O Theatro Guarany hoje acorda a disposto a cair no samba. Não um samba qualquer. À noite, as mãos da platéia vão batucar nos braços das poltronas no ritmo do samba dela, de Maria Rita, uma das vozes mais promissoras da Música Popular Brasileira na atualidade.
A cantora não esconde que começou a carreira, aos 24 anos, só porque "diziam que ela devia cantar". Também, não cantar significava renegar uma preciosa herança genética deixada pela mãe, Elis Regina: a voz. "Sempre quis cantar. A questão não era querer. Era por quê. O motivo passou a existir quando eu percebi que ficaria louca se não cantasse." Hoje aos 30 anos ela comemora a marca de 30 mil cópias vendidas de seu terceiro álbum, lançado em setembro do ano passado, o DVD Samba Meu.
Maria Rita se poupa de dar entrevistas, às vezes. E às vezes, admite, se dá ao luxo de não atender aos fãs. No último dia da temporada de sete dias e seis shows em São Paulo, que terminou no último domingo, ela saiu do palco aos prantos. "Tive uma pequena crise de choro e resolvi que não seria prudente receber os fãs. Fiquei com a cara inchada, um horror. Não houve maquiagem. E cada vez que eu via alguma coisa que me lembrasse que estava indo embora, desatava a chorar novamente", revela em seu diário de turnê, registrado no site oficial.
As confissões seguem: "Estou cansada, mas como nada me dá mais alegria do que meu palco, estou achando tudo muito abençoado, também. Mas morro de saudade do meu filhote... Dia desses ele me despede da função de mãe, gente! Estou dividida..."
Dona do samba
A paulistana, que já foi alvo de críticas extremadas desde que se lançou na carreira musical - tanto positivamente quanto negativamente - demonstra mais maturidade até mesmo em relação ao rótulo, inevitável no princípio, de "filha da Elis". Hoje, ela diz, pelo menos em São Paulo, que se sente bem recebida e compreendida artisticamente.
Ela, que se apropriou do samba, divide o ritmo com o público de uma forma tímida de leve atrevimento. No terceiro álbum mostra um jeito mais moleque, porém faz pensar como seria, se é que seria possível, uma versão mais ousada de Maria Rita, que tanto economiza ousadias. Seu recato, porém, costuma lhe permitir pequenos atos no palco que fogem do script como tirar a sandália no final do show, se estiver muito empolgada, ou então dar uns passinhos de dança. Mesmo porque, diz ela que não sabe sambar. Tudo bem. Quem tem voz não precisa de samba no pé.
Não perca!
O quê: show Samba Meu, de Maria Rita
Quando: hoje, às 21h
Onde: no Theatro Guarany
Quanto: os ingressos custam R$ 100,00 (platéia) e R$ 90,00 (camarote) e podem ser adquiridos na Farmácia Mais Econômica do Calçadão.
Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 27 de novembro de 2008
A cantora não esconde que começou a carreira, aos 24 anos, só porque "diziam que ela devia cantar". Também, não cantar significava renegar uma preciosa herança genética deixada pela mãe, Elis Regina: a voz. "Sempre quis cantar. A questão não era querer. Era por quê. O motivo passou a existir quando eu percebi que ficaria louca se não cantasse." Hoje aos 30 anos ela comemora a marca de 30 mil cópias vendidas de seu terceiro álbum, lançado em setembro do ano passado, o DVD Samba Meu.
Maria Rita se poupa de dar entrevistas, às vezes. E às vezes, admite, se dá ao luxo de não atender aos fãs. No último dia da temporada de sete dias e seis shows em São Paulo, que terminou no último domingo, ela saiu do palco aos prantos. "Tive uma pequena crise de choro e resolvi que não seria prudente receber os fãs. Fiquei com a cara inchada, um horror. Não houve maquiagem. E cada vez que eu via alguma coisa que me lembrasse que estava indo embora, desatava a chorar novamente", revela em seu diário de turnê, registrado no site oficial.
As confissões seguem: "Estou cansada, mas como nada me dá mais alegria do que meu palco, estou achando tudo muito abençoado, também. Mas morro de saudade do meu filhote... Dia desses ele me despede da função de mãe, gente! Estou dividida..."
Dona do samba
A paulistana, que já foi alvo de críticas extremadas desde que se lançou na carreira musical - tanto positivamente quanto negativamente - demonstra mais maturidade até mesmo em relação ao rótulo, inevitável no princípio, de "filha da Elis". Hoje, ela diz, pelo menos em São Paulo, que se sente bem recebida e compreendida artisticamente.
Ela, que se apropriou do samba, divide o ritmo com o público de uma forma tímida de leve atrevimento. No terceiro álbum mostra um jeito mais moleque, porém faz pensar como seria, se é que seria possível, uma versão mais ousada de Maria Rita, que tanto economiza ousadias. Seu recato, porém, costuma lhe permitir pequenos atos no palco que fogem do script como tirar a sandália no final do show, se estiver muito empolgada, ou então dar uns passinhos de dança. Mesmo porque, diz ela que não sabe sambar. Tudo bem. Quem tem voz não precisa de samba no pé.
Não perca!
O quê: show Samba Meu, de Maria Rita
Quando: hoje, às 21h
Onde: no Theatro Guarany
Quanto: os ingressos custam R$ 100,00 (platéia) e R$ 90,00 (camarote) e podem ser adquiridos na Farmácia Mais Econômica do Calçadão.
Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 27 de novembro de 2008
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