas mais difíceis. De qualquer forma, suas breves participações foram suficientes para deixar explícito o despreparo da candidata. Mostrou que pensa pequeno demais e que não tem visão global para resolver problemas grandes. A questão do turismo, por exemplo, ela resumiu como a falta de um ônibus para levar as pessoas que chegam de outras cidades para conhecer Pelotas. De que turismo ela está falando? Aí o Fetter, na réplica, se lavou...

Como é que ela acreditou quando disseram que ela estava preparada para ser candidata, e muito pior, prefeita? Alguém poderia ter evitado toda essa pagação de mico...
Do Lucas se esperava bem mais. O candidato tem um discurso muito bom, mas para o enfrentamento no debate faltou ser mais claro e, principalmente, prático.
Mateo ficou no disco repetido de que é "O Diferente". Apresentou propostas, tentou não bater de frente com ninguém. Parece, no entanto, que falta-lhe carisma e um pouco mais de espontaneidade para crescer na campanha.
Alexandre Nunes surpreendeu, estava bastante articulado, apesar de parecer que tinha treinado horas na frente do espelho, decorando tudo o que ia falar. Mesmo assim, foi bem.

No final das contas, além do asfalto, que já se esperava, seria o tema principal no confronto Fetter - Marroni, ficaram de fora algumas questões elementares, assuntos em que ninguém ousou tocar.
O termo ecologia, por exemplo - que é um dos assuntos mais importantes e preocupantes da atualidade - não foi citado em nenhum momento. A não ser o eucalipto, mensionado levianamente como um problema "turístico" e nada mais, não se ouviu ninguém falar diretamente sobre isso. Por que será?


Um comentário:

isa disse...

oi, bianca!
adorei a materia que escrevestes no jornal de hoje!
parabens, e obrigada!
saiu tudo muito bem, gostei inclusive das tuas digressões poeticas sobre a musica das estruturas.
bem de acordo com a musica eletroacustica!
um beijo!