quinta-feira, 6 de novembro de 2008

1 + X³ = Deus

Se dissessem a você que Deus é um número e que o espaço não é tão absoluto quanto parece, você acreditaria? Chamaria essa pessoa de "louca"? E se dissessem a você que a Terra gira em Justificartorno do sol? Talvez você nunca tenha duvidado disso, mas se tivesse vivido na sociedade da época de Galileu, qual seria a sua reação?

Por mais estranho que pareça, existem pessoas que afirmam categoricamente: tão certo como a Lei da Gravidade é a Lei do Tempo. Pelo sim, pelo não, pelo menos 400 pessoas já inscritas (e você, se for curioso o suficiente) irão ao auditório do Cefet hoje tirar a prova dos nove, em evento promovido pela Faculdade de Educação da UFPel.

"O que vamos fazer é demonstrar publicamente a existência de um novo paradigma. Não é o espaço que é absoluto, e o tempo relativo. É exatamente o contrário: o tempo é absoluto e o espaço é relativo", diz o professor de Matemática do Tempo Annibal Dowgaluk que coloca de cabeça para baixo a teoria "espaço-tempo".

"A gente desde sempre aprende que a ordem dos fatores não altera o produto. Eu penso diferente. A ordem dos fatores é o produto." Em outras palavras, afirma ele, o tempo é a causa, o resto é efeito. "Os ciclos de tempo que convergem na nossa mente criam a realidade. O presente e tudo o que aconteceu antes é simplesmente um prelúdio do agora."

Não apenas isso. A inversão provoca inovadoras formas de percepção do mundo. A Matemática do Tempo é desafiadora. Afinal, provavelmente você também acredite que o espaço separa as coisas, certo? Errado. A noção de distância, para os que acreditam no paradigma tempo-espacial, é mais um equívoco provocado pelo paradigma espaço-temporal. "A distância é o que nos une, e isso não é mera filosofia, é fato. O espaço não é mais que a sombra que projeta o tempo no seu perambular pelas praias da consciência". Entendeu?


Nós e o tempo

Não será por mera coincidência que o Tzolkin - o calendário Maia, também conhecido como Sincronário da Paz - é composto por 260 kins, 20 selos e 13 tons. "260 é o número de dias que passamos na barriga da mãe, 20 é o número de dedos e 13 o número de juntas do corpo humano. Não é por acaso. Nós somos o templo espacial do tempo", afirma Annibal.

Cada pessoa, conforme o dia do seu nascimento, corresponde à um kin, o qual define suas características e o seu propósito de vida. Na quinta-feira, a proposta prática, é colocar frente-a-frente pessoas de kins semelhantes. "Ao olhar o semelhante a gente obtém um reflexo imediato. Como serão muitas pessoas, vamos poder demonstrar uma matriz, uma comparação analógica e exata do que antes era apenas filosofia e ninguém poderá ficar indiferente a isso. As pessoas irão se surpreender."

Segundo ele, identificar as características alheias não se trata de abandonar o auto-conhecimento, mas de se conhecer através do outro, ou melhor, de um "outro você". "Aprendemos que somos diferentes, agora vamos aprender que somos semelhantes." Para o mago, a grande descoberta não consiste em descobrir as características do seu kin. "As pessoas sabem como são. A grande sacada é que pela compreensão da Matemática do Tempo as pessoas se transformam em informação, a mais valiosa informação, e isso te dá escolhas e infinitas possibilidades que antes não tinhas, porque te faltavam parâmetros".

Para entender a equação de Dowgaluk é preciso ir além do auto-conhecimento e conhecer a tudo e a todos, "porque tu não és o centro do universo, tu és apenas mais uma variável." Segundo ele, ententendo as características da energia do outro e da energia do dia é possível construir relações humanas mais pacíficas e harmônicas.

E Deus? "Perguntar a alguém uma definição de Deus é como perguntar a um peixe uma definição da água em que ele está nadando. Tudo é número, Deus é número, Deus está em tudo". Eis uma resposta. Definitiva?

"A imensa maioria das pessoas pensa que só se comunica com Deus durante a prece, como se Deus não fizesse parte de absolutamente tudo", diz Annibal. Para ele, essa nova compreensão não tira a importância da prece, tira a importância da realidade, e da necessidade de estabelecer conscientemente uma conexão com o divino. "A Lei do Tempo te coloca em Deus o tempo todo."


Revolução e Sincronicidade

Nascido na Argentina, formado em Turismo na Espanha, Annibal Dowgaluk, de 37 anos, é um mago andarilho. Mago pelo seu selo, e andarilho porque há 10 anos vive itinerante pelo mundo em busca de ecos para o que considera a maior revolução científica da humanidade.

Hoje, pelo Sincronário Maia, é um dia de Vento Lunar Branco, o que significa, segundo o mago, um dia de desafio. "É um dia difícil, mas as conquistas realizadas nesse dia serão sempre efetivas", garante.

E daí? Daí que o mago faz questão de ser reticente e provocar os céticos. "Não adianta falar", diz ele, que convida as pessoas a verificarem como São Tomé como a revelação da Matemática do Tempo irá repercutir na vida cotidiana. "Eu garanto que esta não é apenas mais uma tendência esotérica da moda". Será?


Ficou intrigado? Confira:

O quê: Seminário sobre a Matemática do Tempo

Quando:
hoje (6), das 14h às 18h (pessoas que não tiverem realizado a inscrição antecipadamente devem chegar a partir de uma hora antes para efetuar o cálculo de seu kin)

Onde: no auditório do Cefet

A entrada é franca.

Mais informações pelos telefones 3284-5533 e 8118-4877.


Texto: Bianca Zanella | Extraído de: Jornal Diário Popular / Caderno Zoom / P. 6 | Publicado em: Pelotas, Quinta-feira, 6 de novembro de 2008
*** Contém partes não publicadas na versão impressa.

Um comentário:

Sem Papel e Tinta disse...

Que horror! Um professor de matemática que não leu Kant! Se leu, não entendeu; se leu e pensa que entendeu é relativista. Se for relativista não é professor de matemática é físico adepto da teoria da mecânica quântica. Tem louco pra tudo, mesmo... vai ver que esse professor prefere "O Segredo" a Kant! hahahaha