É só ouvir falar em foto que a modelo mirim Alice, de dois anos de idade, vai logo passar batom e começa a fazer caras e bocas. Foi assim quando ela ficou sabendo que receberia a visita do Diário Popular. Sob os olhos da mãe, ela mesma escolheu a roupa que iria vestir. Na hora de colocar os sapatos, entre o tênis de luzinhas que a mãe sugeriu e par de mocassins cor-de-rosa que a menina pegou da cômoda, venceu o mocassim.
A mãe, Genessi, diz que sempre deixa que a filha decida o que vestir, mas orienta de perto as escolhas e, em caso da menina querer usar algo inadequado, é a mãe quem dá a última palavra. Maquiagem, por exemplo, só quando vai posar para fotos de trabalho, e mesmo assim de leve. "Ela tem que entender essas coisas porque senão vai crescer achando que pode tudo. Mas a Alice é muito tranqüila pra isso. Normalmente chegamos a um consenso", relata.
Para Genessi e Alice, encarar o guarda-roupa não é problema, já que a relação entre mãe e filha é bem resolvida também diante do espelho. Para a psicóloga Marizele Cantarelli, a atitude da mãe é a mais correta. O diálogo nessa hora é fundamental. "É saudável que a criança participe dessas pequenas escolhas. Isso a prepara para as grandes decisões", afirma ela, que também considera hora de definir o vestuário uma ótima oportunidade para os pais ensinarem aos filhos noções de limites. Sair de blusinha de alcinha em um dia frio e sem casaco, por exemplo, está fora de questão. "Os pais devem orientar sobre o tipo de roupa que é mais adequado para cada ocasião e o que é mais confortável para a criança brincar." Na hora da compra, a dica é oferecer opções que caibam no orçamento da família dentre os itens que são necessários (e não simplesmente levar o que a criança viu na loja e "quer", mas não precisa).
Por outro lado, as crianças que nunca podem escolher que roupa usar, tendem a se tornar mais inseguras e "rebeldes". "Muitas vezes os pais projetam nos filhos uma imagem que não condiz com a atitude da criança. Nesse caso é uma até rebeldia positiva que demonstra que a criança quer se expressar. A roupa é uma das primeiras formas de manifestar a identidade."
Roupa e fantasia
Assim como os adolescentes (e até adultos) costumam imitar a moda que vêem principalmente na mídia, as crianças repetem modelos na forma de se vestir. As primeiras referências são os pais. Depois, são os personagens que assistem na TV, apresentadoras, personagens de novelas e super-heróis, principalmente. Segundo a psicóloga, não há nada de anormal nisso, mas é importante sempre discutir esses modelos. "Há pais que acham bonito a criança se vestir como uma adulta em miniatura e só depois se dão conta que com isso podem estar 'atropelando' a idade mental e visual dos filhos e fazendo com que eles se desenvolvam de forma precoce. Cada etapa deve ser vivida na sua plenitude e sem pressa. Vai chegar a hora certa da menina usar salto alto, não tem porque antecipar isso", explica.
Na hora da brincadeira, no entanto, os pais podem e devem deixar a imaginação dos pequenos correr solta. "Maquiagem pode ser uma coisa lúdica durante uma encenação de teatro, ou de um desfile de moda. Faz parte da brincadeira. Os exageros é que fazem mal", conclui Marizeli, que repete a regra fundamental da pedagogia moderna que se aplica a todas as situações: ter bom senso.
Roupa transada também para os pequenos
Peep-toe nos pés, mistura de estampas, colete, short balonê, minissaia, bermudão xadrez, babados, bata e flor no cabelo. As principais tendências contemporâneas que ditam a moda invadem com força total o guarda-roupa infantil. Foi se o tempo em que roupa de criança resumia-se a vestidinhos de algodão floriadinhos e conjuntos comportados. Nos desfiles do último Moda Pelotas – realizado no dia 10 do mês passado – as coleções apresentadas confirmaram essa vocação.
Pequenos desejam vestir-se como gente grande e as grifes, antenadas na preferência dos consumidores, criam suas peças conforme o gosto do freguês. O resultado pode ser verificado nas vitrines das lojas do setor. Como a estação que vem pela frente é o verão, a estação das cores, as coleções esbaldam-se nos tons vibrantes, nas estampas bem alegres, nos modelitos arejados. Aliás, roupa infantil tem tudo a ver com a descontração tão típica dos dias mais quentes. E para arrematar o look modernoso vale apostar nos acessórios como bolsas franjadas, cintos para marcar a cintura, óculos, tiaras e fivelas igualmente coloridas. Só não vale deixar de ser criança! (colaborou Inês Portugal)
Texto: Bianca Zanella e Inês Portugal | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Infantil | Publicado em: Pelotas, Sábado, 1º de novembro de 2008
A mãe, Genessi, diz que sempre deixa que a filha decida o que vestir, mas orienta de perto as escolhas e, em caso da menina querer usar algo inadequado, é a mãe quem dá a última palavra. Maquiagem, por exemplo, só quando vai posar para fotos de trabalho, e mesmo assim de leve. "Ela tem que entender essas coisas porque senão vai crescer achando que pode tudo. Mas a Alice é muito tranqüila pra isso. Normalmente chegamos a um consenso", relata.
Para Genessi e Alice, encarar o guarda-roupa não é problema, já que a relação entre mãe e filha é bem resolvida também diante do espelho. Para a psicóloga Marizele Cantarelli, a atitude da mãe é a mais correta. O diálogo nessa hora é fundamental. "É saudável que a criança participe dessas pequenas escolhas. Isso a prepara para as grandes decisões", afirma ela, que também considera hora de definir o vestuário uma ótima oportunidade para os pais ensinarem aos filhos noções de limites. Sair de blusinha de alcinha em um dia frio e sem casaco, por exemplo, está fora de questão. "Os pais devem orientar sobre o tipo de roupa que é mais adequado para cada ocasião e o que é mais confortável para a criança brincar." Na hora da compra, a dica é oferecer opções que caibam no orçamento da família dentre os itens que são necessários (e não simplesmente levar o que a criança viu na loja e "quer", mas não precisa).
Por outro lado, as crianças que nunca podem escolher que roupa usar, tendem a se tornar mais inseguras e "rebeldes". "Muitas vezes os pais projetam nos filhos uma imagem que não condiz com a atitude da criança. Nesse caso é uma até rebeldia positiva que demonstra que a criança quer se expressar. A roupa é uma das primeiras formas de manifestar a identidade."
Roupa e fantasia
Assim como os adolescentes (e até adultos) costumam imitar a moda que vêem principalmente na mídia, as crianças repetem modelos na forma de se vestir. As primeiras referências são os pais. Depois, são os personagens que assistem na TV, apresentadoras, personagens de novelas e super-heróis, principalmente. Segundo a psicóloga, não há nada de anormal nisso, mas é importante sempre discutir esses modelos. "Há pais que acham bonito a criança se vestir como uma adulta em miniatura e só depois se dão conta que com isso podem estar 'atropelando' a idade mental e visual dos filhos e fazendo com que eles se desenvolvam de forma precoce. Cada etapa deve ser vivida na sua plenitude e sem pressa. Vai chegar a hora certa da menina usar salto alto, não tem porque antecipar isso", explica.
Na hora da brincadeira, no entanto, os pais podem e devem deixar a imaginação dos pequenos correr solta. "Maquiagem pode ser uma coisa lúdica durante uma encenação de teatro, ou de um desfile de moda. Faz parte da brincadeira. Os exageros é que fazem mal", conclui Marizeli, que repete a regra fundamental da pedagogia moderna que se aplica a todas as situações: ter bom senso.
Roupa transada também para os pequenos
Peep-toe nos pés, mistura de estampas, colete, short balonê, minissaia, bermudão xadrez, babados, bata e flor no cabelo. As principais tendências contemporâneas que ditam a moda invadem com força total o guarda-roupa infantil. Foi se o tempo em que roupa de criança resumia-se a vestidinhos de algodão floriadinhos e conjuntos comportados. Nos desfiles do último Moda Pelotas – realizado no dia 10 do mês passado – as coleções apresentadas confirmaram essa vocação.
Pequenos desejam vestir-se como gente grande e as grifes, antenadas na preferência dos consumidores, criam suas peças conforme o gosto do freguês. O resultado pode ser verificado nas vitrines das lojas do setor. Como a estação que vem pela frente é o verão, a estação das cores, as coleções esbaldam-se nos tons vibrantes, nas estampas bem alegres, nos modelitos arejados. Aliás, roupa infantil tem tudo a ver com a descontração tão típica dos dias mais quentes. E para arrematar o look modernoso vale apostar nos acessórios como bolsas franjadas, cintos para marcar a cintura, óculos, tiaras e fivelas igualmente coloridas. Só não vale deixar de ser criança! (colaborou Inês Portugal)
Texto: Bianca Zanella e Inês Portugal | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Infantil | Publicado em: Pelotas, Sábado, 1º de novembro de 2008
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