Quanto vale a dedicação a uma causa? A fortuna simbólica das trezentas onças (moedas) de ouro perdidas na literatura por Blau Nunes é repassada, anualmente, a personalidades que se destacam trabalhando em prol da preservação e divulgação da obra do do criador do personagem, João Simões Lopes Neto.
Nesta quinta-feira o Instituto que leva o seu nome realiza a terceira edição do prêmio Trezentas Onças, em cerimônia de entrega marcada para as 19h. Este ano, a distinção será conferida a Flávio Loureiro Chaves, Paulo Charqueiro e Mário Mattos.
O que os três possuem em comum? "Eles têm o mérito de olhar para o futuro, e têm uma visão generosa a respeito disso", responde a presidente do Instituto, Paula Mascarenhas. "Os homenageados por este prêmio são pessoas que cumprem com as suas obrigações e vão além. Cabe a comunidade reconhecer isso. O prêmio é uma forma de fazer com que esses esforços não sejam esquecidos", afirma.
Quem são os merecedores de 2008
Especialista em literatura regionalista e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo, Flávio Loureiro Chaves é considerado o responsável por introduzir os estudos sobre a escrita simoniana no universo acadêmico, tendo apresentado sua tese de doutorado sobre a obra de Simões Lopes Neto.
Chaves é professor titular da Universidade de Caxias do Sul e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e professor convidado da Universidade de Rennes (França) e da Escola Superior de Jornalismo do Porto (Portugal).
Titular da 1ª Promotoria de Justiça Especializada, o promotor Paulo Roberto Charqueiro foi um dos principais responsáveis por intervir frente à ameaça de demolição da Casa de João Simões Lopes Neto, hoje sede do Instituto, que assombrava o casarão na década de 90. "Ele cumpriu com suas atribuições de defender o patrimônio cultural, mas fez isso com uma eficiência e com uma dedicação que são dignas de reconhecimento", destaca Paula Mascarenhas.
Charqueiro é natural do muncípio de Jaguarão, formado em Direito e especialista em Direito Ambiental pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
A exceção
Embora o regulamento não permita a concessão da homenagem a membros da diretoria, já que são os próprios diretores que indicam os nomes a serem homologados pelo conselho do Instituto, este ano foi aberta uma exceção para que o vice-presidente da Casa recebesse a homenagem. A presidente Paula Mascarenhas, que deixa o cargo em agosto ao final de seu terceiro mandato faz questão de entregar o prêmio ao colega. "O mérito de Mário Mattos é mais do que justificado", afirma ela. "Ele representa aquilo que é essencial para a preservação da memória de Simões: Ler e fazer com que outras pessoas continuem lendo suas obras".
Mattos é o fundador da Núcleo de Estudos Simonianos, grupo que ele coordena desde sua criação em 1994. Engenheiro agrônomo formado pela UFPel, o pelotense nascido em 1924 exerceu a profissão de jornalista na capital gaúcha entre os anos de 1950 e 1958. Já nessa época era um defensor da obra Simoniana, divulgando-a e incentivando seu estudo.
História
O prêmio Trezentas Onças, cujo título é uma referência ao conto homônimo, foi criado pelo Instituto João Simões Lopes Neto em 2005. O primeiro a receber a homenagem foi o prefeito Bernardo de Souza, então licenciado do cargo, no mês de dezembro daquele ano.
A entrega do prêmio só foi retomada em 2007. Na edição seguinte, receberam a honraria a produtora cultural e ex-secretária de cultura do município Beatriz Araújo, o escritor Mozart Vitor Russomano e o superintendente da Copesul (patrocinadora do projeto de reestruturação da Casa de João Simões Lopes) Luiz Fernando Cirne Lima.
A moeda entregue a Bernardo foi uma onça espanhola autêntica, que serviu de matriz para a reprodução das outras 299. As réplicas tem de um lado o desenho da original, e do outro o logotipo do Instituto.
A honraria é limitada e segue um longo caminho de extinção até que sejam entregues todas as moedas. Como o regulamento prevê que a homenagem seja concedida, no máximo, a três pessoas a cada ano, o prêmio deve ter, pelo menos, 100 edições.
Memória
A professora Ivone Lêda do Amaral, falecida em julho do ano passado, seria uma das indicadas a receber o prêmio Trezentas Onças, afirma Paula Mascarenhas. "Infelizmente, não tivemos tempo de fazer esta homenagem", lamenta. A educadora foi uma das idealizadoras do Instituto João Simões Lopes Neto e grande incentivadora dos estudos simonianos. No início deste ano, uma das salas da Casa que sedia a instituição foi batizada com seu nome.
Nesta quinta-feira o Instituto que leva o seu nome realiza a terceira edição do prêmio Trezentas Onças, em cerimônia de entrega marcada para as 19h. Este ano, a distinção será conferida a Flávio Loureiro Chaves, Paulo Charqueiro e Mário Mattos.
O que os três possuem em comum? "Eles têm o mérito de olhar para o futuro, e têm uma visão generosa a respeito disso", responde a presidente do Instituto, Paula Mascarenhas. "Os homenageados por este prêmio são pessoas que cumprem com as suas obrigações e vão além. Cabe a comunidade reconhecer isso. O prêmio é uma forma de fazer com que esses esforços não sejam esquecidos", afirma.
Quem são os merecedores de 2008
Especialista em literatura regionalista e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo, Flávio Loureiro Chaves é considerado o responsável por introduzir os estudos sobre a escrita simoniana no universo acadêmico, tendo apresentado sua tese de doutorado sobre a obra de Simões Lopes Neto.
Chaves é professor titular da Universidade de Caxias do Sul e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e professor convidado da Universidade de Rennes (França) e da Escola Superior de Jornalismo do Porto (Portugal).
Titular da 1ª Promotoria de Justiça Especializada, o promotor Paulo Roberto Charqueiro foi um dos principais responsáveis por intervir frente à ameaça de demolição da Casa de João Simões Lopes Neto, hoje sede do Instituto, que assombrava o casarão na década de 90. "Ele cumpriu com suas atribuições de defender o patrimônio cultural, mas fez isso com uma eficiência e com uma dedicação que são dignas de reconhecimento", destaca Paula Mascarenhas.
Charqueiro é natural do muncípio de Jaguarão, formado em Direito e especialista em Direito Ambiental pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
A exceção
Embora o regulamento não permita a concessão da homenagem a membros da diretoria, já que são os próprios diretores que indicam os nomes a serem homologados pelo conselho do Instituto, este ano foi aberta uma exceção para que o vice-presidente da Casa recebesse a homenagem. A presidente Paula Mascarenhas, que deixa o cargo em agosto ao final de seu terceiro mandato faz questão de entregar o prêmio ao colega. "O mérito de Mário Mattos é mais do que justificado", afirma ela. "Ele representa aquilo que é essencial para a preservação da memória de Simões: Ler e fazer com que outras pessoas continuem lendo suas obras".
Mattos é o fundador da Núcleo de Estudos Simonianos, grupo que ele coordena desde sua criação em 1994. Engenheiro agrônomo formado pela UFPel, o pelotense nascido em 1924 exerceu a profissão de jornalista na capital gaúcha entre os anos de 1950 e 1958. Já nessa época era um defensor da obra Simoniana, divulgando-a e incentivando seu estudo.
História
O prêmio Trezentas Onças, cujo título é uma referência ao conto homônimo, foi criado pelo Instituto João Simões Lopes Neto em 2005. O primeiro a receber a homenagem foi o prefeito Bernardo de Souza, então licenciado do cargo, no mês de dezembro daquele ano.
A entrega do prêmio só foi retomada em 2007. Na edição seguinte, receberam a honraria a produtora cultural e ex-secretária de cultura do município Beatriz Araújo, o escritor Mozart Vitor Russomano e o superintendente da Copesul (patrocinadora do projeto de reestruturação da Casa de João Simões Lopes) Luiz Fernando Cirne Lima.
A moeda entregue a Bernardo foi uma onça espanhola autêntica, que serviu de matriz para a reprodução das outras 299. As réplicas tem de um lado o desenho da original, e do outro o logotipo do Instituto.
A honraria é limitada e segue um longo caminho de extinção até que sejam entregues todas as moedas. Como o regulamento prevê que a homenagem seja concedida, no máximo, a três pessoas a cada ano, o prêmio deve ter, pelo menos, 100 edições.
Memória
A professora Ivone Lêda do Amaral, falecida em julho do ano passado, seria uma das indicadas a receber o prêmio Trezentas Onças, afirma Paula Mascarenhas. "Infelizmente, não tivemos tempo de fazer esta homenagem", lamenta. A educadora foi uma das idealizadoras do Instituto João Simões Lopes Neto e grande incentivadora dos estudos simonianos. No início deste ano, uma das salas da Casa que sedia a instituição foi batizada com seu nome.
Texto: Bianca Zanella | Foto: Divulgação | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas, Segunda-feira, 30 de junho de 2008
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