Em cena... as letras. Registros de espetáculos que colocaram em evidência a literatura estão reunidos na mostra em cartaz no Memorial do Sete de Abril: Encenando Letras.
Veríssimo, Simões, Drummond... Nomes que já passaram em prosa e verso pelo palco do teatro estão lá, no pequeno beco da rua 15 que nem sempre os passantes se lembram de visitar. Ferreira Gullar, Nelson Rodrigues, Shakespeare, Carpinejar e o outro Veríssimo também, isso para citar apenas alguns dos célebres escritores lembrados na exposição inaugurada durante a Feira do Livro e que chega agora a sua última semana.
Ao refletir sobre Fragmentos de um discurso amoroso - obra de Roland Barthes que interpretou em 1988 - o ator Antônio Fagundes falava do temor que sentia. Isso porque "homens, mulheres, jovens ou maduros, não importa o sexo nem a idade, em todos os cantos do mundo, se identificaram e se apropriaram desses discursos de uma forma tão inalienável que deve ser difícil convencê-los de que existe sempre uma outra possibilidade de interpretação além da sua própria". E não seriam todos os livros - os bons livros - assim, reinventados a cada leitura e possuídos por quem os lê?
O que já esteve em cartaz
A coleção de cartazes no corredor estreito convida a andar pelo tempo nos registros do passado.
Lobo da Costa, o poeta pelotense homenageado na mais recente edição da Feira do Livro, teve sua biografia cênica escrita por Valter Sobreiro Júnior que deu a ela o título: Em nome de Francisco, peça encenada em 1986 pelo extinto grupo Desilab.
Naquele mesmo ano a platéia pelotense assistiu a Deus ajuda os bão, com texto de Arnaldo Jabor, e a'Os Sete Gatinhos de Nelson Rodrigues. Lembra?
Fernanda Montenegro, em 1988, foi Dona Doida inspirada pela obra da Adélia Prado. A filha, Fernanda Torres e elenco passaram por aqui com Orlando, de Virgínia Woolf.
Até mesmo o escritor japonês Ryunosuke Akutagawa dá as caras na exposição. Ele foi homenageado pela companhia uruguaia Teatro Eslabón no espetáculo En el bosque.
"Há vários nomes de escritores e atores com renome nacional e até internacional nessa mostra, mas sempre procuramos mesclar também com obras de artistas locais. Tem muita gente que se encontra aqui", diz a historiadora Érica de Lima, que divide a tarefa de organizar a programação de mostra do acervo do Memorial com a bibliotecária Magali Aquino.
A exposição recorda ainda algumas das 16 edições do Cena Literária realizadas desde março do ano passado. O projeto, realizado tradicionalmente na última quarta-feira de cada mês no foyer do teatro, apresenta ao público como elemento de provocação para o debate esquetes inspiradas na literatura.
Prestigie!
O quê: últimos dias da exposição Encenando Letras
Onde: no Memorial Theatro Sete de Abril (rua 15 de Novembro, 560-A)
Quando: até o dia 5 de dezembro, com visitação de segunda à sexta-feira das 13h às 18h30min
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Veríssimo, Simões, Drummond... Nomes que já passaram em prosa e verso pelo palco do teatro estão lá, no pequeno beco da rua 15 que nem sempre os passantes se lembram de visitar. Ferreira Gullar, Nelson Rodrigues, Shakespeare, Carpinejar e o outro Veríssimo também, isso para citar apenas alguns dos célebres escritores lembrados na exposição inaugurada durante a Feira do Livro e que chega agora a sua última semana.
Ao refletir sobre Fragmentos de um discurso amoroso - obra de Roland Barthes que interpretou em 1988 - o ator Antônio Fagundes falava do temor que sentia. Isso porque "homens, mulheres, jovens ou maduros, não importa o sexo nem a idade, em todos os cantos do mundo, se identificaram e se apropriaram desses discursos de uma forma tão inalienável que deve ser difícil convencê-los de que existe sempre uma outra possibilidade de interpretação além da sua própria". E não seriam todos os livros - os bons livros - assim, reinventados a cada leitura e possuídos por quem os lê?
O que já esteve em cartaz
A coleção de cartazes no corredor estreito convida a andar pelo tempo nos registros do passado.
Lobo da Costa, o poeta pelotense homenageado na mais recente edição da Feira do Livro, teve sua biografia cênica escrita por Valter Sobreiro Júnior que deu a ela o título: Em nome de Francisco, peça encenada em 1986 pelo extinto grupo Desilab.
Naquele mesmo ano a platéia pelotense assistiu a Deus ajuda os bão, com texto de Arnaldo Jabor, e a'Os Sete Gatinhos de Nelson Rodrigues. Lembra?
Fernanda Montenegro, em 1988, foi Dona Doida inspirada pela obra da Adélia Prado. A filha, Fernanda Torres e elenco passaram por aqui com Orlando, de Virgínia Woolf.
Até mesmo o escritor japonês Ryunosuke Akutagawa dá as caras na exposição. Ele foi homenageado pela companhia uruguaia Teatro Eslabón no espetáculo En el bosque.
"Há vários nomes de escritores e atores com renome nacional e até internacional nessa mostra, mas sempre procuramos mesclar também com obras de artistas locais. Tem muita gente que se encontra aqui", diz a historiadora Érica de Lima, que divide a tarefa de organizar a programação de mostra do acervo do Memorial com a bibliotecária Magali Aquino.
A exposição recorda ainda algumas das 16 edições do Cena Literária realizadas desde março do ano passado. O projeto, realizado tradicionalmente na última quarta-feira de cada mês no foyer do teatro, apresenta ao público como elemento de provocação para o debate esquetes inspiradas na literatura.
Prestigie!
O quê: últimos dias da exposição Encenando Letras
Onde: no Memorial Theatro Sete de Abril (rua 15 de Novembro, 560-A)
Quando: até o dia 5 de dezembro, com visitação de segunda à sexta-feira das 13h às 18h30min
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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