Mostra coletiva reúne 17 jovens artistas em uma experiência prática no mercado das artes contemporâneas.
As salas Inah D'Ávila Costa e Antônio Caringi recebem este mês a terceira edição da mostra Arte = Profissão????, que reúne trabalhos de 17 alunos do sétimo semestre do curso de Artes Visuais do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Pelotas (IAD / UFPel).
Nesta exposição, a galeria de arte vira laboratório para atividades que fazem parte do trabalho do artista, mas que se expandem para além dos ateliês: o objetivo, é provocar a discussão sobre a arte enquanto profissão, e proporcionar experiências práticas para os alunos que logo, logo estarão no mercado de trabalho e precisam saber não apenas fazer arte, mas também fazer seu produto alcançar visibilidade e reconhecimento junto ao público. O lado profissional requer menos inspiração e mais articulação, e por isso mesmo desafia artistas a aliar a subjetividade da criação à objetividade das práticas cotidianas de trabalho, exigidas em qualquer ofício.
"O artista tem a função de colocar o público a pensar o mundo de outra forma. De certo modo, ele corrompe a forma natural das coisas", diz a curadora da exposição Carolina Rochefort, professora de Práticas Profissionais. "Apesar disso, ele também precisa saber se colocar no circuito de arte, deve ter noções de produção, precisa saber organizar, montar exposições", diz ela, que valoriza esse tipo de experiência para ensinar, na prática, técnicas mercadológicas.
Mesmo com todas essas exigências objetivas, os alunos demonstram através dos trabalhos que não perdem o diferencial de apresentar os objetos e as formas de forma inusitada. Até porque, quando se trata de arte contemporânea vale tudo - sapatos, edredons, travesseiros -, e tudo vira arte quando passa pelas mãos e pela cabeça desses entusiasmados criadores.
Um mercado em construção
Diante dos novos artistas, quase profissionais, o mercado se impõe cheio de interrogações. Para quem segue a linha das artes contemporâneas, ao menos em Pelotas, este é um espaço a ser descoberto, ou melhor dizendo, construído. A falta de espaços adaptados às novas linguagens e expressões artísticas é uma queixa constante, já que inexistem locais de exposições com estruturas adequadas para as obras que freqüentemente estrapolam os limites de espaço das clássicas molduras, painéis ou pedestais. O lado positivo disso é que a dificuldade faz aflorar ainda mais a criatividade, alimenta o improviso e faz surgir, ainda que aos poucos, espaços alternativos, que caminham às margens das galerias de arte convencionais.
Uma outra reclamação recorrente diz respeito à supervalorização de certos tipos de arte em detrimento de outros. "Aqui tudo é patrimônio", queixa-se uma das estudantes. "Quem, como nós, pretende seguir estudando e produzindo nessa linha mais poética e contemporânea, não tem outra escolha a não ser sair daqui para tentar um mestrado em Porto Alegre, por exemplo", argumenta outra.
Apesar disso, eles não se mostram totalmente desiludidos com o mercado das artes pelotenses. "Tem muitos artistas fazendo bons trabalhos aqui, até porque, hoje em dia, virtualmente o artista pode estar em qualquer lugar", afirma a professora, sintetizando as respostas dos alunos.
Novos talentos
Fazem parte da mostra criações dos estudantes/artistas Alice Porto, Ana Batista, Carine Castro, Carol Carpena, Cristina Noguez, Daiana Dellagostin, Francine Amaral, Hermes Júnior, Iná Grabin, João Genaro, Rafael Takaki, Renata Tubino, Ricardo Garlet, Roberta Dachery, Sabrina Harter, Thiele Cavada e Tina Ramm. Outra exposição coletiva com trabalhos deste grupo de artistas já está marcada no Centro de Universitário de Cultura e Artes (CUCA), com previsão de ser inaugurada no dia 20 deste mês.
Prestigie!
O quê: Exposição Arte = Profissão???? Volume 3
Quando: Até o dia 27 de junho, aberta à visitação de segunda à sexta-feira, das 13h às 18h.
Onde: nas salas Inah D'Ávila Costa e Antônio Caringi, ambas localizadas no Centro Cultural Adail Bento Costa, sede da Secult, no casarão 2 da Praça Coronel Pedro Osório.
Entrada franca.
As salas Inah D'Ávila Costa e Antônio Caringi recebem este mês a terceira edição da mostra Arte = Profissão????, que reúne trabalhos de 17 alunos do sétimo semestre do curso de Artes Visuais do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Pelotas (IAD / UFPel).
Nesta exposição, a galeria de arte vira laboratório para atividades que fazem parte do trabalho do artista, mas que se expandem para além dos ateliês: o objetivo, é provocar a discussão sobre a arte enquanto profissão, e proporcionar experiências práticas para os alunos que logo, logo estarão no mercado de trabalho e precisam saber não apenas fazer arte, mas também fazer seu produto alcançar visibilidade e reconhecimento junto ao público. O lado profissional requer menos inspiração e mais articulação, e por isso mesmo desafia artistas a aliar a subjetividade da criação à objetividade das práticas cotidianas de trabalho, exigidas em qualquer ofício.
"O artista tem a função de colocar o público a pensar o mundo de outra forma. De certo modo, ele corrompe a forma natural das coisas", diz a curadora da exposição Carolina Rochefort, professora de Práticas Profissionais. "Apesar disso, ele também precisa saber se colocar no circuito de arte, deve ter noções de produção, precisa saber organizar, montar exposições", diz ela, que valoriza esse tipo de experiência para ensinar, na prática, técnicas mercadológicas.
Mesmo com todas essas exigências objetivas, os alunos demonstram através dos trabalhos que não perdem o diferencial de apresentar os objetos e as formas de forma inusitada. Até porque, quando se trata de arte contemporânea vale tudo - sapatos, edredons, travesseiros -, e tudo vira arte quando passa pelas mãos e pela cabeça desses entusiasmados criadores.
Um mercado em construção
Diante dos novos artistas, quase profissionais, o mercado se impõe cheio de interrogações. Para quem segue a linha das artes contemporâneas, ao menos em Pelotas, este é um espaço a ser descoberto, ou melhor dizendo, construído. A falta de espaços adaptados às novas linguagens e expressões artísticas é uma queixa constante, já que inexistem locais de exposições com estruturas adequadas para as obras que freqüentemente estrapolam os limites de espaço das clássicas molduras, painéis ou pedestais. O lado positivo disso é que a dificuldade faz aflorar ainda mais a criatividade, alimenta o improviso e faz surgir, ainda que aos poucos, espaços alternativos, que caminham às margens das galerias de arte convencionais.
Uma outra reclamação recorrente diz respeito à supervalorização de certos tipos de arte em detrimento de outros. "Aqui tudo é patrimônio", queixa-se uma das estudantes. "Quem, como nós, pretende seguir estudando e produzindo nessa linha mais poética e contemporânea, não tem outra escolha a não ser sair daqui para tentar um mestrado em Porto Alegre, por exemplo", argumenta outra.
Apesar disso, eles não se mostram totalmente desiludidos com o mercado das artes pelotenses. "Tem muitos artistas fazendo bons trabalhos aqui, até porque, hoje em dia, virtualmente o artista pode estar em qualquer lugar", afirma a professora, sintetizando as respostas dos alunos.
Novos talentos
Fazem parte da mostra criações dos estudantes/artistas Alice Porto, Ana Batista, Carine Castro, Carol Carpena, Cristina Noguez, Daiana Dellagostin, Francine Amaral, Hermes Júnior, Iná Grabin, João Genaro, Rafael Takaki, Renata Tubino, Ricardo Garlet, Roberta Dachery, Sabrina Harter, Thiele Cavada e Tina Ramm. Outra exposição coletiva com trabalhos deste grupo de artistas já está marcada no Centro de Universitário de Cultura e Artes (CUCA), com previsão de ser inaugurada no dia 20 deste mês.
Prestigie!
O quê: Exposição Arte = Profissão???? Volume 3
Quando: Até o dia 27 de junho, aberta à visitação de segunda à sexta-feira, das 13h às 18h.
Onde: nas salas Inah D'Ávila Costa e Antônio Caringi, ambas localizadas no Centro Cultural Adail Bento Costa, sede da Secult, no casarão 2 da Praça Coronel Pedro Osório.
Entrada franca.
Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / Capa | Publicado em: Pelotas,Terça-feira, 10 de junho de 2008
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